segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Algumas considerações sobre Calibã e a bruxa.


 


Ainda lendo o livro " Calibã e a bruxa " me deparo com documentos impressionantes, não apenas por serem desconhecida por muitas mulheres mas por serem dados tão absurdos.

Que a violência sempre existiu contra as mulheres,  é um fato mas que fora tão amplamente aceito e legalizado , isso é de fato assustador.

Quando as mulheres lutam por seus direitos não é apenas porque necessitam, mas porque nós mulheres merecemos, o machismo não é apenas algo que deva ser combatido mas é preciso bani-lo de nossa história, o patriarcado não só destruiu grande parte de nossos conhecimentos ancestrais como também destruiu parte de quem somos e que precisamos nos apossar de tudo que nos foram tirados por sermos quem somos.

Grande parte da população feminina são massacradas por desconhecerem o valor que possuem, hoje com todas as ferramentas que dispomos , somos capazes de nos fortalecerem não apenas como mulheres mas como grande pessoas que somos.

Mulheres de todo o mundo estão se unindo e se redescobrindo e isso é maravilhoso visto que há ainda muito que fazermos por todas nós.

Quando as mulheres de séculos antes deste se viram presas, elas se revoltaram, elas se uniram e transformaram o mundo para que hoje tivermos a possibilidade de falar e nos tornarmos ainda mais fortes.

Quantas de nós ouvimos que nascer "mulher" é um grande fardo?

Todas nós já sofreu algum tipo de assédio ou violência, e nos silenciaram porque não tínhamos como provar as anormalidades que sofremos?

Tentamos protegermos de todas as violências possíveis e inimagináveis mas é quase impossível, porque ainda estamos presas ao patriarcado e o que me deixa ainda abismada é que muitas mulheres são machistas e educam seus filhos com ideias machistas e como convencer essas mulheres do contrário?

É uma grande tarefa de todas nós convencer o mundo de que o machismo não pode ser uma coisa normal, e nos deparamos com barreiras gigantescas quando dizemos que o feminismo é um movimento por todas nós.

Muitas mulheres foram vítimas de estupro coletivo, eram queimadas porque não queriam ter filhos e muitas por algum motivos sofreram aborto, mesmo aquelas que deram a luz mas as crianças nasceram doentes ou mortas, todas elas foram mortas porque não estavam de acordo com a "civilidade" imposta pela sociedade, pela Igreja, ou seja, mulheres traíram outras mulheres por medo, por intrigas, não importa, eram mulheres que mesmo diante de todas as atrocidades impostas não desistiram de si mesmas, elas lutaram até o fim.

Isso só foi uma parte de nossa história e o que vem além disso?

Nós precisamos esclarecer outras mulheres, estar entre mulheres que ignoram o seu poder e mostrá-las que somos capazes de mudar as nossas perspectivas e ampliar os nossos olhares. 

As mulheres foram escravizadas e mutiladas com seus direitos, não eram donas dos seus corpos, não podiam trabalhar como desejavam, tinham seus salários sequestrados, filhos tirados e muitas queimadas por serem grandes conhecedoras de si mesmas, hoje admito termos evoluído bem, mas não mudou muitas coisas, porque o pensamento machista não mudou, adquirimos mais paciência, ainda lutamos para sermos valorizadas, ainda temos os nossos trabalhos dentro da invisibilidade e muitas questões a serem discutidas, mas há grandes mulheres que lutam por todas nós, devemos nos tornar visíveis nessa luta constante para retornarmos a nossa liberdade.

A maioria de nós mulheres ainda estão feridas, grande parte de nossas vidas fomos educadas para sermos discretas, sermos silenciosas e muitas de nós desconhecem o prazer, têm medo de sentirem prazer , não conhecem seu próprio corpo, ou seja, somos criadas para sermos sempre excluídas, e somos marginalizadas por pensarmos diferente, mesmo com tantas mulheres quem estão nos ensinando, ainda sim nos faltam mais chances, nos é imposto certas atitudes machistas, porque o patriarcado domina a nossa sociedade.

A liberdade, a igualdade e fraternidade que tanto buscamos ao longo de nossa jornada deve ser nossa maior meta e ensinar as nossas crianças a validade dessas três palavras que nos motivam , enfim, cada vez que nos reconhecemos como mulheres, nos reconhecemos como humanas que lutam pela sua existência com o amor e o respeito que merecemos.



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