segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Algumas considerações sobre Calibã e a bruxa.


 


Ainda lendo o livro " Calibã e a bruxa " me deparo com documentos impressionantes, não apenas por serem desconhecida por muitas mulheres mas por serem dados tão absurdos.

Que a violência sempre existiu contra as mulheres,  é um fato mas que fora tão amplamente aceito e legalizado , isso é de fato assustador.

Quando as mulheres lutam por seus direitos não é apenas porque necessitam, mas porque nós mulheres merecemos, o machismo não é apenas algo que deva ser combatido mas é preciso bani-lo de nossa história, o patriarcado não só destruiu grande parte de nossos conhecimentos ancestrais como também destruiu parte de quem somos e que precisamos nos apossar de tudo que nos foram tirados por sermos quem somos.

Grande parte da população feminina são massacradas por desconhecerem o valor que possuem, hoje com todas as ferramentas que dispomos , somos capazes de nos fortalecerem não apenas como mulheres mas como grande pessoas que somos.

Mulheres de todo o mundo estão se unindo e se redescobrindo e isso é maravilhoso visto que há ainda muito que fazermos por todas nós.

Quando as mulheres de séculos antes deste se viram presas, elas se revoltaram, elas se uniram e transformaram o mundo para que hoje tivermos a possibilidade de falar e nos tornarmos ainda mais fortes.

Quantas de nós ouvimos que nascer "mulher" é um grande fardo?

Todas nós já sofreu algum tipo de assédio ou violência, e nos silenciaram porque não tínhamos como provar as anormalidades que sofremos?

Tentamos protegermos de todas as violências possíveis e inimagináveis mas é quase impossível, porque ainda estamos presas ao patriarcado e o que me deixa ainda abismada é que muitas mulheres são machistas e educam seus filhos com ideias machistas e como convencer essas mulheres do contrário?

É uma grande tarefa de todas nós convencer o mundo de que o machismo não pode ser uma coisa normal, e nos deparamos com barreiras gigantescas quando dizemos que o feminismo é um movimento por todas nós.

Muitas mulheres foram vítimas de estupro coletivo, eram queimadas porque não queriam ter filhos e muitas por algum motivos sofreram aborto, mesmo aquelas que deram a luz mas as crianças nasceram doentes ou mortas, todas elas foram mortas porque não estavam de acordo com a "civilidade" imposta pela sociedade, pela Igreja, ou seja, mulheres traíram outras mulheres por medo, por intrigas, não importa, eram mulheres que mesmo diante de todas as atrocidades impostas não desistiram de si mesmas, elas lutaram até o fim.

Isso só foi uma parte de nossa história e o que vem além disso?

Nós precisamos esclarecer outras mulheres, estar entre mulheres que ignoram o seu poder e mostrá-las que somos capazes de mudar as nossas perspectivas e ampliar os nossos olhares. 

As mulheres foram escravizadas e mutiladas com seus direitos, não eram donas dos seus corpos, não podiam trabalhar como desejavam, tinham seus salários sequestrados, filhos tirados e muitas queimadas por serem grandes conhecedoras de si mesmas, hoje admito termos evoluído bem, mas não mudou muitas coisas, porque o pensamento machista não mudou, adquirimos mais paciência, ainda lutamos para sermos valorizadas, ainda temos os nossos trabalhos dentro da invisibilidade e muitas questões a serem discutidas, mas há grandes mulheres que lutam por todas nós, devemos nos tornar visíveis nessa luta constante para retornarmos a nossa liberdade.

A maioria de nós mulheres ainda estão feridas, grande parte de nossas vidas fomos educadas para sermos discretas, sermos silenciosas e muitas de nós desconhecem o prazer, têm medo de sentirem prazer , não conhecem seu próprio corpo, ou seja, somos criadas para sermos sempre excluídas, e somos marginalizadas por pensarmos diferente, mesmo com tantas mulheres quem estão nos ensinando, ainda sim nos faltam mais chances, nos é imposto certas atitudes machistas, porque o patriarcado domina a nossa sociedade.

A liberdade, a igualdade e fraternidade que tanto buscamos ao longo de nossa jornada deve ser nossa maior meta e ensinar as nossas crianças a validade dessas três palavras que nos motivam , enfim, cada vez que nos reconhecemos como mulheres, nos reconhecemos como humanas que lutam pela sua existência com o amor e o respeito que merecemos.



sábado, 25 de novembro de 2023

Domesticação das mulheres!!!



 É estranho imaginar uma pessoa sem passado, é estranho imaginar como nós mulheres desconhecemos a nossa própria história.

