sexta-feira, 26 de junho de 2020

A travessia - psicografia - página 33


Estela estava confiante, seus dias eram corridos, Maria Mercedes estava crescendo rápido e a imagem de Cristiano era permanente para a menina que conversava com ele frequentemente, por muitas vezes era chamada de cigana louca, porque conversava com ele com muita naturalidade, Cristiano era muito presente na vida de Maria Mercedes e mais de duas vezes a salvou na floresta de perigosos malfeitores e animais selvagens. Era um anjo na vida da menina que sempre dizia que seu pai a protegia, as ciganas mais sensitivas tinha a menina como uma médium poderosa e que merecia cuidados especiais, alguns mais céticos a chamava de cigana louca, mas na realidade a menina era sem dúvida uma criança especial.
Estela estava sempre a observando e notava uma inteligência incomum na menina que estava sempre com o seu pai invisível.
Com os preparativos da grande jornada até Portugal, Estela estava muito atarefada e acabava deixando Maria Mercedes mais livre, estavam tranquilas, Eduardo estava preso por alguns anos e iriam embora, Estela deixara a sua mente tranquila em relação a ele, mas Eduardo não pensava em outra coisa a não ser se vingar de Estela.
Eduardo fizera muitos amigos soldados corruptos, então estava planejando fugir com a ajuda deles por alguns punhados de ouro que para Eduardo não era difícil conseguir.
Por algumas semanas Eduardo planejou tudo nos mínimos detalhes e já estava ciente que os ciganos iriam partir em breve, então, marcou a fuga nos próximos dias.
Estela estava vibrante e com a presença de Cristiano se sentia mais protegida, Messias e Maria Madalena estavam trabalhando na horta quando um soldado amigo dos ciganos revelou-os que Eduardo estava planejando fugir e então Estela tratou-se se apressarem a partida algumas semanas antes, e no dia marcado resolveram sair de madrugada evitando muitos transtornos para a vila onde viviam.
Como de costume a colheita da horta era premeditada, mas com o adiantamento da mudança a horta ficou intacta , todos estavam ansiosos para partir já que a notícia de que Eduardo estava planejando fugir assustara todos os ciganos amigos.
Os ciganos mais respeitados conhecia o perigo da liberdade de Eduardo, era um homem bastante perigoso e sempre trouxe problemas para o grupo e os anos em que esteve preso aliviava o coração dos ciganos mais velhos do grupo.
Na madrugada a saída foi bastante tranquila , sem muitas agitações, os cavalos e outros animais estavam tranquilos e serenos, as crianças ainda estavam dormindo e os carros não faziam tanto barulho, estavam andando com muito cuidado, passaram pela vila sem nenhuma preocupação e quando já estava com o sol alto, já estavam há muitos quilômetros de distância, quando Eduardo ficou sabendo da saída dos ciganos já era tarde e não tinha mais nenhum informante que pudesse ajudá-lo, alguns presos ficaram felizes com a notícia pois muitos deles tramavam a morte de Eduardo, tinha bastante inimigos embora tivesse alguns aliados soldados, Eduardo ficara infeliz ao receber tal notícia, mas a sua vingança ainda era a sua missão, não conseguia esquecer Estela, na sua mente doentia Estela era a razão de toda a sua infelicidade, não sabia definir seus sentimentos mas sabia o que queria fazer e em sua mente, o trágico fim de Estela já estava escrito.
Numa noite Cristiano entrou na cela de Eduardo que dormia, então, Cristiano o acordou, sacudindo-o.
Eduardo assustou-se e ao ver seu inimigo desencarnado gritou acordando os demais, Cristiano tentou convencê-lo de que a vingança só iria atrapalhar a sua vida e que não valia a pena , mas Eduardo tinha um coração embrutecido, Estela era intuída a sair da vila o mais rápido possível , e Cristiano por mais instruído que fosse não conseguiu amansar o coração de Eduardo que era apenas movido pelo ódio.

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