quinta-feira, 17 de setembro de 2009

As mulheres da minha vida- página cinco.


Nossa Sara entra na casa da sogra amada e gentil e sente-se incrivelmente mais leve sua sogra percebe a transparência da situação pois tem uma sensibilidade aflorada e trabalha constantemente seu íntimo e sua força energética.
_O que houve mamãe, está estranha?
_ Não é nada meu filho, só uma alegria grande em vê-los. Como está o meu netinho?
_ Está bem!Ainda não dá para saber o sexo mas quero que seja apenas saudável.
_ Minha filha ! Posso falar um instante com você?
_ Sim .
_ Meu filho vá preparar um lanche enquanto conversamos.
_ Tá bom, mamãe.Não vá falar maluquices com Sara, ela já anda preocupada.
_ Calma.Tudo dará certo meu bem. Venha Sara.
Entram num quarto onde estão algumas fotos.
_ Minha filha, sabe que te considero como uma filha, sabe também que tenho que agradecer por ser a nora gentil e amável, mas tenho que lhe dizer algo.
_ O que foi?
_ Está se sentindo bem?
_ Tenho tido sensações estranhas referente ao meu filho, um sentimento que não compreendo.
_ Sabe que sou espírita não sabe? Então. Tenho recebido algumas mensagens referente ao meu neto querido. Não quero que se assuste.
_ Eu sei, antes eu tinha medo disso mas quando conheci a Senhora, estou mais esclarecida, antes tinha muito preconceito e era incrédula.
_ Eu sabia disso e sinto-me aliviada.
_ Quero que vá comigo as reuniões no centro para que faça um tratamento energético, quer dizer, para que você não tenha essas sensações estranhas e que te encomodam, sabemos do que se trata e aos poucos serào revelados muitos segredos e questões que lhe trás desconforto.
Abraçaram-se e Sara chorou compulsivamente como se aquela mulher a sua frente fosse sua mãe.Sara possuia uma tristeza íntima pois se sentia só , longe de sua màe que já falecera e aquela mulher chamada Sofia, era agora sua mãe querida.
As duas ficaram minutos ali abraçadas e Sofia viu um espírito infantil sorrindo naquele momento ,ela reconheceu seu netinho que viria em breve a este mundo.
_ Mãmãe? O que está fazendo? Sara não pode ter emoções fortes. O que disse a ela?
_ Nào disse nada demais , só me chamou para participar das reuniões no centro e claro que vamos.
_ Não vou não, tenho medo.Depois a gente conversa sobre isso.
Maria estava agora em seu quarto acariciando sua barriga já grande mas ainda estava preocupada com Matilda , pois vira nela algo que lhe assustara, sentia em seu íntimo que correra perigo mas quem iria acreditar além de Messias seu servo querido e humilde.
Nas escadarias de sua casa estava quadros magnificos entre eles seus antepassados, aquela casa pertencia a sua família mas quando casara aquela casa agora pertencia a seu marido Ricardo e isso fizera dele muito mais arrogante que antes, mas ela pouco se importava apenas refletia sobre sua própria conduta moral perante aquela situação, estranhamente a morte de Ester mexeu com ela, coisa inesplicável ao seu ver e seria obvio que seu marido nada entenderia.
Chamou Messias e lhe disse:
_ Meu querido Messias, por favor venha, vamos conversar. Tenho algo no meu peito e que quero compartilhar com alguém do qual posso confiar.
_ Sim ama!Na minha terra isso era explicados pelos espíritos da natureza, mas não posso dizer nada e nem mesmo orar por eles. Sabe ,essas coisas colocam a gente na fogueira, então eu não quero morrer.Muitas pessoas usam isso e eu não quero prejudicar ninguém , sou seu servo e só posso servir a Senhora.
_ Meu amigo!
Maria pôs-se a chorar naquele ombro calejado e judiado, ele com seus braços forte acariciaram seus longos cabelos louros e disse com um tom gentil.
_ Minha ama, tenho pela Senhora uma admiração e respeito, devo alertá-la.
_Sobre o quê?
_ Vosso marido.
_ O que há?
_ Ele anda muito estranho , apenas isso.Todos nós gostamos da Senhora e sabemos da forma que lhe trata, não é cortês.
_ Sinto muito se ele não los agradam. Mas ainda é o meu marido.
_ Sim Senhora, devo calar-me então.
_ Não meu amigo, só me diga , porque pensas assim.
_ Não gostamos da forma que ele lhe trata .
_ Tudo bem, já entendi.Na verdade, estou desconfortável sobre a morte daquela mulher, Ester. Tu conhecertes?
