Teodora e Rodolfo se sentiam felizes por estarem juntos, Damião começava a colher frutos de suas obras mesmo que seja com um nome que não lhe pertencia, Sebastiana, Tiago e Maria estavam felizes pregando o evangelho nas comunidades , Dulcinéa e Gioconda viviam felizes na Espanha, nada mais parecia dar errado, mas Rodolfo não conseguia perdoar o que Custiê fizera, seu coração estava machucado porque intimamente se sentia culpado por ter deixado Teodora com ele antes de partir para a Espanha.
Rodolfo jurara para si mesmo a vingança, um sentimento forte de ódio estava corroendo seu coração, Teodora sentia o mesmo,mas sabia que aquele sentimento não poderia habitar seu coração, sentia sim, a raiva , mas ela insistia em procurar algo de bom em Custiê para apagar da memória o dia em que foi violentada por ele, as marcas da agressão marcara não só o seu corpo que ficara com cicatrizes por todo o corpo, mas a marca em seu espírito a fazia entristecer, dentro dela sabia que sentimentos ruins faziam mal a sua alma.
Faltando poucos dias para o casamento, Rodolfo e Teodora fizeram uma grande recepção para seus amigos, não queriam fazer uma grande celebração, mesmo que merecessem, era preciso um pouco mais de cautela pois Custiê desaparecera mas nada dizia sobre ele estar morto, embora isso fazia bem ao coração de Rodolfo.
Fizeram uma recepção no casarão para os políticos, soldados franceses que os adoravam e de fato eram amigos, a aristocracia estava toda reunida e os velhos amigos estavam todos felizes com o clima de paz. A reunião durou quase o dia e a noite toda, era uma verdadeira celebração e a alegria contagiava a todos em ver o casal novamente juntos e longe dos olhares maldosos.
Custiê soube da recepção e voltou a Paris como se nada havia acontecido, sua fortuna pagara amigos, empregados, em sua mente doentia, o dinheiro acabava comprando a alma das pessoas, seus comparsas estava sempre em contato com ele, mesmo quando residia em Portugal.
Então Custiê tinha um plano, não satisfeito com a tortura que causara Teodora, agora aquele amor doentio se transformou num ódio que atravessara seu peito , queimando toda bondade que lhe restava.
Custiê aproveitaria o tumulto do casamento e mataria pessoalmente seu rival e Teodora, tinha um plano perfeito.
Damião sempre fora um amigo fiel, um amigo que se estenderia por milênios, era um antigo servo de Teodora quando fora princesa egípcia e seu amor ao amigo, não acabara com o tempo.
A união de todos era essencial para que cumprisse sua missão, Damião tinha uma visão espiritual muito desenvolvida e ajudava seus amigos a se desviarem do caminho, mas nem sempre era possível, porque por mais que sua amizade os ajudasse, cada um é dono de seu destino.
O grande dia chegara, Paris estava festiva, todos os amigos mais próximos estavam felizes, e o clima era propício para as festas.
Teodora encomendara o vestido de noiva com um grande alfaiate, repleto de brilhantes e pérolas, ela um vestido simples porem digno de uma princesa.
Rodolfo num terno branco estava sereno e iluminado, a Catedral estava enfeitada com flores amarelas símbolo do amor do casal, as rosas brancas foi ideia de Damião, o cheiro doce das rosas e a ternura das flores amarelas deixava a Catedral ainda mais bela.
Tudo estava perfeito,mas para Custiê, a celebração seria não de amor, mas de morte, Custiê não desistiria fácil de acabar com a felicidade dos dois.
Gioconda parecia pressentir algo e conversou com Damião a respeito e os dois com a ajuda dos amigos, acabaram intensificando a segurança, ninguém diferente entraria na Catedral, em mesmo na recepção no casarão que mesmo para os amigos mais íntimos, estava segura, os empregados estavam já apostos para a chegada dos noivos e seus convidados.
Custiê estava preparado para matar ou morrer, o ódio em seu coração era tanto que mal conseguia olhar para as pessoas em sua volta, a sua mente estava toda voltada para o casal e também Gioconda que era sua inimiga de longa era, mas que esta deixaria para depois, se assim achasse necessário.
Uma música leve marca a entrada da noiva, a cerimônia deixara todos magnetizados pelo amor e pela paz, todos felizes mas apreensivos porque ninguém sabia do paradeiro de Custiê.
A cerimônia acabou e todos estavam indo embora quando começou a chover repentinamente, as pessoas correndo , os noivos entram na carruagem em direção ao casarão. Custiê estava os esperando na entrada da propriedade junto ao portão que dava início da estrada que chegava até a casa central.
Custiê carregava a espada com seu ódio, uma carruagem o esperaria nos arredores da propriedade que era quase 3.000 metros quadrados. Então seria difícil encontrá-lo depois que concluísse seu plano diabólico.
Então a carruagem chega ao grande portão. O cocheiro abre o portão e Custiê num golpe só, fere-o e este cai gemendo de dor e sem poder reagir num contra-golpe, Roldolfo com um passo firme desce da carruagem deixando Teodora desesperada e sem palavras, mas ela desce com um medo paralisante.
_ Cusitê, por favor, não faça nada que o faça arrepender depois. Acabou, a propriedade tem soldados que te prenderão no primeiro momento em que tentar fazer algo contra nós, estão a caminho. Pense... eu juro que se você fizer algum mal a Teodora vou matá-lo.
_ Então velho amigo Rodolfo, faça, porque eu o matarei e também matarei Teodora, porque se ela não me quer como marido, não será mulher de mais ninguém.
_ Parem por favor, Custiê, já basta o que nos causou, vá embora, siga a sua vida.
_ Teodora, como você é inocente, não vou desistir.
_ Custiê. Não pode impedir nosso amor, acabou.
Nesse momento os soldados chegaram para prender Custiê, mas ele aproveita a distração de Rodolfo e o fere, Teodora pega a espada e fere Custiê.
Teodora cai no chão ao lado de Rodolfo que sangra, os soldados não chegam a tempo de salvar o cocheiro e nem Custiê que ferido, em seus últimos momentos de vida, jura vingança e que ninguém irá apagar o ódio que ele sente pelo casal.
Teodora chora mas Damião chega a tempo de socorrer Rodolfo.
Os amigos entram em choque em ver a cena que marcará a vida de todos ali.
O casamento se realizara mas o dia fora marcado pela tristeza e pela morte.
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