Quando comecei a estudar o feminismo com mais entusiasmo eu percebi o quanto a minha história estava apagada dentro de mim.

Ao buscar as minhas origens e meus ancestrais eu pude perceber o quanto nós mulheres perdemos milênios de histórias porque nos domesticamos para que essa história fosse esquecida, mas eu não perdi a fé, a fé em mim, a fé nos outros.

A narrativa continua a mesma, "em favor da família", mas será que apagarmos a nossa história faz crescer e proteger a nossa família?

Nós crescemos aprendendo que devemos fazer sem pensar, sem questionar, entramos numa nova fase, a nossa redescoberta, ainda há quem quer reviver " a caçada as bruxas" mas nós mulheres pensantes e histéricas queremos muito mais, queremos nos tornar mulheres selvagens, nos reconstruir.

No tempo em que as mulheres eram mais submissas e temerosas, fomos domesticadas para não morrer mas a esperança e a força , a vontade pela liberdade continua dentro de nós, nossa energia não cessou por causa do nosso passado.

Quem são as mulheres de agora, somos mais fortes?

Ainda somos fortes mas ainda continuamos lutando contra essa domesticação e a invisibilidade do nosso trabalho, eu escrevo de maneira simples para pessoas simples, porque eu sou assim, pensando na mulher simples e ainda escrevendo para ela.

Fomos violentadas quando o machismo tenta nos calar, somos violentadas quando deixamos de fazer o que nos aquecem o coração, somos violentadas quando a política não nos dá voz e morremos intimamente quando nos calamos e não conhecemos o nosso passado.

As mulheres foram domesticadas, caladas para que hoje a vida fosse como ela é, a nossa história foi sendo criada através da violência e precisamos retornarmos as nossas origens.

Quando a mulher admira a lua,quando vê a sua própria natureza com honestidade estamos retomando o nosso lugar,estamos nos tornando ainda mais fortes, a história da mulher está ainda apagada porque ainda estamos em busca de nossa verdade.

Vemos a domesticação das mulheres nos contos de fadas quando a mulher protagonista está adormecida, calada e presa, a mulher boa,é  é a mulher boazinha, a mulher submissa, essa mulher doméstica, é a Branca de Neve, é a Bela Adormecida,é Bela, a Rapunzel, essas mulheres retratadas como passivas, a mulher má, é a bruxa, a madrasta, a mulher histérica, quem somos nós nos contos de fadas, onde nos encontramos em nossa própria história?

Como foi essa domesticação?

As mulheres foram silenciadas quando o mundo machista a entendeu como perigosa, quando perceberam a sua força feminina, afinal, a mulher conhecedora de si mesma poderia cuidar dela e das outras mulheres, a mulher sabia o que era bom para ela, reconhecia a importância do seu trabalho em comunidade, mas o mundo queria que ela fosse reprimida, e começou a vê-la com um diabo de saias, começou a ensinar que o sexo era pecaminoso e a impediu de sentir prazer, a impediu de se tocar e entender o seu próprio corpo, e a fez ser uma propriedade para a reprodução, a fez sentir como inferior, traindo-a , machucando-a, a deixou morrer e perder seu valor, a mulher adormeceu e passou a temer a si mesmo e seu poder feminino.

Sem a luta de milhares de mulheres ao longo de nossa história não teríamos nenhuma evolução, não estaríamos nesse lugar de fala, os nossos direitos, as nossas revoluções não foram apenas violentas , foram baseadas na dor constante e na vontade de crescimento e de sobrevivência.

Fizeram do nosso corpo uma moeda, uma propriedade e nos mutilaram, nos violentaram para que o capitalismo se consolidasse, ou seja, nos domesticaram para nos venderem.

Crescemos aprendendo que a mulher deve sentar com as pernas cruzadas, não podemos falar alto, não podemos vestir roupas insinuantes, mas insinuantes para quem?

Quem pode dizer para quem eu deva me vestir?

Como eu devo me expressar ?

Qual é nosso lugar no mundo?

Hoje as mulheres são mais falantes, mais desejosas e mais claras, mas ainda temos muitas lutas, há ainda dores cortantes, há muitas mulheres silenciadas , não  entre as mais esclarecidas, as intelectuais, mestres, doutoras e entre as mulheres geniais, claro, elas sofrem sim, mas eu quero falar para as mais simples, as que ainda estão sofridas , as que foram forçadas a serem assim , pela falta de compreensão, pela falta de cuidado, as que sofrem com auto-estima baixa, pelas que cuidam sem serem cuidadas, essas precisam de todas nós, dos nossos cuidados.

