segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

Rose Marie Muraro , Conceição Evaristo e eu !!!



 Sabe aquelas mulheres que conhecemos a partir de uma biografia e que nós intimamente queria ter a honra de tê-las conhecido ?

Rose Marie Muraro é uma dessas mulheres, lendo uma biografia enpolgante me vejo me redescobrindo, e me transformando.

O feminismo está me transformando, antes, como a própria Rose diz " feminista por intuição" hoje me vejo com mais embasamento teórico e também  numa fase de bastante profundidade.

Nós temos as nossas histórias particulares que nos mantém próximas ou distantes de muitas outras mulheres, enquanto algumas se tornam manipuladas, portanto, manipuladores de um sistema de opressão de forma hipócrita no quesito feminismo, nós que queremos ser quem somos por quem somos, não se sujeitam às palavras apenas de auto-confiança, nós queremos mais.

Num mundo globalizado, a pauta feminista está em voga por modismo em poucos aspectos já que algumas mulheres sabem poucos sobre a própria história feminina, eu era assim,mas em contrapartida, conhecemos mulheres incríveis e cheias de ideais das quais nos foratelecem, e isso é magnífico.

Aprendemos com outras mulheres, a medida que me aprofundo no movimento feminista e sinto motivada a querer mais, a querer ser bem mais do que a mãe de cinco filhos.

O blog me serviu de consolo, de terapia e me fez sentir uma mulher ativa, mas agora, diante de tanto conhecimento, venho a me sentir bem mais, estou me sentindo uma mulher plena.

Estudo sobre espiritualidade há muito tempo e venho aprendendo ainda mais sobre diversos assuntos, e ao me engajar na publicação do meu livro infantil sobre a violência doméstica , eu me descobri muito mais do que eu pensava, mas eu sei que posso muito mais.

Ela também é mãe de cinco, também se empolga com suas próprias histórias e nos encaminham para uma jornada de busca interna e nos ajuda a olharmos para o mundo de um ponto de vista feminino e que nos trás de perto a história do Brasil de maneira bem particular.

Rose Marie Muraro é uma daquelas mulheres que te ensinam na vida, que a sua vivência se desenrola com a nossa história e nos fazem relembrar porque somos mulheres, ela é capaz de nos guiar por um caminho emocionante onde cada momento da vida dela, nos encontramos na nossa.

A vida nos acaricia com belas histórias, às vezes histórias famosas, mas a grande maioria são histórias anônimas, histórias de mulheres comuns, essas que andam nos metrôs, que vivem perambulando nas cidades contando suas próprias histórias para as meninas jovens, as nossas histórias também ensinam, também encantam e Rose Marie é sem dúvida uma das histórias que valem muito a pena contar.

Assim como Conceição Evaristo que me encantou com a sua poesia e histórias que me encheu os olhos de lágrimas por prazer de ler sobre mulheres fortes, mulheres anônimas e que se tornou uma das minhas autoras preferidas e sem dúvida me abrilhantou com suas palavras que nos reinventam.

O ato de recontar histórias fizeram de Conceição a minha autora encantada e que tenho o prazer de conhecê-la apenas em Lê-la e apreciar as suas doces e significativas palavras.

Somos mulheres escreventes, e que buscam serem lidas e querem trazer significância na vida das pessoas, porque ser escrevente é buscar nas palavras a vida e inspirar as pessoas a serem melhores por serem elas mesmas, por serem nós mesmas, porque a felicidade é estarmos conectadas com a nossa essência sem remorsos e dores.

O que queremos quando escrevemos para alguém não é só sermos lidas e conhecidas pelas nossas palavras, mas é trazer para a vida , para a vivência das pessoas as cores que nem sempre estas desconhecem.

É como descrever as cores à um cego, é como ser a luz e a muleta de alguém, em nossa real humildade de sermos apenas escreventes.

O que somos senão pessoas se expressando a nossa maneira.

Não me comparo a essas brilhantes mulheres, longe de mim essa arrogância, mas o fato é de tê-las lido me trás uma esperança gritante, de podermos ser quem queremos ser, sem aquele auto-julgamento que nos mata e nos fazem ignorar as nossas qualidades, enfim, todas nós podemos contar histórias, então, eu faço a minha parte, e você?

Seja quem for você, brilhe!!!!




sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Relacionamentos abusivos!!!



Somos tantas mulheres, e são muitas que vivem ou viveram relacionamentos abusivos.

