quinta-feira, 14 de maio de 2020

O tempo!


Sentimentos confusos.
Palavras incertas.
Ora bolas... quem nunca?
Pode ser difícil mas recuar... pode ser inteligente.
Se vire para o sol e procure não se encolher.
O mundo não é triste quando se busca o melhor fazer.
Não perca tempo com ansiedade, espere o tempo que for.
Trabalhe para que as coisas aconteçam no tempo certo.
É tempo de colher.
Já se passou o tempo em que semear em qualquer terra.
Agora que os frutos estão aí.
Não reclame... apenas colha o que se plantou.
Faça o bem... ninguém fica sem resposta divina.
E se te perguntares o que fez do seu tempo.
Responda:
_ Eu vivi.

Fazer o bem do jeitinho que a gente pode...


Compaixão: Palavrinha tão gostosa de falar e de ouvir, talvez não estejamos familiarizados com ela, mas é sem dúvida uma palavra de ordem da qual devemos vivenciá-la.
Quantas pessoas precisam de nós? Já pararam para pensar nisso?
Eu não sei mas acredito que empatia é com certeza algo que devemos compartilhar.
Há muito tempo atrás conheci uma pessoa muito boa, aquela vizinha que sempre foi muito solícita mas infelizmente esta vive um drama pelo qual inúmeras pessoas desconheciam, seu marido e filho a maltratava e agrediam fisicamente e verbalmente, por muitas vezes propus ajudá-la aconselhando entre muitas outras coisas, mas não adiantou muito, ela continua sofrendo e vivendo esse terror psicológico.
Muitas pessoas irão dizer : Essa mulher gosta de apanhar e se vendeu... eu também já ouvi isso muitas vezes por conhecidos e familiares, mas essas pessoas desconhecem seus sentimentos, aflições e medos, portanto precisamos ter compaixão e empatia, quem somos nós para julgar atitudes alheias?
Sim... é uma situação triste, mas inúmeras pessoas estão passando por isso, e o que devemos fazer?
Apoiá-las sempre independente de suas decisões, é preciso abraçá-las com carinho e ajudar da melhor forma possível e não simplesmente virar as costas, pare e escute, não custa nada...a melhor solução virá depois... se caso achar necessário chame a polícia mas esteja ciente da situação sem constranger a  pessoa... já é muito triste viver uma violência doméstica... é necessário um trabalho psicológico, essa mulher precisa estar mais confiante e perceber que ela consegue superar as dificuldades que virão...
Muitas mulheres passaram por isso e hoje podem falar a respeito , outras nem tanto , o importante é acolher e ajudar seja qual situação for... cada um com seus problemas mas se você puder ajudar, porque não?
Os nossos sentimentos são nossos, as nossas escolhas também, não podemos assumir o karma do outro, mas ajudar é um dever de todos...
Não existe sentimento mais nobre do que o amor, este vem com outras muitas atitudes nobres e assim o amor irá se multiplicando, não existe receita para a felicidade, mas existe um caminho a seguir e esse caminho se chama o bem fazer, ninguém será infeliz por ajudar, ninguém se entristece fazendo o bem , ajudar é contagiante e que faz bem a todos, portanto, quem puder e sentir a caridade chamando, não temas as dificuldades, o amor irá encontrar o seu caminho.
Cada um ajuda no que pode,não existe boa ação sem sorrisos e cada boa ação trás outras boas ações e assim as pessoas que compartilham os mesmos sentimentos se agrupam formando uma bela corrente do bem...
É preciso compartilhar o bem, não se sinta envergonhado por fazer pouco, qualquer pouco também é bom, o problema é não fazer nada... muitas vezes chorei por achar que não estava fazendo nada, coloquei muitos obstáculos na minha mente travando meus sentimentos e atitudes, hoje eu vejo que fiz o que pude dentro das minhas possibilidades, exigimos muito de nós mesmos porque temos certeza que conseguimos fazer muito mais, mas devemos também pensar que tudo tem seu tempo e que as coisas acontecem no momento que precisam acontecer...
Não podemos esquecer que a vida é uma grande prova da qual passamos ou repetimos de ano, as nossas atitudes vão definir as ações futuras, então sejamos fortes e firmes em nossos ideais, tudo tem seu tempo... e só o fato de ouvir alguém já ajuda... então vamos seguir agindo com pequenos passos, e a cada passo conseguimos caminhar longas estradas.

quarta-feira, 13 de maio de 2020

Você está desaparecendo ou você está despertando?