Essas mulheres ainda doloridas, essas que se escondem numa maquiagem, que escondem-se em roupas compridas por causa das marcas roxas, eu quero estar com elas, para elas, e não me importo o quanto me sacrifico, ainda sim, será por amor a elas.



quinta-feira, 23 de novembro de 2023

Feminismo e a força feminina!!

 


Quando dizemos que somos feministas, algumas pessoas com ideias distorcidas já nos julgam como mulheres histéricas, mas não se perguntam a real razão pela qual lutamos, simplesmente se entregam à preconceitos e ignorância.

Fomos silenciadas, acorrentadas a crenças que nos limitaram e nos deixaram na periferia, o patriarcado nos calaram e nos educaram para sermos limitadas em nossas crenças, em nosso sexo nos privando da nossa liberdade.

Precisamos conhecer a nossa própria história da qual fomos excluídas e que precisamos retornar as nossas origens, colocarmos num lugar de protagonismo.

Algumas histórias nos colocam num plano menor , num lugar que não merecemos.

Desde muito antes das civilizações que conhecemos como antigas civilizações, as mulheres tiveram seus lugares como senhoras de si mesmas, dividindo seus valores mas o patriarcado nos fizeram esquecermos de quem somos e nos fizeram absorver crenças de que não somos donas de nós mesmas mas uma costela do homem para metaforizar questões mais complexas.

Enfim, nós mulheres sempre tivemos que lutar pelos nossos próprios direitos, e assim as civilizações cresceram a custas das lutas não apenas das mulheres, mas a luta da classe mais sofrida, a classe que basicamente sustenta toda a classe dominante e que se dá importância por serem manipuladores e se aproveitarem da simplicidade ou melhor da condição de servidão do outro.

Somos donas de nossos corpos , do nosso prazer e das nossas escolhas, mas isso não é uma aquisição fácil, não foi e nem será, ainda estamos lutando pela nossa condição humana de sermos livres para sermos nós mesmas.

Quantas de nós já sofreu algum tipo de abuso e se calou por razões que não nos cabe dizer agora, mas houve razões, houve agressões, mas nós nos punimos porque no inconsciente coletivo, nós nos responsabilizamos por isso.

Ainda hoje nos culpam pelas agressões que sofremos pelo simples fato de sermos mulheres, porque na mente de muitos, a mulher sofre porque quer, por dinheiro, porque veste uma roupa mais sensual, porque é um ser livre, mulher já nasce com a marca de ser vulnerável, já tem um destino de sofrimento , de perdas e de preconceitos.

O feminismo não é um movimento de histéricas, é um movimento de força, somos capazes de grandes feitos unidas, lutamos não somente para a igualdade, mas pela dignidade, pelo respeito e pelo direito de sermos humanos, de sermos humanos livres.

Ao contrário do que dizem, não nascemos para sofrer, ou para vivermos eternamente lutando, nascemos para amar, sermos amadas e sermos livres de preconceitos.

Somos as mulheres que geramos, que educamos e que constrói , logo, podemos ser quem bem entendermos, embora cada uma de nós têm suas questões morais a serem aprimoradas, lutamos pelo mesmo fim, sermos valorizadas pelo que somos, por quem somos e isso todos nós temos direitos e por que foram negados?

Talvez seja porque essa nossa energia feminina seja bem maior do que imaginamos e que a nossa força venha crescer e nos fortaleçam ainda mais.

Estamos nos unindo cada vez mais, criamos espaços maiores, criamos frentes de luta, criamos vidas livres e pensantes que possam fazer valer a nossa luta.

O Feminismo não é uma luta recente de poucos séculos, ela é antiga, começou quando  o patriarcado criou força, e isso faz muito tempo, quando a força feminina era ainda o que nos mantinham ainda unidas e guerreiras, a vida era mais simples e mais dedicadas a nós mesmas e fazíamos tudo por amor uns pelos outros, mas daí veio o patriarcado e nos deixaram perder as forças através de ideias que mudaram o mundo e nos mantiveram em segundo plano, a supremacia masculina ganhou forças, criaram-se mitos para suprimir essa força feminina que já nasce dentro de nós.

A força feminina é a energia criadora, é a energia que circunda a vida que geramos, que nutrimos dentro de nós e o feminismo é o movimento que veio restaurar essa força em nós.

Não confundamos o que já existe, não deixemos de pensar no poder que temos dentro de nós, restauremos essa força divina que nos cria e que nos renova , o feminismo é apenas uma parte do que podemos ser unidas, somos bem mais do que simples geradoras de vidas, somos a vida em si, e todos podemos ser, sem essa polaridade que nos divide, sim temos forças diferentes que nos unem, somos todos criaturas divinas, mas a vontade de poder  suprime a força feminina e assim vivemos em desarmonia.