Nós nos acostumamos com os abusos, historicamente sim, as mulheres querem sobreviver, as crianças querem sobreviver e nos acostumamos a viver mas não significa que deva ser assim.

Há muitas formas de nutrirmos esses abusos, sim nutrimos, porque quando nos acostumamos com os abusos, nós alimentamos a esperança de que os abusos vão parar se tratarmos os abusadores com amor e gentileza e num momento de "gentileza" de nosso abusador, há continuação dessa relação.

A história das mulheres da humanidade é a nossa história, não há como negar essa evidência, como eu já via mencionado em outras postagens, a cultura do estupro, a prostituição por muito tempo foi legalizada para que o capitalismo se fortalecesse e as "famílias do patriarcado" se prevalecessem intactas, entre outras razões, a verdade é que o sistema está tão bem estruturado que sair desses laços apertados parece impossível.

Relacionamentos abusivos vão além de cárceres privados, são relacionamentos que no ponto de vista do agressor, é uma relação saudável, o ciúme, a intensa vontade de agradar para não se zangar é uma moeda de troca.

Quando ouvimos que" tapas de amor não dói" é uma afirmação abusiva, ou mesma " estou agindo assim para você aprender" é uma afirmação mentirosa e abusiva, nenhum relacionamento saudável ou uma forma de educação deve ser motivada pela violência, devemos sim nos proteger contra qualquer tipo de abuso, 

Qualquer tipo de relação que haja chantagens emocionais, é um relacionamento abusivo porque intimamente há uma agressão, e ela pode ser invisível. a vítima de um relacionamento abusivo é sempre levada a acreditar na normalidade dessa ação, ela se acostuma com isso.

E como saímos de um relacionamento abusivo?

As nossas relações afetivas  nos alimentam , a sociedade se baseia em nossos laços e também em desenlaces dando continuidade as nossas vidas, é assim desde sempre, e a sociedade se firmou por essas relações, as nossas relações sociais, familiares, mesmo as mais antigas civilizações nômades, os laços as mantiveram ainda em perfeita harmonia com suas leis internas, enfim, a civilização foi criada para estreitar laços e banir o que parecia impróprio, e infelizmente, as atitudes abusivas permanecem até hoje.

Quando vivemos num relacionamento abusivo não detectamos a princípio, porque parece normal, as trocas de gentilezas são constantes e é sempre uma ação desagradável e depois uma ação de gentileza como compensação, e ao longo desse relacionamento, essas ações se tornam rotinas , logo , quem é vítima de um relacionamento abusivo, para não viver mais as agressões psicológicas, ela passa a agradar o agressor para não sofrer, é um sistema de trocas, a única saída para um relacionamento é o auto-amor, o auto-cuidado e esse buscar a si mesmo constantemente, esse amor-próprio é a melhor alternativa para que a pessoa vítima de abuso possa se fortalecer.

Quando o agressor além de abusar psicologicamente também pode usar a condição financeira para continuar com esse abuso, daí o problema se torna ainda mais intenso e de difícil resolução porque a pessoa então fragilidade fica ainda mais vulnerável, então, quando a pessoa começa a cuidar das suas próprias finanças o abusador também passa a intensificar suas agressões, e quando as agressões passam a serem físicas, é necessário uma intervenção imediata, não tem como remediar , é preciso de uma rede de apoios, aonde no Brasil há uma certa precariedade, não que não exista, existe, mas ainda em estado ainda muito atrasado, mas a ideia é melhoria, e acredito que isto está sendo trabalhado e teremos melhoras quanto a isso, mas enquanto essa ação não se intensifica, as relações afetivas de amigos e parentes é primordial porque as atitudes de empatia é que faz a vida dessas pessoas mudarem.

Nos relacionamentos abusivos o agressor impede que essas relações existam usando de todas as suas artimanhas para que isso aconteça de forma intensa, o isolamento e a auto-estima baixa, é uma ação comum a todos eles.

O primeiro ato é se descobrir vítima de um relacionamento abusivo e só depois se cuidar, buscar ajuda, procurar uma rede de apoio.

Busca de conhecimento, do auto-conhecimento é primordial para a saúde mental de qualquer um.

O cuidar de si mesmo, o amar, o criar-se diariamente nos fortalece e nos impedem de agirmos com brutalidade de nos trás a empatia que necessitamos ter para com todos em nossa volta.