Estamos desaparecendo... sim, desaparecendo... muitas vezes nos encontramos tão mergulhados nos problemas diários que não nos preocupamos em nos conhecermos melhor... dar aquela olhada no espelho e nos vermos como somos de verdade.
Precisamos exercitar a descoberta de nós mesmos para que haja uma real mudança dentro de nós... porque isso faz com que desaparecemos e então tudo aquilo de real em nós morra e o que existe não passa de uma mentira para que nosso ego permaneça comandando as nossas vidas e não busquemos o melhor em nós.
Quando comecei a praticar ioga comecei a olhar para mim mesma e durante as minhas meditações passei a me entender de forma tão clara que a minha natureza ficava cada vez mais evidente... é o despertar dentro de mim que me fez enxergar o mundo real e não aquele que apenas me apresenta na retina.
O que fazemos de todo conhecimento que temos de nós mesmos?
Será que somos honestos ?
Eu ao longo desse período aprendi a perceber pequenos detalhes, procurei acabar com aquelas falhas morais que eu encontrei e só se acaba com elas me reconhecendo , me corrigindo agindo de forma mais adequada...eu me proponho à mudanças, eu prefiro encontrar a ferida e tratá-la do que escondê-la.
Não existe tempo perdido, existe tempo mal trabalhado... porque o fato de parar e pensar já me faz trabalhar algo dentro de mim... não foi a faculdade que me tornou mais inteligente ou melhor, o que me tornou melhor foi a minha coragem de correr riscos , de sacrificar o meu orgulho e egoísmo... eu só sou uma pessoa melhor porque eu mergulhei profundamente a minha mente e me encontrei... ninguém evolui sem a dor, sem sentir a ferida doendo...um exemplo clássico que vivemos em tempos de pandemia.
Quantos depoimentos colhemos de pessoas que só reconheceram o agravante da doença quando encontraram dentro de seus lares as dores da covid19?
Só evoluímos quando reconhecemos as nossas dores como aprendizado, são nos momentos difíceis que encontramos força para superação... não existe vitória sem as superações , o ser humano é assim e aceitar quem somos torna essa tarefa mais fácil... é o ditado: "aceita que dói menos."
Tenho cinco filhos hoje... superei todas as dores do parto, todas as dores de não poder amamentar... e isso me tornou ainda mais forte... a convivência difícil com meu ex-marido, tudo isso me construiu, certamente me trouxeram consequências, mas eu fui crescendo, evoluindo e despertando... assim é a vida... um passo de cada vez.
Cada um tem um tempo para aprender, não se engana nessa alfabetização moral... não se pode enganar a si mesmo por longos períodos, mais cedo ou mais tarde, o boleto chega e vamos responder por todas as nossas ações acertadas ou não...
Uns caminham devagar, outros correm e não se cansam e ainda ajudam os que lhe procuram... cada um na sua estrada vivendo seus respectivos karmas... embora queremos ajudar o outro nesse caminho, não posso ser responsável pelo seu karma e nem você será responsabilizado pelo karma de seu vizinho.
Pensemos nos outros como colaboradores na jornada, somos aprendizes, e em contrapartida somos também professores tudo isso porque o exemplo educa... nossos filhos vão aprender com seus belos atos como com os maus atos, cabe a nós mantê-los firmes no caminho do bem... vamos errar e acertar muitas vezes , então sejamos os bons exemplos que nossos filhos precisam.

terça-feira, 12 de maio de 2020

O que estamos aprendendo com a crise ?


Nem sempre fazemos as melhores escolhas mas certamente são elas que nos fazem evoluir, e mesmo que pareça estranho essas mesmas escolhas são os meios pelos quais conseguimos progredir.
Um passo leva o outro e no fim a estrada é aquela da qual precisamos passar.
Um assunto persistente hoje é nosso atual momento de crise , sem essa crise não estaríamos pensando no outro com um olhar mais humano, precisou acontecer uma pandemia para que o mundo todo se voltasse para o mais carente, veja só como é feito o trabalho incansável de Deus... O mundo passa por um momento difícil para perceber que o outro deve importar...
É importante lembrar o papel deste blog, informar e dar um suporte emocional para as mulheres que sofrem ou sofreram algum tipo de violência... Quantas de nós já pediu ajuda e poucas foram as mãos estendidas?
Sim, essa é uma realidade difícil de engolir e uma questão que não se resolve imediatamente.
O machismo sempre foi uma questão venenosa e que a sociedade ainda não se mostrou pronta para resolver.
Quantas mães vivem sozinhas  e cuidam de suas famílias com dificuldade, são elas que dão luz ao mundo e que infelizmente ainda não conseguem ser valorizadas como tal... são as mulheres o ventre do mundo e são as mesmas que a cada dia deixam seus lares para trabalhar e muitas dessas mulheres sofrem para educar seus filhos deixados nas mãos de avós, tios e tias e muitas vezes nas mãos dos irmãos mais novos, uma realidade para a grande maioria e diante de uma pandemia sofrem as dores da fome e da indiferença.
Uma pergunta muito útil a todas nós: Como damos conta de tantas tarefas?
Eu não sei, talvez eu passe a vida inteira tentando responder e  mesmo assim ainda nos faltará palavras para completar uma resposta tão complexa como esta...
Eu não sei, o cansaço às vezes nos adormece a alma, e o trabalho contínuo nos tornam escravos da culpa diante da falta de educação de nossos filhos... sim... confesso que me sinto culpada quando não consigo dar o carinho que meus filhos precisam, muitas vezes que falta compreensão de suas atitudes infantis, tudo isso faz parte da maternidade, da incansável tarefa de educar do jeito nosso os filhos amados mesmo antes de os colocarem diante da luz...
Somos mães culpadas, somos mães que por melhor que nos damos ainda nos cabe a culpa de não acharmos que o melhor de nós foi feito...
Não existe no mundo mãe totalmente feliz... sim a felicidade não é algo que alcançamos nem no fim de nossa jornada... porque a felicidade para todos nós se estende ao sucesso de nossos filhos e quando achamos que falhamos, ali existe a frase: "Vamos tentar novamente."
Todo o caminho, todos os ensinamentos foram nos dados e foram divididos para nossos filhos  e assim criamos um mundo, geramos um mundo, sim somos culpadas ... como os pais e os filhos, somos nós culpados por uma egrégora de egoísmo e orgulho... Somos nós os únicos responsáveis pela grande maioria de nossos problemas e agora nos cabe recomeçar do jeito certo... ensinar a solidariedade e não é agora o nosso lar a nossa escola, chegou o momento de dividir a tarefa de cuidar ... quem ensina o amor, estará construindo uma estrada de caridade, portanto, diante dessa pandemia vamos ser os pais que nossos filhos merecem... sejamos nobres em nossas ações e vamos educar nossos filhos com amor e só isso fará de nosso mundo um lugar melhor ou estamos esperando um problema ainda maior que a pandemia para cairmos na real de que somos nós os grandes culpados dessa egrégora tão escura e materialista... vamos nos juntar para vibrar no amor e deixar que Deus nos ajude com essa missão.
O que estamos aprendendo com essa crise?
Estamos dispostos a evoluir ou encontrar um culpado para tudo isso?
Na verdade estamos diante apenas de uma questão que nos motiva a pensar em outras questões e isso nos tornam mais atentos ao futuro que nos espera, afinal, é nesse momento que estamos vivendo que nos dará direção para o porvir.
E agora o que faremos?
Como estamos reagindo ?
Vamos dizer e daí para os que sofrem as perdas ou vamos abraçar virtualmente quem necessita da atenção e da compaixão?