Somos fortes quando nos unimos para um bem maior e negar a força feminina é negar a sim mesmo.

Feminismo não é algo que fora criado para separar mas para restaurar o que foi perdido e roubado, e agora nos tempos do agora temos a oportunidade  que todas as mulheres possam se lembrarem  de  nossa origem e vivermos conforme temos o merecimento, somos fortes unidas e isso é quem devemos ser desde sempre.

terça-feira, 14 de novembro de 2023

Cinderela às avessas... uma recém descoberta!!!

 


Eu poderia dizer algo diferente , poderia relatar ou transferir as histórias das inúmeras mulheres que me escrevem e replicar para os leitores deste blog para que muitos possam aprender com cada uma delas.

Eu também poderia parar de escrever, deixar de escrever coisas que nós estamos carecas de saber, mas eu me vi cercadas de nossas ideias e aprendendo a partir de muitas leituras feministas e sobre o sagrado feminino, poderia também criar textos mais fortes mas resolvi apenas escrever o que normalmente faço... coisas do coração.

Nós mulheres sempre fomos motivadas a viver nos comparando, competindo com outras mulheres como se fôssemos eternas inimigas, como se viver assim fosse normal, mas não é e nem é sadio.

Aprendemos a usar nossos corpos para serem atrativos, para sermos as reprodutoras perfeitas para outros seres perfeitos, mas será que isso não nos afastou de quem somos de verdade?

Antes das mulheres serem consumidas e consumidoras da vaidade incansável éramos deusas, éramos mulheres mais fortes e mais serenas, porque éramos nós mesmas, a nossa auto-estima não se tratava de comparações entre nós, mas éramos unidas por nossas escolhas, daí veio o patriarcado que nos orientaram numa direção oposta ao que somos, nos levando à um labirinto sem saída, nos trancaram numa redoma e nos deixaram morrer.

Nos distanciaram da vida mais leve e serena, e nos enfraqueceram, surgiu uma supremacia masculina da qual nos distanciam do nosso EU DIVINO  e nos incorporaram pensamentos que não nos ajudaram a crescer, enfim, usaram os nossos corpos, usaram a nossa força de trabalho porque sabiam que se lutarmos por todas nós, sempre ganharíamos a luta.

O feminismo não é uma luta solitária, é de todas nós, para que possamos nos fortalecer e nos reconhecermos como deusas que somos, o feminismo é uma luta eterna pela reconstrução dessa nossa identidade.

Entrei num clube da leitura, grupo de Whatsapp chamado " Cinderela às avessas " minha recém descoberta,eu me vi cercada de mulheres fortes e inteligentes, mulheres que realmente contam uma com as outras, porque é isso que devemos ser, mulheres fortes, mulheres que crescem com outras mulheres e entender a nossa história enquanto mulheres nos fortalecem.

Nas salas Xspaces , o antigo twitter, as terças-feiras Às 20:30 não é só um espaço para mulheres espertas , é um espaço para a reconhecimento de nossa própria identidade, a nossa história contada por nós mesmas.

Quando estamos cercadas de pessoas que desconhecem sua própria história estamos parados no tempo, longe da aventuras e de conhecimento, e não é isso que o feminismo quer, não é isso que queremos, queremos nos motivarmos, queremos ajudar uma as outras com o mesmo amor que desejamos a nós mesmas.



Eu criei uma ferramenta para meu auto-conhecimento, criei um mapa, uma forma de me orientar, um diário de bordo para eu pudesse encontrar um tesouro, o meu tesouro pessoal e ao longo desse período eu o retrato no meu blog pessoal, eu construí uma história , sem definição de tempo, em um lugar imaginário, o meu mapa, enfim, eu conto a história e a minha lição, tem me ajudado bastante e tenho colhido frutos disso.

Esse mapa eu me encontro, me reconheço e provoco mudanças em mim, eu crio estratégias, cada lugar retratado no mapa é um traço da minha personalidade e me sintonizo como mulher, como conhecedora, e principalmente como eu quero ser e aonde quero chegar.

O dia de hoje, o agora é sempre o melhor lugar para estarmos, embora o passado seja a base da nossa construção pessoal, o agora é sempre a projeção do que virá. O agora nos mantém esperançosos, nos dá a motivação que precisamos para continuarmos a jornada.

Podemos ter sofrido muitas coisas no passado e nos fazem reviver velhas emoções e sentimentos, mas ele já aconteceu, não há como viver o que passou, logo, o agora é nosso melhor momento, momentos de recomeços, de novos ciclos, é tempo para vivermos, reconhecermos quem somos hoje e nos inspirarmos no amanhã.

