segunda-feira, 21 de setembro de 2009

As mulheres da minha vida- página sete


O sol em seu esplendor inundava o ambiente onde as amigas se encontravam, as energias luminosas do sol ali estavam para purificar o ambiente para agora a revelação que aquelas almas sofredoras ali pudesse relatar com detalhes as suas lembranças e assim foi.
_ Minhas amigas que salvaram a minha vida , a morte eu vi diante de meus olhos e nosso estimado Messias me ajudou a resgatar.Devo agradecer-lhes por tudo que me concederam e agora devo dizer a verdade, que por muito tempo me vi presa , pois esta afeta a todas nós inclusive a pequena Sara que desde já amamos.Naquele dia em que nos encontramos temia ser encontrada por aqueles que mataram Ester, meu coração pulsava fortemente ao chegar em casa, para falar a verdade nem tive coragem de entrar, simplesmente me detive a relembrar os altrozes, mas deus em meu coração diz que o amor deve ser maior que o medo. Ao chegar tive a intuição de não entrar em casa, chegaram arrombaram a minha casa e ao saírem entre e vi o que fizeram, procuravam algo , não sei bem ao certo o que era, mas queriam a mim e a minha jóia, a única que possuo, um calafeu, herança de meu pai que morrera nas cruzadas, meu irmão que Deus também o tenha morreu durante a guerra, e a jóia é a única lembrança que tenho de uma família esquecida.Como a jóia não me desprendo, aquela manhã resolvi enterra-la debaixo de uma árvore diante de minha casa com um papel de seda o envolvia, então esperei um tempo debaixo da cama para que se eles voltassem não pudessem me encontrar, adormeci ali mesmo, entre bichos indo e vindo pois se deixasse as portas fechadas provavelmente iriam entrar e logo me encontraria, mas quando amanheceu então preparava-me para fugir, não sabia bem qual seria meu destino mas as minhas idéias fervilhavam, pensei em minhas amigas mas não poderia, seria me setenciar a morte.
_ Porque diz isso.
_ Porque os meus algozes são seus respectivos maridos.Eles e seus fiéis seguidores.
Neste momentos as mulheres pálidas se colocaram apenas a ouvir.
_ Siga , continue por favor, não esconda fato algum.
_ Quando me preparava para sair chegaram dois homens ditados nobres para que eu os acompanhasse, diziam serem clientes vindos de longe, mas eu os neguei e estes me pegaram pelo braço, então debaixo daquela árvore me violentaram e então vi com meus olhos os dois homens que mandaram matar Ester.Disseram que eu precisava pagar o que Ester devia a eles e a jóia que possuia já lhes eram suficientes, e que alguém me vira enquanto Ester morria em seus braços, alguém me viu naquele dia, não sei quem é ,mas me viu.Eu era testemunha de um crime, ninguém poderia prever. Uma mulher da vida não teria chances mas eles achavam melhor me matar do que correr risco de que eu um dia falasse.me pegaram me atiraram pedras e por fim, me apunhalou e eu não mais tive reação a nào ser orar por um anjo naquele momento mortal.Me jogaram na estrada mas as minhas amigas me encontraram , me deram um lar, uma vida com que sempre sonhei, mas agora temo por vocês que me acolheram.
A menina Sara com seus olhos umidecidos disse num tom misericordioso e dotada de uma vidência, disse suave.
_ Minha querida Matilda , também presenciei a conversa de Ricardo num pequeno clarão, na floresta, não contei nada pois temia represária, meus pais e minha família cigana nada podem sofrer, já tantos séculos perseguidos.Agora com essa revelação temo por todas nós.
Maria pálida mas sóbria sorriu e disse, vamos tomar um chá e nos recompormos pois este dia já está findando e precisamos tomar algumas atitudes.Minha queria Maria prepare para nós um chá de erva doce, disse a uma de suas empregadas.
_ Sim Senhora.
Maria era uma mulher muito forte e dígna estava com a família de Maria a muitos anos , tinha total confiança das mulheres da aldeia.Logo que trouxera a jarra com o chá retomaram a conversa.
Cristina então já repomposta disse com um ar de superioridade e destreza.
_ Precisamos de estratégia para que não encontrem Matilda e a pequena Sara, precisamos ter cautela pois agora somos nós as mulheres dotadas dessa verdade que é de total segredo entre nós.Devemos agora pensar em um modo para tirar Matilda desta casa pois como sabemos que nossos maridos são os criminosos cruéis devemos então nos precaver, mas acho que ainda deva ficar aqui, ainda não sabem que Sara sabe de tudo, então corremos menos riscos, na verdade meu coração palpita forte e descompasso. Eu já me sinto inojada com meu marido a agora estou ainda mais indignada.Como poderei olhar em seus olhos?Como podem ir até a Igreja e diante de Deus disserem-se homens de bem?Temo pelas minhas reações diante dele.
_ Cristina, também passo por igual situação e nós mulheres da aldeia devemos usar nossa intuição e inteligência para que nada desconfiem, ou corremos risco de vida e os outros com quem convivemos.Meu marido Ricardo já trazia de antes então indícios de crueldade mas meus pais me obrigaram a me casar com ele, mas com o tempo eu passei a ama-lo mas o tempo também nos ensina que amor verdadeiro é algo bem maior do que nós podemos pensar, eu por ele tenho apenas desprezo mas meu papel diante de tudo isso é de mulher de Ricardo Pereira.Nós precisamos nos unir e nos dedicarmos a resolver estas questões antes que descubram Matilda aqui então como esperamos correremos riscos.
