sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

Mulher violada.

 Eu não queria ver a morte de perto.

Mas eu vi ,a morte é suave,vem e depois,não vemos mais nada.

Ela simplesmente se apega aos nossos pensamentos.

Eu estava ali,parada, querendo resgatar o que eu tinha perdido.

Não era a vida, era a alegria que eu tinha.

Meus olhos cheios de dor, as minhas mãos não sabiam mais onde tocar.

A não ser, o meu rosto invalidado.

Eu tentei criar coragem, ser a mulher maravilha.

Essa mulher que sou agora.

Mas antes, eu era uma mulher violada.

Violentada e sem nenhuma fé.

A solidão trás a morte quando nos lembramos de quem nos acompanhou.

Uma boa companhia faz toda a diferença.

Mas quando não temos, é a dor que nos afasta.

E eu me afastei,presa e desencorajada a ser quem eu sempre fui.

A violação não são apenas tapas e beliscões... são os ataques invisíveis das palavras.

O amor só cresce dentro de nós, quando percebemos que podemos viver por ele.

Mas ele vem e cresce feito trepadeira, e só assim se estamos livres.

Eu fui uma mulher violada, e bem vejo quando querem que eu viva isso novamente.

São quando somos assediadas na rua, no trabalho e em casa.

Mas o amor quando cresce espanta tudo isso e começa a lutar por um espaço dentro de nós.

E retomamos nosso amor, lutando por ele.

Por todas nós, para todas nós.

Há tantas por aí, questionando a vida e sem coragem para deixar-se amar.

Estamos juntas pelo mundo,uma cuidando das outras.

Podemos ir mais longe.

Nos encontramos, nos amamos porque todas nós e em nossas diferentes histórias.

Podemos ser quem queremos ser.




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