Nós mulheres já vivemos bons momentos e nos reconstruir não é uma opção, é uma realidade, devemos nos mantermos prontas para novas batalhas, desviar e mesmo criarmos novas maneiras de vermos o mundo, o nosso jeito de ver o mundo.

A nossa capacidade de criar é bem maior do que nós podemos imaginar, porque há uma imensidão de novas paisagens e temos a eternidade para aprendermos, e nos colocarmos no lugar onde devemos estar.

Hoje é um dia incrível, é o nosso dia incrível e a vida sempre nos inunda de energias positivas, e mesmo diante de qualquer dificuldade sermos quem somos nos trás uma vantagem... somos verdadeiras, somos reais e temos um mundo inteiro diante de nós.

Fomos poderosas e somos poderosas, porque somos deusas, somos criadoras de nós mesmas, merecemos sermos assim, portanto,  não importa o que virá , seguiremos lutando.


domingo, 5 de novembro de 2023

A garota da fita, da Netflix... uma série realista.

 


A série da Netflix " A garota de fita" retrata uma realidade bastante cruel, uma série de 6 episódio relata o sequestro de uma garota de cinco anos e por alguns anos o caso é investigado, a questão ainda aprofunda porque trata de pornografia infantil além da cultura do estupro e da loucura por trás de traumas profundos, mas o que é importante salientar que essa é uma realidade difícil de engolir garganta abaixo que nos deixam de mãos atadas, o que nos fazem pensar na segurança de nossas crianças , na educação que damos aos nossos filhos e que há monstros que não vivem em baixo de nossas camas, mas em qualquer lugar que encontramos num caminho de tantos atalhos.

A internet se vê como um meio eficaz para a propagação de atos como a prostituição, o estupro virtual, pedofilia, além de divulgação de vídeos de abuso,essa violência crescente é alimentada por todos nós através das redes sociais por estarmos nos sentindo seguros , mas na verdade estamos ainda mais vulneráveis.

O que nos trás reflexões diversas sobre o nosso próprio comportamento nas redes sociais, além de relacionamentos, mas a série retrata os caminhos dessas redes de pornografia que apesar de serem bastante comuns, elas ainda estão bem guardadas e senão forem extintas continuarem inseguros e inoperantes enquanto pais e responsáveis nas redes sociais.

Durante toda a série os investigadores se deparam com redes de pedofilia, cultura ao estupro mas o caso está longe de acabar devido as várias bifurcações que a série nos levam, mas a cada episódio nos reconhecemos como mulheres e pais com os nossos medos e frustrações além da loucura de pessoas que se colocam no limite de seus desejos levando-os às atitudes deploráveis para alcançarem seus objetivos.

É basicamente o conto de Rapunzel nos tempos modernos com detalhes diferentes da versão original, embora no conto a menina cresce longe da civilização, a garota vive em meio aos pais sem nenhum problema a não ser a culpa de seus próprios pais por terem raptado a menina, precisam ver a séria e analisarem com um olhar crítico.

Enfim, o final pode ser surpreendente, mas vale a pena entender os caminhos e atalhos ao longo da série para estarmos conscientes de que as rupturas da sociedade são criadas por todos nós, pelas nossas atitudes e falhas, portanto, precisamos refletir de como estamos nos comportando diante das adversidades que nos confrontamos todos os dias.



quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Feminismo e o sagrado feminino!!! Nós mulheres estamos destinadas a inferioridade?


 


Eu me pergunto muitas vezes ao dia sobre nós mulheres sermos uma atração, como se nós mulheres fossemos um troféu, alguém que as pessoas devam admirar sempre e nós temos que nos suportarmos a dor de sermos sempre as melhores em tudo, e eu mesmo respondo timidamente: Não tem que ser assim.

Vivemos numa sociedade em que nós mulheres somos uma vitrine, que temos que estarmos sempre a frente e atrás dos homens como se fossem superiores, e isso não é uma impressão só minha, é de milhares de mulheres que lutam contra isso diariamente, como militantes.

Estamos destinadas sempre a perder?

Não, nós não estamos até porque sempre estaremos sendo a base e estrutura dessa sociedade que teima em submeter as mulheres a um lugar inferior, lembrando que nós , mulheres aguentamos as cargas da historia, afinal, somos nós que educamos ou deseducamos o mundo.

Posso assegurar ainda que nós mulheres apesar de sofrermos todas as diversidades, todas as mutilações possíveis, somos nós que fizemos com que o mundo sofresse uma evolução social, sem a luta das mulheres pelos seus direitos, senão fossem os escravos que trabalharam para enriquecer, senão fossem os pobres para sustentar a sociedade onde estaríamos hoje enquanto sociedade?

