quarta-feira, 17 de março de 2010

O convento - página quinze.


Irmã Benigna sempre fora a nossa madrinha, pois esta era a nossa verdadeira líder.
Se passara os anos e ela pensava em André com muito mais força que antes,em algumas ocasiões,ela o vira visitar em muitos momentos enquanto estava a beira da morte na caravela,mas ele sempre diziaque estava ali para ajudá-la.
Fomos para a cidade mais próxima,o que na verdade era um vilarejo,sob o comando de Sebastião, um homem rude mas um bom homem,nos ajudou a encontrar um lugar mais confortável.
Era muito estranho aquele lugar,mas era melhor do que as perseguições,em terras européias, ali estávamos prestes a viver uma nova vida...Passamos a evangelizar os nativos,mas era muito difícil pois era uma língua estranha e não se vestiam, muitos senhores vindo da Europa abusavam das moças nativas e algumas chegavam ao suicídio, novamente os nossos pesadelos vividos no convento se repetiam ali, e de novo éramos as irmãs de Maria prontas a ajudar os que de nós precisavam.
Eram famílias perdidas que vinham nos pedir ajuda, então com a força magnífica de Deus pudemos com a ajuda dos índios e nossos conhecimentos ensinados pelos ciganos pudemos salvar algumas vidas.
Assim vivíamos ali , com a alegria de servir mas a selvageria não dos nativos,mas dos estrageiros que mais pareciam animais diante da caça.
Quando descobriram que havia ouro e muitas pedras brilhantes, osentimento de ambição parecia semlimites, a matança era ainda devastadora, muitas vezes chegamos a ter atritos com os que ali chegavam, muitas crianças eram feitas de escravos para servir aos interesses dos estrangeiros.
Os índios passaram a nos encher de presentes e nos chamar de tucurumim, não sabíamos o que significava mas atendíamos com amor o que nos pediam, era uma convivência muito boa,quando chegavam os estrangeiros na vila, ficávamos apavoradas, fugíamos pelas matas até que eles pudessem nos esquecer.
A medida que os estrangeiros chegavam fugíamos ainda para mais longe,passávamos dias de caminhada, adentramos as matas até que encontrávamos terras seguras e ali formávamos uma aldeia, e assim se passaram anos.

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