sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Teodora - Piscografia - página 2


Matias, o seu filho amado. mas esse não é o início de nossa história.
Teodora nasceu numa pequena cidade espanhola, onde tudo parecia perfeito, seus pais eram fidalgos e as crianças ali por perto eram sempre alegres mas a guerra acabou fazendo com que a família de Teodora fosse morar em Paris. Ainda pequena Teodora teve a sua primeira decepção. Ir embora dali acarretou uma grande tristeza e seus pais ainda estavam se acostumando com a ideia de deixar grandes propriedades a procura de um lugar em paz, mas infelizmente o mundo não estava livres de nenhum confronto. A França estava em plena revolução e Teodora era apenas uma menina de cinco anos
Em suas memórias mais antigas Teodora fora uma criança diferente, fora sempre alguém de forte personalidade e seus pais ainda tentavam domá-la quando resolveram interná-la num convento.
Teodora não agradou de imediato da ideia mas com seus onze anos de idade, as suas ideias não eram bem vistas pelos pais severos e ricos, e mesmo com toda sua discordância, fora sem questionar os motivos daquela internação.
Não era fácil ser Teodora, seus pensamentos fervilhavam, muitas vezes ela mesmo questionavam os vários tipos de pensamentos, até questionava a si mesma , se era dona daqueles pensamentos confusos.
Seus pais naquela tarde deixaram-na no convento sem muitas palavras, Teodora chorava de forma compulsiva, em seu coração meigo e generoso, estava entrando numa grande prisão e viver ali para o resto da vida parecia ser a melhor coisa a se fazer em tempos de guerra.
Com seus olhos ainda em lágrimas prometeu a si mesma que ali não seria seu repouso por muito tempo, em sua mente audaciosa ali teria tempo para pensar em tudo que se passara até o presente momento e dali por diante traçaria seus próximos passos.
Alguns dias se passaram e Teodora já conquistara amigas e estudara a força de sua fé.Em seu coração partido, ela pensara em como fugir dali.
Seus pais eram ricos mas seus corações tinham dado mais atenção a sua fortuna e no valor de seus amigos da realeza. O nome Teodora não era dito com frequência pelos próprios pais, porque então se preocuparia em encontrá-los assim que saísse daquele convento?
Tudo se passava na mente de Teodora, parecia que toda sua vida já estava planejada , Uma menina de apenas onze anos, já percebera que sua vida estaria apenas em suas próprias  mãos, não deixaria nenhuma pessoa além dela mesma interferir em seu destino.
Um ano se passara e  suas amizades ali ficavam ainda mais comprometidas com seu objetivo de fugir e viver a liberdade de pensar.
Ali na biblioteca encontrava grandes preciosidades, mas alguns livros eram proibidos para as noviças, e isso aguçava ainda mais sua curiosidade e os porquês?
Num dia cinzento de Paris, Teodora conhece a mais nova noviça. Sebastiana uma menina da mesma idade e vítima do destino.
Em pouco tempo se tornaram amigas e as afinidades eram muitas. A ideia de fugir acabou deixando de existir abrindo novas possibilidades.
Teodora decidira sair dali após aprender sobre tudo e dali poderia fazer o que quisesse.
Sua personalidade forte deixavam as suas superiores frustradas e apreensivas, pois os pais de Teodora sempre mantinham contato para que Teodora fosse disciplinada com bastante rigor e esbanjavam recompensas ao convento para que Teodora permanecesse ali presa sem poder saber ou ver o que se passava do lado de fora dos portões.
Sebastiana era uma menina sábia e bem vívida e juntas eram quase uma só. Juntas sofriam a ausência dos pais.Teodora tinha a alma rebelde enquanto Sebastiana era mais levada aos meios curativos da alma. E Teodora achara nela a calma e sabedoria que julgava não ter.
Mais amigas se juntaram a elas, Maria e Dulcinéa, duas meninas que não encontraram outro lar, a não ser o convento.
A vida ali era pacata, mas em certos momentos parecia o verdadeiro inferno de Dante, alguns padres vindos da Santa Igreja as visitavam a cada quinze dias, algumas noviças tinham horror nesses dias em que se hospedavam no convento.
As quatro amigas estavam sempre juntas o que dera as superiores motivos para se preocuparem.
Depois da morte de muitas pessoas nas fogueiras em Paris, muitos pais deixaram seus filhos no convento e já não cabiam mais meninas, algumas delas eram pobres e acabam servindo de empregadas a troco de comida e acabavam dormindo no chão sem a menor higiene e muitas acabavam morrendo diante das doenças vindas do descaso da Santa Igreja.Quem pagava acabava vivendo melhor nos muros do convento enquanto as órfãs dormiam no chão, mas uma boa parte delas conseguiam acolhimento nas camas de outras noviças que se comoviam com a situação.
A maioria eram abandonadas, as que sobreviviam a guerra e a insanidade do povo acabava se tornando freiras por oportunidade e a maioria delas não tinham a menor vocação para uma vida santa. Elas queriam sobreviver a guerra e mesmo que isso lhes custasse a liberdade.


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