A luta é por todos nós , é por todos que as mulheres trabalham e lutam por igualdade, para nos libertar desse patriarcado que luta para continuar massacrando com uma ideia morta, sim, uma ideia para nos mortificar enquanto mulheres.

Mas por que estamos ainda vivemos essa situação de maneira tão massacrada?

Vivemos em um mundo onde aprendemos a sermos mulheres, na verdade não nascemos mulheres e por mais que nos esforcemos estamos sempre tentando provar quem somos.

Queremos sermos quem somos mas acabamos nos esbarrando nas nossas fraquezas sociais e psíquicas  baseadas em ideias machistas e precisamos mudar isso, primeiramente dentro de nós, e depois de mudarmos intimamente mudamos o que nos está em nosso redor.

Não podemos nos limitar, já passamos por tantas limitações, vivemos desde cedo a viver a opressão mas será que devemos aceitar isso como servidoras fiéis?

Primeiro cuidemos de nós e cuidemos uma das outras, porque não nascemos das costelas de Adão, precisamos nos tratar como iguais , ninguém deve dizer quem deveremos ser a não ser nós mesmas, somos as mulheres deusas e não nos cabe apenas nos conhecer  como mulheres mas nos conhecer enquanto seres humanos.

Somos parte dessa natureza, não somos a natureza, mas parte dela, portanto , ela está em nós assim como em outros seres vivos, vivemos polaridades mas ainda sim, somos um em sua essência, então, não somos inimigos, somos parte de um todo, então, não podemos nos considerar inferiores enquanto indivíduos , mas pensamentos inferiores sim, podemos possuí-los.

Não somos vitrines, somos mulheres incríveis e devemos nos tratar assim, como seres em formação, em evolução sem nos sentirmos inferiores apenas por sermos mulheres.

Não nos escapa o fato de sermos em nossa formação diferentes mas a nossa natureza humana , somos todos um, então, porque somos inferiores já que temos uma diferença significativa apenas para nos designar como mulheres.

Vamos nos tornar melhores nos tornando conhecedoras de nós mesmas porque só nos libertaremos quando esse conhecimento se torna pleno e acessível a todos nós.

O sagrado feminino nos ajuda a nos conhecer como mulheres, essa energia nos cria e criamos através dela, lembremos que somos quem podemos ser a partir do momento que tomamos consciência de quem somos.

O feminismo é uma luta para vivermos o nosso feminino, a nossa energia criadora nos leva a lutar pela nossa igualdade de direito , isso não nos tira a feminilidade , pelo contrário , ela impera a nossa posição enquanto mulheres.

Sermos femininas é assumirmos a nossa essência, e o feminismo nos ajuda a entender a nossa própria história e ainda mais, nos ajudam na vitória para sermos a nós mesmas, a mudança começa dentro de nós no instante em que nos entendermos.

O feminismo é uma luta considerável contra o machismo, é a luta por nós , por sermos mulheres nessa igualdade enquanto seres humanos.

É mais fácil nos prender numa sociedade machista e patriarcal do que nos entendermos e comungar a vida.

Será que a Bíblia sagrada, que é o livro sagrado é um livro machista?

Não posso dizer precisamente ,mas eu ,por minha opinião particular, sim...

A mulher na Bíblia é santificada quando é vista como um ser que sacrifica tudo ,não estou aqui fazendo do sacrifício algo ruim, sem nobreza, mas será que a mulher só é valorizada quando esta se sacrifica para atingir um ideal divino e será que ela não pode fazer da vida dela algo nobre sendo ela mesma?

As mulheres sempre mudaram o mundo ao seu jeito, com  um sentimento sacrifícial  tornando -as quase super humanas, isso é notável , mas será que tem que ser sempre assim?

Enfim, ser feministas não nos tornam ferozes e nem estúpidas, mas empoderadas e principalmente mais empáticas, e estar conectadas com o sagrado feminino nos fortalecem enquanto mulheres que sabem aonde querem chegar.


A ressurreição -página 9



 O pianista tocou duas canções , mas as duas canções eram exatamente aquilo que se sentia por sua amada.

Anna o via emocionada , os dois amantes, se encontram logo após a apresentação, Smitt estava ocupado com seus convidados e se embebedou, que acabou dormindo no jardim.

Giovana e Pietro foram embora nas primeiras horas do dia, Smitt vira Giovana e se lembrou de seu amor e o quanto precisava esquecê-la , pois ambos estavam casados.

Smitt bebeu para ter que conviver com suas mágoas.