Apreensiva Estela se fez falar e tomou a decisão mais difícil de sua vida, contaria a verdade.
_ Cristina, tenho algo a lhe dizer, há muito tempo seu marido Gustavo me assedia, no início senti igual atração mas percebi o quanto nós duas somos amigas e sentimento de amor é maior, sei que ele é um homem cruel e selvagem , devemos tomar uma atitude um quanto antes pois temo que correremos perigo.
_ Porque não me disse isso antes?
_ Temia sua reação.
_ Não confiou em mim, mas vamos nos recompor e planejarmos algo antes que eles descubram.
Mal sabiam elas que eles já há muito tempo desconfiavam de suas saídas constantes nas tardes mais quentes e longe das crianças mas com ingenuidade elas nada observaram mas foram seguidas durante o trajeto. Um de seus comparsas as esperavam do lado de fora para então saber do que se tratavam aqueles encontros, como ainda não sabiam que Matilda se encontrava ali nada falaram aos seus patrões, mas aquela menina cigana ali os deixaram curiosos.Antes que elas pudessem sair eles voltaram para relatar a tarde de encontro das mulheres da aldeia.
Matilda com uma intuição firmemente guiada por sua amiga Ester, logo disse:
_Não devo demorar por aqui, algo me diz que eles em breve virão.
A menina Sara então disse:
_ Logo saberão sobre mim, o que devo falar?
_ Que a carroagem a machucou que a trouxemos para esta casa e que fomos embora.Assim não correrá risco.
_ É melhor que partimos agora antes que anoiteça, deixaremos Sara em sua casa e Matilda fique atenta aos passos e aos redores, sinto que eles possam aparecer.
Elas se despediram e tudo fizeram como planejaram, no dia seguinte um empregado de Ricardo foi até a casa de campo constatar o que pensara mas nada encontrou pois Matilda no momento se encontrava na mata buscando ervas para seus banhos matinais, ao voltar descobriu e ficou apreensiva e não saiu do quarto até se sentir segura e decidida a ir embora, temia pelas amigas.
Nesta mesma manhã Gustavo foi até a casa de Sara e perguntou o que fazia ela em companhia de Cristina e ela muito gentil embora amedrontada disse o que havia combinado naquela tarde.
Gustavo confiante saiu e disse para que ela ficasse longe de Cristina, pois não queria que influenciasse sua mulher com coisa que não eram de Deus e que em breve deviam sair dali.
Sara assim que ele saiu, foi a procura de Maria relata o que acontecera então todas se reuniram na casa de campo esta que poderia ser a última vez .
Matilda então relatou o que sentira então tomaram a seguinte decisão.
Sara deveria contar a seus pais o que acontecera para que fugisse de lá mas que planejassem com cutela para não sofressem, mas já se instalaram ali, dificilmente iriam mas era preciso que fossem embora o quanto antes, Sara parecia prever o que de certo aconteceria.
O tempo passou e eles se acostumaram com as saídas de suas mulheres,a menina Sara já não dava indícios de amizade com elas, entào ficaram traquilos, pensaram que era apenas uma cisma ou algo assim.. Mas na verdade as mulheres da aldeia continuavam se encontrando Sara ensinava a elas a magia cigana , as ervas curativas, e elas as mulheres da aldeia já estavam sensíveis as coisas do além.A presença de Ester eram constantes e a cada encontro se tornavam ainda mais unidas.Enquanto isso seus maridos se rediam as noites vadias e a crimes sem a menor suspeita de que homens nobres podiam ser causadores de tantas trocidades, mas nada sem muitas novidades, a esta alturas as mulheres da aldeia quase não iam até a igreja e quando perceberam já não podiam fugir do que se tornaram serem, verdadeiras ciganas.
Sara se sentia já mulher da aldeia e seus ensinamentos muitos eram acrescentadas por Messias. As crianças passaram a ir com mais frequência e ali naquela casa de campo crescia a harmonia e a união daquelas mulheres ciganas.
Passavam horas estudando as energias do lugar, dominavam técnicas e elas se tornavam ainda mais fortes e confiantes.
Mas seus maridos que nada sabiam continuavam vivendo vidas duplas e elas não mais se interessavam, foi aí que começaram a desconfiar das tardes em que elas se encontravam, pois deixaram de serem suas mulheres , as vezes estas se deitavam , faziam seu papel como mulheres e nada sentiam a não ser inojadas e em muitas ocasiões desprezíveis , pois eram apenas o que eram, mulheres.Não queriam mais dormir com seus maridos mas a idéia de serem descobertas e de que eram esposas perante aos olhos de Deus, assim com eram -lhes ensinadas pelos padres e por suas famílias, eram preferível ser odiada pelos maridos do que serem amaldiçoadas pela família e pela igreja.
A Espanha era cruel com os infiéis, muitos falavam das atrociadas que fazia no novo mundo e ficavam temerosos em serem mandados para o outro continente. O clero era ainda mais cruéis a medida que iriam perdendo fiéis, quando o padre Amaro notou que as mulheres da aldeia já não iam tanto a Igreja e notando a ausência em suas casas a tarde como confidenciaram seus maridos , ele como se esperava já queria entender o que faziam aquelas mulheres naquela casa pequena e de pouco valor no meio da floresta, então pos-se a agir conforme ele dizia: Fazer a vontade de Deus, em sua defesa . mas nada sabia ainda a respeito então passou a questioná-las a respeito, só assim poderia agir.

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