AS MULHERES DA MINHA VIDA-PÁGINA TREZE

Os ciganos estavam cada vez mais próximos de um fuzilamento, todos estavam juntos e esperançosos em ao menos se livrarem do Padre Amaro em territórioEspanhol , mas este tinha muito conhecimento na política e na Igreja, na verdade todos tinham dívidas entre si, ninguém era de fato santo durante a Santa inquisição, ninguém estava livre da fogueira, bastava apenas uma desculpa ou um inimigo enfurecido.
Padre Amaro era um desses príncipe das trevas que perseguiram nossas heroinas, mulheres corajosos e até em suas encarnações atuais dispõe de forças que estas mesmo desconhecem.
Todos estavam esperando que anoitecessem para descansar, mas as mulheres da Aldeia pensaram que o Padre poderia estar a espreita e aproveitar e atear fogo como já fizera antes, então Sara reuniu todos , Sitara então manteve a idéia de se alojarem por ali mesmo com as fortes intuições das mulheres da Aldeia. Então mantendo-se firmes aquela idéia de que o Padre só esperava o momento, passaram a noite sem nada dormirem, esta noite estavam a salvo mas nada poderiam prever as outras que viriam. Sitara ficara aborrecido com aquelas mulheres, tinha a raíz da vida cigana nas veias, mas ser comandado por mulheres era a seu ver,humilhante, mas como se tratara de Sara atendeu a seus pedidos.Ao amanhecer duas crianças ciganas brincavam nos arredores quando desapareceram,suas mães se desesperaram, perderam o controle e chegaram até Sara com agressividade, esta com amor resolveu procurá-las na beira do caminho. Eram crianças nos seus dez anos de idade. Quando passara dois soldados de Deus, e com eles as meninas ciganas, Sara ficara enfurecida com tal cena e correu em direção deles quando foi puxada por Messias.Choraram por alguns momentos pois temiam a vida daquelas pobres meninas., Sara tinha um punhal que herdara do pai que muito amara, então Messias a recomendara cuidado e só mataria alguém se fosse de real precisão, em casos extremos.
Messias ficara escondido a espera de Sara esta fora das meninas, quando viu que estas foram violentadas por eles , um sentimento de raiva tomou conta de seu ser e encravara o punhal nas costas do soldado e recuperara as meninas quase mortas.
Sara sentiu uma dor e estremeceu toda, matara um soldado? Sonhara com essa cena dias antes mas ela nunca havia matado ninguém, a consciência a fez retornar e ver como se encontrava o soldado, este ainda vivo, ela num sentimento de remorso o acolheu no acampamento, Sitara ficara aborrecido com a idéia de acolher um inimigo de seu povo, mas a pedido de Sara, fizera , a essa altura Constança e Isabel embebecidas pelo ciúmes de Sitara anularam qualquer sentimento de amor e resolveram envenená-la com leves porções de ervas que ali dispunham. Sara desconfiara pois Eleonora as observavam a bastante tempo, e alertara Sara das tramoías das duas ciganas.
O soldado ficara assustado com aquela situação e passara a entender melhor o que queriam os ciganos, muitos tinham ódio dos soldados de Deus, mas aquele soldado dotado de compaixão percebeu a pureza e a inocência das crianças que se tornaram órfas com o incendio que provocaram tamanha comoção na Aldeia.Uma jovem cigana ali para cuidar do ferimento do soldado, achara o soldado bonito e espirituoso e vinha se insinuando para ele diariamente, todos observara a intenção da jovem e Sara juntamente som Maria conversaram com a jovem durante um bom tempo, mas nada resolvera então deixara para Sitara resolver o assunto.
Ali nas aproximidades o Padre já sentira falta de seu novo soldado então achou meljor procurá-lo, se tratava de um jovem nobre da Espanha que estava aos cuidados dele a pedido de seus pai, pensara que havia se perdido ou morto por mouros, ou mesmo por frnaceses, ficara preocupado , mas alegaria que fosse morto por ciganos assim surgira mais um motivo para caçarem as mulheres da Aldeia e até mesmo os ciganos.
Padre então ao entardecer reuniu a tropa já cansada aguardaram a passagem dos ciganos por ali.Anoitecera assustadoramente e todos já se deitaram quando o Padre então aparecera. foi uma luta desigual muitas crianças morreram, mulheres e homens caídos como se fossem corpos se alma.Então Matilda apareceu diante do Padre Amaro, e numa gargalhada disse:
_ Pensara que eu havia morrido não é ? Assassino!!!
_ Cala a boca, não diga essa blasfemia, eu sou um representante de Deus.
_ Quem és para agir dessa forma, és Deus?
