segunda-feira, 31 de julho de 2023

Olhos nos olhos...




A vida é mesmo uma caixinha de surpresas, dependendo do nosso coração a vida simplesmente acontece em ciclos.

Perdemos tanto tempo tentando fazer algo para agradar os outros que nos esquecemos de nós mesmas, não que seja errado fazer algo de bom para alguém mas quando nos excluímos de nossa própria vida , é hora de repensar.

Quantos de nós já passou por esse ciclo e se deu conta de que estava vivendo para viver a vida do outro.

Nós pais normalmente fazemos de nossos filhos seres tão especiais que podemos impedi-los de crescer e viver frustrações que eles deveriam viver para crescer, e não fazemos isso apenas para nossas crianças ainda pequenas, fazemos isso por quem amamos e deixamos nos levar por um sentimento tão forte que nos esquecemos de nós mesmos e nos tornamos zumbis modernos.

Os mesmos motivos que nos levam a ignorar a nós mesmos são os que nos mantém unidos a esses que pensamos em proteger.

A maioria de nós fomos educados para sermos bons e prestativos, porque nosso subconsciente entende que somos queridos apenas por esses motivos, portanto, estamos sempre nos trazendo desculpas para sermos assim.

E como mudar isso, como podemos nos curar desse sentimento de querer sempre agradar alguém?

Nos cuidando, pensando e refletimos sobre quem somos e quem queremos ser, não seremos egoístas em fazer o que gostamos, porque pensemos dessa forma, quando cuidamos de nós fica muito mais fácil para cuidar de quem amamos, a nossa saúde mental exige isso de nós mesmos.

Quando estamos conectados com as nossas próprias vontades estamos nos querendo de volta, estamos querendo nos reconectar com as nossa essência.

Tudo que temos em nós, conseguimos encontrar no outro em porções diferentes.

Todas as nossas frustrações, todas as nossas emoções e contenções estão dentro da gente e precisamos nos mergulhar em quem somos de verdade e buscar o nosso melhor é como andar pelos mesmos caminhos, ou seja, é entrando e encarando as nossas sombras que encontramos o nosso melhor, é encarando o espelho que passamos a entender as nossas falhas e mudar o que consideramos inadequados.

Quando protegemos demais alguém evitando que ele se machuque estamos contribuindo para que nós e ele nos machucamos depois com uma intensidade ainda maior.

Dizer não, é dizer sim em muitos caso, um sim para a nossa saúde mental, sim para nosso autocuidado , a nossa forma de lidar com os problemas e como encaramos as nossas frustrações nos indica se crescemos ou não.

Vamos dizer sim a nós mesmos, vamos deixar de cutucar nossos machucados ao invés de curá-los, é importante nos lembrar de que qualquer coisa que façamos por alguém de bom nos fará bem e dizer não, pode ser bom para todos nós.

Sejamos bons com o nosso coração sem que sejamos egoístas, somos apenas egoístas quando não olhamos com compaixão e deixamos de ajudar quando temos todas as condições para isso.

Enfim, vamos dar uma olhadinha no nosso espelho?

terça-feira, 11 de julho de 2023

Tirando as casquinhas do machucado.

 Eu respiro, eu sinto e eu pressinto, cada galho caído no chão vem de uma árvore e cada cantar de um pássaro me trás a sensação de liberdade e é por isso que amo ver os pássaros voando como se agradecessem pelo vento e pela natureza a vida e o seu cantar.

Talvez eu pareça longe do tempo em que vivo ou da realidade massante em que me encontro, mas esse contato com a natureza me faz viva e motivada a fazer o meu melhor.

Eu posso sentir qualquer tipo de amor, amor que me arremata, amor que me encanta ou mesmo o mesmo amor que sacrifica, eu não sabia  que podia dividir o amor em tantos pedaços, e nem que a paixão demorasse tanto a a acabar e que a verdade dói tanto que nos desmonta.

Quando se olha para frente se percebe um caminho que dificilmente se pode voltar, quando acendo velas para as minhas intenções, eu me lembro de quem eu sou essencialmente e me esqueço imediatamente dos motivos pelos quais mudei e me tornei triste, mas a alegria vem sempre por motivos naturais e que nos fazem sentirmos tolos, mas é genuína e clara, choro por motivos igualmente tolos mas quando percebo que a tristeza quer me carregar pelo colo , me apronto para viver cada etapa que preciso viver, e me entrego ao meu sentimento sem erro e sem pensar muito, porque aprendi que sentimentos são nossos e devem ser vividos até que nós mesmos possamos transmutá-los se caso for necessário.

Cada um de nós carregamos marcas e algumas cicatrizes doem quando cutucadas e demoram para serem esquecidas , mas há sempre uma chance para aprendermos a nos conectar com algo bem maior, somos nós que criamos as nossas próprias estratégias para superarmos algo que precisa ser aprendido dentro de nós e que sentimentos morrem quando deixamos de focar neles.

Quando alguém sente ódio por mim, eu simplesmente deixo pra lá, não quero me conectar com sombras dos outros, cada um carrega sua própria sombra e se encarregam de cuidar desses sentimentos sombrios ou não, sentimentos são pedaços de nós que cuidamos ou deixamos para lá, tanto a alegria e como a tristeza devem sempre estarem conectadas pois a dualidade nos ajuda a fazer escolhas, as nossas escolhas se transformam no que somos em todos os aspectos da vida.

Então, eu em minhas meditações e tentando entender meus sonhos , eu escolho ser feliz, buscar o que eu preciso encontrar, seja perto ou longe de mim.

Eu escolho ser feliz com os sentimentos que eu carrego e me constroem.

Eu escolho entender a dor do outro assim como ele tenta entender as minhas dores e para suportar também a dor de nos curar.



A cura é dolorosa quando nos apegamos a ela, é como tirar a casquinha do machucado , ela esconde a cura mas dói as vezes.

A casquinha do machucado sempre nos trás a alegria de ter passado esse processo entre o machucar e a cura,a casquinha nada mais é do que a certeza de que tudo passa e que precisamos ter coragem para tirar de nossas vidas o que nos incomodam.

Então, vamos tirar as casquinhas dos machucados e seguir em frente?

Não existe cura sem a dor , e nem há dor sem esse foco constante nela, portanto, tudo é um processo, tudo é um momento importante.

Quando damos a luz a um novo ser, é sempre doloroso, não porque é uma coisa ruim, mas é preciso passar por momentos assim para encontrarmos a luz, para que haja luz é preciso que haja um momento de escuridão, um momento em que o conhecimento nos é obscuro.

Conhecimento clareia a nossa existência e nos fazem querer ir além e nos conhecermos é essa luz vindo à tona, deixemos que venha essa luz, e mesmo que os nossos tantos momentos sejam dolorosos, é só um momento, o medo sempre é constante mas ele vai, assim como o tempo... o medo nos aprisiona mas por outro lado nos informa e nos ensina, então pensemos, tudo vale a pena ser vivido.