quarta-feira, 9 de setembro de 2009

A arte de saber envelhecer.

Hoje eu visitei a mãe de uma grande amiga no hospital. A pobre velhinha já está carcomida pela vida e sentindo-se inutilizada pela doença. Ao olhar ao redor e ver o quanto o ser humano é frágil, fiquei inquieta. A morte bate a nossa porta todos os dias. Ela é sorrateira e impiedosa. Uns morrem jovens demais, outros, velhos demais. Passar por uma experiência dolorosa como essa, nos faz pensar não só em nossos entes queridos, os mais velhos do que nós, mas, principalmente, em nós mesmos.
A aparência é só uma casca que ainda não murchou mas todos sabemos que chegará seu tempo. Olhei para trás e vi o quanto aqueles que me feriram preocupam-se com essa "casca". O quanto se preocupam em manter a juventude. Tolos! Pobres mortais iludidos! A velhice chegará sorrateira, baterá à porta deles também.
O "revestimento" importa? Sem dúvida! Mas vale sacrificar a saúde física com anabolizantes e a saúde mental com neuroses estéticas?
Por que tanta arrogância? Por que tanta preocupação com o que o outro vai pensar sobre sua aparência?
Se você já e jovem e bonito(a), o que mais quer? Melhorar? Competir com os outros?
Vivemos em um mundo caótico, onde as aparências enganam. Enganam os olhos, enganam a alma. A TV explora a juventude e insinua que ser velho é péssimo.
Ao ver aquela velhinha lembrei-me que não há como escapar desse destino inexorável. A idade chega e te toma de surpresa. A saúde torna-se o bem mais precioso. Aquela roupa bonita da vitrine já não é tão importante; homens bonitos passando na nossa frente só nos despertam curiosidade, nada mais. Coisas, que antes ignorávamos, tornam-se visíveis. É o "olho" da consciência que se abre! As nossas rugas são nossas cicatrizes da vida, elas nos lembram que tivemos a oportunidade de estar nesse mundo, de ter vivido, conhecido pessoas, amado.
A vida é preciosa. Será que os Narcisistas têm tempo para se lembrar disso?

Nenhum comentário:

Postar um comentário