O poanista e Anna  se encontravam na casa de férias ao lado da grande casa aonde morava com Smitt, os empregados embora descoonfiados, nada falaram, apenas atendiam as ordens.

Após passarem a noite de amor juntos,ambos se despediram, o pianista voltou para seu velho lar magoado com a situação mas aliviado de que Anna ainda o amava.]

Smitt acordou já haviam se despedido, e ele envergonhado da bebedeira se manteve em silêncio, pegara o cavalo para reconhecer a propriedade, como era de costume, tomou um banho no rio e depois voltou aos seus aposentos, Anna ainda dormira.

O pianista ainda sentia cheiro do seu corpo, não conseguia entender a alegria de estarem juntos aquela noite.

Smitt perdera a noção do tempo e só voltara a noite, sua esposa o recebeu com um sorrido e continuaram suas vidas quase sem se falarem.

A ressurreição - página 8

 


Anna estava agora entre dois homens, não sabia o quanto sua vida iria mudar. O pianista a olhava com os olhos apaixonados e cheio de esperanças.

Na noite do sarau, Anna estava deslumbrante , o pianista estava extasiado com sua beleza, o jovem soldado a tinha  como um prêmio , não sabia aonde tinha surgido esse sentimento.

Smitt estava encantado , mas outra pessoa o chamava a atenção, era Giovana, uma mulher igualmente bela, era seu amor de infância mas se casara com Anna por convenções sociais, estava dividido, Giovana estava casada com Pietro, um italiano endinheirado, filho de proprietário  de um vinhedo , era ele o maior produtor de vinho da região de Nápoles , os dois eram apaixonados um pelo outro, Smitt era um homem apaixonadamente agitado, entre dois amores Smitt vivera uma luta interna.

O pianista olhava atento sua amada que deixava a todos encantados, não apenas com sua beleza mas como sendo uma mulher inteligente causava espanto em alguns homens , mas o pianista a contemplava assim como se contempla as estrelas.


A ressurreição - página 7

 


A noite, depois de um leve chuvisco, toda a sociedade aristocrática se encontraria n propriedade de família de Anna, para ouvir o famoso pianista e suas excentricidades.

Anna vestiu seu melhor vestido, tomou uma taça de vinho e desceu as escadarias ao lado de seu marido, que se dispersou assim que reencontrou seus amigos de guerra, todos embebedados e alguns já pensando nas orgias da noite, o pianista aprecia de longe sua amada imortal, que sorria suavemente para ele, seu rosto iluminado pela lua se declarava apaixonada , mas apenas os dois se declaravam, um no olhar do outro, eram eternos apaixonados, vivendo solitários em suas casas vazias e frias.

O soldado olhava para a esposa que não negava desacordo entre eles, mas ele já estava se apaixonando pela leveza e o brilho incomum da esposa.

Esse sentimento crescia a cada dia, e isso certamente seria um problema para o pianista que só tinha pensamentos de amor e bem querer à sua amada Anna.

Dois homens apaixonados por Anna , uma jovem dama que apenas estava ali para viver de forma simples e dedicada.

A poeira , a brisa e a lua.

 


A poeira , o doce aroma das flores.

A força dentro de mim acorda.

Há muito tempo adormecida.

Acordei ansiosa para crescer.

E a lua, me ilumina , me acende o que muito tempo se apagou.

As flores me alimentam, me inundam a liberdade que eu ansiava .

Quero que a voz se calou em todas nós se faça presente em cada canto que eu resolver cantar.

Quero ter o gosto de ter prazer.

OHH, mãe.

Me faça florescer como as cores que eu escolher ser.

Que os raios de sol me façam brilhar , deixando dentro de mim, um punhado de luz.

Que cada uma de nós possa se encontrar uma nas outras.

E vamos fazer crescer dentro de nós o amor que já existe naturalmente dentro de nós.

Que a brisa me leve aonde eu cresci.

Onde eu possa ouvir a cigarra.

E a lua possa iluminar os meus sonhos antigos .

E contar para os que virão, aonde encontramos a essência perdidas por nós um dia.

Que as nossas histórias sejam apenas cantos de glória e paz.


O sagrado feminino e eu!!! Minha redescoberta!!!


 


A vida nos amontoa , ela nos envolvem de inúmeros problemas que nos desconectam de quem somos de verdade.

Quando foi isso? Quando deixamos de sermos nós mesmas para vivermos esse capitalismo selvagem?

As mulheres foram silenciadas por muito tempo, nos deixaram sem voz e nos mutilaram de tal forma que deixamos de nos conhecermos para agradar o outro de maneira que nos esquecemos de onde viemos e quem realmente somos , e agora?