_ Ela era muito bonita, mas nada sabemos sobre ela além de ser uma mulher da vida como dizem, mas era uma mulher muito boa, ela frequentava a igreja mas deixou de ir depois que o Padre Amaro a expulsou de lá, é a única coisa que sei.
_ A sua amiga que esteve aqui se mostrou muito preocupada, logo pensei que ela corre perigo de vida, dentro de mim diz para eu ajudá-la mas não sei como.
_ Sabe aquela casa de campo que possuem, talvez deva acolhe-la lá.Mas seu marido não deva saber, não permitiria.
_ Então façamos assim, vá até lá e diga de minhas pretensões, seja breve, eu direi qualquer coisa ao meu marido. Agora vá. E Deus o abençoe. Diga a ela para me encontrar na igreja amanhã bem cedo para combinarmos a sua partida. Meu Messias querido. Obrigada.
_ Sim Senhora, devo ir.
Cristina e Estela chegaram ao lugar medonho , onde suas memórias lhe deixaram abater-se , lembrou-se de tudo, mas no fundo queria passar um véu naquele momento.
Estela era uma amiga fiel, mas dentro dela existia algo que a amedrontava. Estela amava seu marido Gustavo e esse era seu segredo, pois amava também Cristina e aquele sentimento a fazia triste e deprimida.Defendera Cristina sempre, pois sentia por ela um sentimento fraternal, se tornaram irmãs, e aquilo lhe confortara, tinha esperança de esquecer Gustavo, mas ele a assediava e tinha medo de dizer isso a amiga mesmo que ela o amava mas o sentimento pela amiga era maior que aquela paixão enfurecida.
Cristina possuia um magnetismo muito intenso e isso era notório a olhos dos mais incrédulos. Ela era amável com todos e nada discriminava além das atitudes cruéis do marido mas nada falara para não haver discussões e não ser devolvida aos seus pais , pois para eles seria um ultraje e dificilmente seriam perdoados por Deus, e principalmente pela Igreja que todos temiam.
Na Espanha a Igreja era bem cruel, os fiéis temiam os castigos divinos e mesmo o clero que sabiam forjar muitas situações, isso acorvadavam todos, eram tempos ferozes. Todos viviam temerosos, sem fé embora esta era a palavra mais dita e mais exigida, mas na verdade ou eram fanáticos ou incrédulos pois o medo fazia de muitos mentirosos, muitos forjavam milagres, outros entregavam vizinhos, amigos e parentes a fogueira em troca de uma poucas moedas ou para que os tributos fossem mais leves ou mesmo esquecidos, para a Igreja a inquisição tornara uma febre.
No mundo invisível as fogueiras eram festejadas , aquelas pobres almas estavam ali presas , muitos sentiam ainda as queimaduras pois ficavam presas ao ódio e a vingança, outros se achavam redimidos e logo eram socorridos pelos amigos de luz.
A menina Sara chegara em casa,uma tenda simples mas cheia de porcelanas, cores e lenços , adorava aquele cenário, mas agora seus pensamentos se voltaram para a cena que vira, adormeceu , sonhara com aquela cena e se os visse provavelmente poderia reconhecê-los mas a verdade é que ela preferia esquecer pois sentira que aquilo só iria prejudicar a comunidade cigana que vivia fugindo do Clero, agora todos estavam cansados pensavam seriamente em se instalarem naquela provincia e quem sabem se tornarem viventes dali, muitos ciganos morriam em centenas pela Igreja, trucidaram muitos ciganos que eram covardemente roubados, queimados, então para o bem daquele povo cansados de sofrer, pensavam em se fincarem ali, mas a tradição falava alto ao coração.
Cristina Então andou e avstou o acampamento de ciganos escondidos na mata, ela em um breve momento quis avançar mas preferia voltar para casa depois voltaria , já que a curiosidade a deixara com entusiasmo, muito falavam de ciganos e ela gostava deles mas não entendia o porque , talvez dentro de sua alma alva a sentia assim,uma cigana fora de seus acampamentos.
Voltaram para casa em silêncio, nada falaram. O silêncio foi quebrado por um grito.
Neste momento seus corações tremeram e se esconderam nos arbustos , e viram homens de negro, espadas e Matilda.
O grito era daquela mulher serena que conheceram na Igreja.Novamente a jogaram na mata assim como Ester.
Esperam que eles se fossem para então socorrerem ela ou ao menos tentarem.
Aquele grito as fizeram sentir horrores em vossos corações sofridos e dolorosos mas o mais importante era encontrá-la e quem sabe vê-la ainda com vida.

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