Cuidemos de nós e dos nossos e tudo dará certo.

Quando passamos por um relacionamento abusivo nós aprendemos e ensinamos uns com os outros nos trazendo um pouco de paz.




 

quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

Conjugar o afeto.



Todas as formas de amar me pegam pelo braço.
As minhas mãos duras do tempo também podem afastar .
Nos afastamos dos abraços estranhos e negamos beijos que nos ameaçam sorrisos.
Quando dentro de mim, me toca o cuidar um do outro.
Todas nós juntas num mesmo laço e às vezes nos estranhamos.
Pensamentos que retornam sempre no mesmo lugar pela sua constância.
As formas de amar também me abraçam.
Me toca olhar para o outro com um afeto amigável.
Um abraço amigo, um toque claro de afeto.
Grandes almas se encontram tempos em tempo.
E meu coração se encanta com o toque de tambor.
Grave e contínuo...
Busco dentro de mim tantos toques.
Num espaço apertado .
Eu abraço o tempo e me encontro quase infantil.
Desmonto com um beijo afetuoso de um amigo.
As minhas mãos encontram outras mãos.
Uma irmandade.
Uma grande irmandade.
O cuidar uma da outra, uns dos outros.
Todos num mesmo laço.
As diferenças unidas para um mesmo abraço.
Afasta quem não nos fala de coração.
Afasta quem machuca .
Afasta quem nos fere a alma.
Mas quem em nós se acalma e se aquece.
Cuidamos.
E amamos ...
Quem a alma feminina, feminista e felina se achega 
Recebe de nós afeto ...muito afeto...



terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Cinderela às avessas

 


Quando eu entrei para o grupo de mulheres " Cinderela às avessas" eu pensei que iria aprender com grandes mulheres, então, eu não perdi tempo e fui navegando por essa jornada feminista e me descobri bem mais do que uma blogueira que escreve coisas aleatórias, eu me descobri alguém muito melhor do que eu achei que fosse.

Todas nós temos muito poder, somos verdadeiras deusas, não porque temos super poderes como brinco mas é por causa das nossas conexões internas, tem a ver com quem somos de verdade.

O mundo é tão intenso em suas diversidades, podemos ter vivido grandes histórias mas a maioria delas não foram escritas pelo nosso ponto vista, pelo ponto das mulheres.

Muitas mulheres escreveram grandes obras com "pseudônimos" masculinos para serem lidas, grandes mulheres estavam na obscuridade porque o machismo não as permitiram usufruir de ainda mais conhecimento.

Todas nós sofremos algum tipo de assédio , abuso e muitas de nós nos calamos, não por medo, mas não fomos ouvidas, entre outras razões.

Hoje a nossa visibilidade está bem maior , mas a luta não acabou, ainda nos resta romper algumas estruturas, não é apenas por mim, mas por todas nós.

Não são apenas as nossas vivências que inspiram, não são apenas palavras ou gritos de guerra que nos movem, mas são as nossas esperanças que cercam a todas nós.

A nossa capacidade de nos colocarmos no lugar do outro nos revela sabedoria e nos colocam num lugar privilegiado, de estarmos juntas numa ideia de que somos bem mais de que um corpo, somos corpo e alma, temos mentes aguçadas e conectadas uma com as outras para fins de cuidado.

Não somos apenas mulheres que querem aprender e ajudar, somos mulheres que buscam esclarecer outras mulheres, nos vemos como uma irmandade .

A vida não nos pouparam tempo, e o tempo nem sempre foi a nossa melhor arma para vencermos qualquer luta.

Há quem diga que mulheres feministas lutam contra os homens, nunca ouvi tanta besteira, mas a gente ouve argumentos sem nenhum acréscimo, portanto, vale a pena lembrar, que feministas lutam por todos nós, crenças limitantes, só fazem nos lembrar o quanto podem ser ridículos.

Crescemos entre nós, lutamos por todas nós e aprendemos com todas nós, não vale a pena nos enfurecer com pessoas que a mente ainda está rasa de pensamentos egoistas e machistas.

A nossa força está numa esperança contínua de querermos sempre o melhor para todas nós, e isso significa lutarmos por todas nós, sermos feministas não nos limitam , sermos quem somos amplia nossos espaços e nos acalenta saber que podemos ainda sermos maiores enquanto seres pensantes e positivas.