O padre com uma espada a mesma que matara Gerônimo, Matilda com raiva correu em direção ao padre neste momento ele a prendeu, então o jovem soldado, salvo no acampamento pelas mãos dos ciganos impede Matilda de matar alguém e quando agarrou-a fizera ela relembrar de seu amado e deixara.Sara vendo a cena pede para Cristina e Maria com suas meninas Sebastiana e Mercedes e corre em direção a Matilda a pega pelo braço e fogem pela mata, novamente o Padre arrasara com o acampamento cigano, aquela matança estava sem controle, restaram poucas famílias, Sitara perdera a filha e Isabel numa luta, Constança aliviada com a morte da rival, Eleonora apenas observara e procurava seu marido, estava estendido no chão agonizante, ela chorou por um istante, procurou seu filho e percebera que perdera os que amava, enfurecida não sabia como agir, pegou um punhal e com um golpe mortal atacara um soldado de Deus , este virou-se já em estado quase mortal e com a mesma força, tentara matar aquela mulher, em vão , pois esta foge em direção as mulheres da Aldeia. Depois de horas correndo as mulheres da Aldeia sentem falta de Mercedes de Sebastiana,entraram numa discurssão sem procedências, e lá encontram as duas crianças estendidas no chão cansadas de correr ao lado de Cristina e Maria. Estela estava muito calada e quase não agira, estava distante. Sentira falta do sossego, precisavam descansar, passaram-se anos e elas não descansavam um só minuto.Proximo dali avistaram uma casa abandonada e ali passaram dias a fio , os soldados foram contar os mortos e nada de encontrarem as mulheres da Aldeia, com o ódio crescendo em seu coração o Padre Amaro prometeu a si mesmo que não descansaria enquanto não queimasse aquelas mulheres malditas, dizia ele em seu íntimo diabólico.
A essa altura o então general Françoi Frederico, sentira fortes dores no abdomem, sentira um aperto no peito mas ninguém explicara o que se passava, bebia em demasia a falta de sua cigana que deixara na Espanha, chorava horrores a falta de sua amada, tinha medo desta já estar morta ou não ter recebido a sua mensagem, passava horas lendo suas cartas de amor trocadas entre eles, as cartas que Sara recebera eram queimadas então a ela se restara saudades.
As mulheres da Aldeia juntamente com Messias e os sobreviventes desse massacre decidiram então passarem uma temporada ali naquela casa abandonada, no meio de uma mata selvagem, a família abandonara a casa com o ataque dos mouros durante os anos de guerra, tudo havia ficado ali, móveis, brinquedos, saíram apressados , talvez nem sobreviveram a guerra,ali estavam seguros. O padre voltara a aldeia sem as mulheres da Aldeia, alguns sentiram alívio com a notícias , outros nada.
os ciganos ficaram ali alojados, nem podiam voltar e contar seus mortos, restauram poucos algumas crianças com Estela, Maria e Cristina. Eleonora chorava a morte de sua família, todos ali sem comerem, sem ao menos um banho
Ali ficaram durante meses, todos já perceberam a barriga de Sara, mas nada comentava, sentia dores, foram lutas e o homem que amara não sabia de sua gravidez, temia nunca mais vê-lo.
Quando anunciara sua gravidez a todos? Sitara já questionava a sua palidez e ficava muito diferente daquela mulher magra e ágil, então disse a ele do que se tratava, ele ficara um tempo sem ação alguma, sentira um aperto no peito pois gostava dela, mas era um amor infantil nada poderia fazer, estavam prometidos um ao outro mas ela negava o casamento até seu pai a deixara decidir sobre o que queria, alegria para Constança que o amava e acabaram se casando.
Sara percebeu que Sitara estava sem saber o que fazer, chamou Eleonora , que era muito sábia e a parteira ,esta pensou numa solução diria que o filho seria de alguém que a violentara ou de um cigano morto na guerra, mas todos que morrera era casado ou jovens demais. Sitara poderia assumir o filho mas Sara não concordou, faria a escolha de dizer que se tratara de um pai que fora soldado francês, como havia proposto Eleonora. Sara tinha esperança de encontrar seu amor, e assumirem o romance e quem sabe viveriam em paz como sonhara quando ainda era jovem.Sara tinha vinte e cinco anos o jovem General no alge de sua carreira militar com trinta de dois anos aproximados.
Eles sentiam saudades um do outro, como se já se conhecessem a séculos, o que era uma verdade inconstentável. Eram nobres num tempo distante e este amor os induziam a belas vidas comuns em tempos futuros, assim age a justiça divina une almas que tem em comum o mesmo ideal e simpatia, formando uma teia de amor.
Seguiram rumo a França coma esperança de se tornarem livres, Messias já estava agora com quarenta anos, mas a vivacidade era peculiar, sua aparência era de alguém mais jovem.Enquanto isso o padre Amaro pensara na jóia de Matilda.Procurava-a com muita vontade. Aquela jóia pertencia a ele, como ele dizia, o que realmente era.
Padre Amaro era um bastardo, filho de uma mulher humilde, sua mãe trabalhava na casa de uma família de nobres, e acabara engravidando onde nascera o Padre Amaro, aquela jóia era da pequena Matilda , a nobre menina, e sua irmã.Ele a queria com fervor, acreditava ele que com aquela jóia poderia provar a sua descendência nobre que tanto buscara, mas apenas era um título pois seu coração batia num compasso de amargura e orgulho.Não aceitara a sua origem.
Matilda era uma criança quando fugiu dos bárbaros durante a guerra e o que restara era aquela jóia que ela agora deixara enterrada num jardim.