As mulheres foram consideradas bruxas, e somos sim, se entendermos a etimologia da palavra, passamos a nos considerarmos bruxas, as mulheres foram queimadas vivas, foram estupradas, adulteradas , fomos proibidas de sentirmos prazer, fomos traídas, amaldiçoadas e nos fizeram esquecer da nossa própria história.

Esse conhecimento é milenar, de muitas civilizações perdidas , conhecimento do qual precisamos nos apropriar para sermos quem nascemos para ser.

Houve um tempo em que não competíamos umas com as outras, houve um tempo em que nós éramos as deusas que conhecemos e ainda somos, basta um olhar mais apurado.

Somos as mulheres que povoaram o mundo e nos mantiveram conectadas com a natureza, com a nossa própria essência, antes do patriarcado , éramos deusas, e lembremos, ainda somos.

Precisamos nos descobrirmos como as mulheres de outrora, somos deusas lindas que precisamos redescobrirmos dentro de nós.

Como nos reencontrarmos?

O sagrado feminino me trouxe , eu no meu lugar, ainda estou aprendendo a estar presente  essa nossa fase da minha vida, fiquei adormecida por muito tempo apenas sendo a mãe boazinha, que se abdicou de tudo pelos filhos, ainda sou a mãe boazinha  agora, estou mais forte mas o que me trouxe até aqui?

Quando estamos imergidos nos problemas do dia-a -dia precisamos de um tempo para nós mesmas, mas não usar o tempo num salão de beleza, é bem mais, é estar presente , estar presente na minha própria vida.

Eu me vi completamente sendo mãe, apenas mãe , não que seja ruim, mas eu precisava me ver mais como uma mulher, uma mulher forte e determinada , não desistir do que eu nasci para ser.

As mulheres não foram sempre assim, houve um tempo em que ser mulher não era tida como histérica mas como a imagem da sabedoria e de grandes conhecimentos não só místicos mas se fundiam com a própria natureza, com a nossa mãe Terra, e continuamos sendo assim, mas é preciso irmos mais além e com mais profundidade , é preciso um sentimento mais honesto, é preciso nos achar enquanto sábias e nos conectando com a nossa essência.

O sagrado feminino é essa energia em que estamos conectadas, é esse sentimento de amor por toda a criação, é essa energia que alimenta e nos tornam mais fortes e sabedoras dos mistérios mais antigos, é o que nos tornam plenas.

Quando entramos em contato com as deusas que nos constroem , estamos nos conhecendo e nos aceitamos como somos de forma genuína e com uma beleza singular.

Quando aceitamos que fazemos parte dessa natureza , estamos aceitamos a  leveza das nossas vidas e celebramos a vida com naturalidade e humildade, esse contato com essas energias nos fazem  refletir sobre a nossa existência e nosso poder que exercemos.

Que poder é esse?

O poder vem da sabedoria, vem desse amor que já nascemos com ele e que dele fomos criadas, essas energias que conseguimos co-criar e nos guiar para fazer o bem.

As deusas sempre estiveram intimamente ligadas a nós, porque elas nos representam e nos fortalecem quando nos conectamos com essas deusas dentro de nós.

Nós somos deusas, somos nós o ventre do mundo, o poder de dar a luz, e esse contato mais íntimo com a natureza, com a nossa natureza nos dão esse poder inimaginável.

O ver a vida brotar, ver o movimento das águas, o som do vento e o pulsar do sol dentro de nós, precisamos sentir isso, sentirmos unas.

Façamos esses exercícios meditativos sempre para que essa conexão nos tragam a consciência de quem realmente somos, nos alimentam o coração.

Aprendemos que o sofrimento nos eleva o espírito, isso é milenar , portanto, vamos filosofar sobre a origem desse esquecimento de quem somos, de quem fomos , porque ao entendermos isso, estaremos nos apropriarmos desse sagrado feminino.

Podemos passar uma boa parte do nosso tempo trabalhando em áreas diversas mas precisamos usar nosso tempo para nos conectarmos com o nosso Eu divino, para que não nos esqueçamos de quem somos.

Nos inspiremos em mulheres que consideramos forte, nos inspiremos nas deusas que aprendemos a entender, nos inspiremos na nossas ancestrais que nos deixaram esse mundo e que nos conectemos com as mais altas energias para que as nossas vidas também sejam inspirações.

Uma sugestão de leitura. " Calibã e a bruxa" de Silvia  Federici, estou aprendendo muito com essa leitura e espero que gostem também.

Qualquer literatura que nos façam nos conectar com a deusa que nós somos é de grande valia.