A luta não acaba apenas com uma aprovação de lei, numa passeata com bandeiras, a luta só termina quando deixamos de lutar, e eu sei, nós sabemos que haverá muitas vitórias porque a nossa força une a todas nós!!!

Somos importantes para alguém!!!

 


Sabe aquelas pessoas que nos motivam a crescer?

Nem sempre são as pessoas que amamos profundamente, às vezes são as pessoas que não temos nenhum afeto.

Muitas pessoas são motivadas justamente porque precisam provar o seu valor, precisam de estímulos para progredir.

Quando sofremos e nossos algozes nos menosprezam ou mesmo nos trazem pensamentos tristes e depressivos, é preciso lutar contra eles, é nesse momento que pensamos e superamos isso , nos motivando a acreditar que somos bem mais do que imaginam e crescemos também assim.

Nossos pensamentos são energias, e quando percebemos que precisamos melhorar, crescemos.

Crescemos quando percebemos as nossas próprias falhas e isso trás benefícios, porque passamos a olharmos para nós mesmos com olhar mais crítico.

Um olhar solidário, e não um olhar perverso, é um olhar que diagnostica quem somos de verdade e olhar para o que estamos vivendo , estaremos olhando para o nosso próprio futuro.

A forma com que nos vemos , diz quem somos, e quem queremos ser, a mudança é a parte difícil, porque estamos acostumados a enxergar as coisas de um jeito e quando mudamos o nosso olhar, tudo muda.

A vida parece complicada mas ela na verdade tem um segredo, a leveza do nosso espírito depende de como nos vemos no mundo, todas as nossas impressões estão no espírito, portanto, somos o que pensamos.

As pessoas que nos inspiram , ou simplesmente nós que possamos inspirar alguém temos responsabilidade, pois as nossas mensagens serão compartilhadas e muitas vezes fruto de atos alheios , porque a nossa influência pode significar mudanças na vida de pessoas, essa responsabilidade deve ser pensada. Fazermos uma auto-crítica é essencial para a manutenção do nosso EU.

Quem somos nós no mundo, quem somos nós na vida dos outros?

Mesmo que queiramos colocar cada um conforme as suas obras, temos sim, influências da vida de alguém, não podemos negar isso, somos sim responsáveis mesmo que a escolha seja importante, a nossa responsabilidade nos tornam importantes na vida de alguém.

Quando culpamos o outro quando ficamos zangados ou tristes, é compreensível na mesma proporção que alguém nos culpam, porque vivemos em sociedade e criamos vínculos, criamos karma, logo, todos somos um.

Eu sei que eu sou responsável pelas minhas escolhas e a minha mente é o meu paraíso ou a minha perdição, eu entendo, mas eu preciso entender que a minha influência sobre o outro acrescenta o meu karma, porque eu sei que o que sinto, as minhas emoções provocam ações e essas ações terão as consequências e eu devo refletir sobre isso.

Então, mesmo sabendo que cada um conforme as suas obras, eu , a minha consciência entendo a responsabilidade que possuo sobre a vida dos outros, porque só crescemos quando criamos vínculos e esse é o caminho que todos nós seguimos.

Quando alguém diz de maneira provocativa que não somos capazes de agir , estão nos motivando a agir de uma maneira ou de outra, e nós respondemos a essa provocação negativamente ou positivamente, está aí a nossa escolha, portanto, a nossa escolha é sempre nossa ação, sendo ela para agradar ou não alguém, então, estamos agindo , reagindo a todo momento ao mundo.

Se inspiramos alguém significa o grau de nossa importância, e essa importância nos responsabiliza intimamente as consequências.

Sejamos conscientes que somos parte de um todo, a nossa vida por mais simples que possa parecer, ela é importante... Pense nisso!!!

quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

A mulher que eu fui no século passado!!!

 


 


Meus olhos azuis se confundiam com o céu... seus olhos me buscavam entre o azul do céu.

Sua voz gritava dentro de mim.

Cada parte de mim, cada um que está em mim deixa de existir quando eu tento me ver no outro.

As dores que assemelham ao inferno me prendem a alma e eu me perco dentro de mil céus.

Cadê o pouco de dignidade que me resta, o inferno não é um lugar seguro.

O remorso de antes, me torna eu hoje.

Fora uma história que se foi dentro de mim.

É o passado de uma outra vida, que me persegue quando eu vejo o teu olhar em mim.

E eu nessa vida que as vezes me acorrenta ao passado, sou outra eu, e dentro de mim, a mulher de olhos azuis está nesta aqui, de olhos castanhos...

Olhos que percorre os azuis e que se lembra de como foi .

Esta mulher de olhos castanho ama sem igual quem um dia odiou e se perdeu nisso.

Diante de cada  lembrança, eu me lembro de quem eu quero ser, sendo muitas em uma.

Já fui princesa, rainha, cigana, e fui até senhora, hoje sou eu.

Muitas mulheres em muitas.

Eu sou apenas eu, querendo fazer de mim, uma mulher melhor.

E eu sei que isso leva tempo, espaço e cuidado.

Sendo assim, eu sou eu... 

Mas a mulher que eu fui no século passado foi quem gerou a mulher que sou hoje.

A mulher que quer ver outras crescerem dentro de mim.

E cada uma delas em mim, me faz a mulher linda que sou hoje.

Análise do filme Persuasão.



As vezes agimos de forma um tanto enigmática e reagimos as situações que colidem com os nossos pensamentos, considerando que nos sentimos persuadidos a agir contrário a todos nossos sentimentos.
O filme não retrata apenas uma situação de fere os nossos sentimentos mas o que um época impôs as mulheres situações que não a fizeram melhores, mas dignas de uma análise moderna do que no que acontecia na época em que o filme retrata.
As mulheres não tinham muitas escolhas a não ser viverem conforme as regras do patriarcado, os homens endeusaram as mulheres e depois as demonizaram. Quanta dominação!!
Mulheres solteiras, eram mulheres sem créditos consideradas difíceis, as mais feias, enfim, era uma mulher que não merecia destaque.
O amor é dado ao mundo como algo sublime e nobre mas numa época em que a honra era dada ao mundo como uma ação valiosa, as mulheres faziam de tudo para se permanecerem como estava, submissas as questões sociais, eram vendidas aos maridos, o homem rico eram os homens mais valorosos , assim como as mulheres, e aonde ficava o amor nessa história?
Nos diários, nas memórias. e em seus mais profundos pensamentos, quando o que na verdade a herança era um bem maior do que imaginamos pensar, os homens sempre venceram quando se tratava em domesticar as mulheres.
Um detalhe importante, os negros não tinham um lugar de destaque nas famílias endinheiradas, então, estranhe as famílias negras endinheiradas nos filmes, portanto, há uma discrepância nesses fatos da história, na verdade, mulheres brancas com homens negros, eram relações proibidas, mas vale o romantismo do filme.
Casais pobres eram comuns, mas infelizmente o filme retrata uma verdade bastante comum, as pessoas se casavam por dinheiro, algumas coisas ainda permanecem nos dias de hoje considerando que vivemos numa sociedade capitalista.
O filme mostra um casal que se ama e que se separam por questões sociais e que depois de oito anos separados se reencontram, ela se vê numa família agora falida e ele, volta rico e digno de um casamento agora com a personagem feminina protagonista, não há outro final senão, o casamento de ambos.
Por quê persuasão?
Porque a personagem feminina protagonista é convencida a se separar do amado porque ele é um simples e pobre marinheiro e ao retornar rico, adivinha, ela tem a permissão de se casar, mas como todo filme deve haver um certo conflito , ele o marinheiro e agora capitão se vê pretendente de uma outra mulher, mas como todo romance nos deixa com dúvidas, um pretendente para ela aparece, outro conflito de interesses, enfim, ela decide com qual rico deve se casar e adivinha... Ela se casa com seu amado.
Não há novidades, mas é um filme interessante e perspicaz porque retrata uma vida bastante comum naquela época, todas as mulheres eram persuadidas a se casarem a quem fossem prometidas, e isso era uma relação comum.
O comportamento da época não é segredo para nenhuma de nós que nos acostumamos a entender como era as relações e o porquê. 
A pergunta que fazemos a nós mesmos é bastante persistente , e quando a mulher se recusava a seguir o roteiro?
A mulher era considerada histérica, difícil , entre outros adjetivos, a mulher era considerada bruxa em alguns casos, mas nada surpreendente.
O filme tem seu brilhantismo com os diálogos inteligentes e interessantes, vale a pena ver com um olhar mais crítico.
A ideia de retratar essa situação comum no cinema, e procurar filmes que retratam essa vida feminina é uma viagem ao passado não muito distante das inúmeras mulheres daquela época, e que não foge muito dos dias de hoje com leves diferenças, então senão assistiu, se delicie com uma bela e romântica história.

A feminista chata!!!

 


Sabe aqueles momentos em que a fixa cai e a gente vai tentando se acertar?

Pois é, a minha fixa caiu, sou aquela feminista chata, que não consegue entender a lógica em certas situações.

A mulher calma e resignada sai do salto quando ouve falar de um assunto tão meu, e tão próximo de todas nós, a violência, não é um assunto que eu deva me afastar, é um assunto tão comum que não sai da minha sala de estar e sempre está nas discussões familiares, eu e meus filhos...

Quando dizemos sermos feministas, nós ouvimos : " Lá vem a feminista chata" e eu assumo, sou mesmo, o fato é, eu estou ciente de quem eu sou e o meu papel no mundo.

Venho falando sempre neste blog da auto-estima, do auto-conhecimento, e muitos outros "autos", mas nunca me adentrei ao feminismo de fato, porque eu não o conhecia tão bem como agora, e venho estudando e me aprofundando não só a história da Mulher, mas sobre quem somos desde sempre.

Ser de alguém já é estranho, imagina a mulher que sempre foi considerada propriedade, afinal, muitas mulheres quando casam, tem em seu nome o acréscimo o sobrenome do marido, eu sempre achei isso estranho, mas vamos lá, vamos conversar...

Tenho assistido filmes, lendo biografias, documentários, tudo que vá me ajudar a conhecer melhor e não é de se espantar que o mundo continua do mesmo jeito, com algumas leves melhoras.

Vamos parar para analisar, as mulheres sempre são retratadas como objetos, somos sempre de alguém, filhas de alguém, algumas são esposas de alguém e tem filhos.

Os trabalhos sempre são exaustivos e acumulamos tarefas, somos a faz tudo sem remuneração, para uma sociedade capitalistas, somos escravas?

Fazemos por amor, fazemos porque não tem outra pessoa para fazer e quando não fazemos, somos a má mãe, a má esposa e a má mulher, enfim, ora deusas, ora más, não dá para entender o que o mundo quer da gente.

Daí chega eu, a feminista chata que se envolve nas muitas questões sociais e entra na vida das pessoas como a pensadora e manipuladora... Bem , muitas de nós somos vistas como as egoístas , vai entender a humanidade!!!

A feminista chata é aquela que sabe o que está falando, que conhece o falar egoístas das pessoas que normalizam o preconceito, e acreditam que a mulher precisa cuidar do lar e deve se sobrecarregar, sim, a mulher é a super em tudo, mas sempre foi assim, e foi por isso que ela está sempre se sentindo culpada por não fazer esse papel quando se sente estanha com essa história que tudo sobra para ela, essa mulher, essa mulher faz tudo, somos nós, somos todas nós em diferentes aspectos, e não adianta falar que isso vai mudar com um toque de mágica, porque não vai ser assim.

Vejamos, nós enquanto mulheres somos as deusas que criamos para nos deixarmos mais fortes, somos o ventre do mundo e sendo assim fomos domesticadas a sermos essa mulher cuidadora, essa mulher que abraça o mundo , somos sim, a mulher amorosa e gentil, a que deseja a paz em tudo, mas precisamos desempenhar um outro papel, de sermos nós mesmas , a cuidarmos para que não seja sempre assim, que temos o nosso espaço onde queremos estar.

Sermos fortes o tempo todo já está anexado em nós, mas porque não podemos nos cansar desse fardo?

NÃO vamos deixar de ser cuidadoras, as mulheres amorosas e femininas, mas quem lutou pelo trabalho remunerado, pelas tantas conquistas ? Fomos nós, porque não havia outra saída a não ser querer isso e lutar por isso, na verdade, apenas os que precisam dessa justiça é que a procuram, já ouviram falar de um dono de uma indústria fazer greve? Acredito que não. 

Só quem se incomoda com a situação é que se vira para mudar, portanto, somos capazes de fazer grande ações mas nos basta a vontade e a união de muitos para que isso aconteça, então, ser feminista chata não é uma denominação ruim, é esta feminista chata que está fazendo a diferença, seja no seu próprio lar, seja no ambiente do trabalho, somos nós a criadora de polêmicas, não importa, fazemos alguma coisa, mesmo que seja alguém como eu, que escreve para outras mulheres falando as próprias experiências, tentando mudar o humor , somos nós que fazemos e é só.