segunda-feira, 11 de maio de 2020

Pandemia! Eu preciso respirar!!!


Depois de um longo período sem escrever, parece que as palavras fugiram e fiquei esperando as ideias surgirem, mas a única coisa que estava em mim  e que nunca fugiu foi a intensidade de meus pensamentos voltados a tentar ajudar .
Parece que não só parou o mundo nessa pandemia, parou o bom senso de algumas pessoas, parou o minuto de reflexão para outras, mas graças a Deus, algumas pessoas não se esqueceram das outras pessoas, algumas simplesmente desapareceram enquanto outras não se esqueceram da palavra fraternidade.
Sabe aquele instante em que a ficha cai?
Para mim a espiritualidade veio ainda mais forte, veio uma chuva de pensamentos bons com outras milhares de orações que cada dia vou inventando, aprendi que algumas pessoas nunca mudam, enquanto outras vão me surpreendendo como um novo sabor de sorvete, o tempo passou a andar num ritmo muito louco, uns dias parece que o tempo parou mas tem dias que o relógio anda na velocidade da luz, estranho... muito estranho.
A política continua nos pregando peças, um presidente que mais parece um personagem de filmes de terror, esquecendo que pandemia não é um jogo de política mas uma questão de vida e morte.
Vendo milhares de pessoas morrendo, se tornando números esquecidos por alguns me deixou constrangida e sem palavras, a palavra solidariedade passou a ser comum e isso me abriu alguns sorrisos, e entendam... me senti envergonhada por estar apenas em oração e constante meditação, porque eu queria fazer muito mais.
Agora tenho cinco filhos, cinco pequenas almas que eu tenho o dever de educar, e em meio de tantos detalhes comecei a perceber que os não-acasos virão grandes histórias que ainda não pude escutar,mas com o tempo a gente percebe que o ficar em casa salva vidas e simplesmente estou fazendo o que eu tenho que fazer.
E a sua ficha já caiu?
Estamos passando por uma transformação planetária gigantesca que inúmeras pessoas conseguem perceber e se despertam como alguém que se desperta de um sonho longo e confuso.
Não se pode parar o tempo e podemos viver sem grandes sustos mas é preciso agora refletir, filosofar e calar o coração para poder ouvir o que antes ficavam escondidos nos pensamentos estressantes do dia a a dia, não que não seja estressante ficar em casa, mas esse momento de ficar em casa é sem dúvida tempo de conviver com seu próximo pensando na vida que temos e como iremos viver daqui para frente.
Pensemos em todos nós, em sermos um só... cada um depende de cada um , temos agora a responsabilidade de sermos humanos, mais humanos e sermos mais humanos significa sermos solidários e reflexivos sobre os nossos atos de hoje para as consequências de amanhã.
Não é apenas um slogan , é uma frase de ordem para quem quer permanecer vivo...
Uma pandemia, é uma pandemia,não é uma vivência remota, é a realidade de hoje que merece consciência.
Vamos pensar em nossos filhos, netos e bisnetos...quem seremos nós para eles se colocarmos em risco as nossas vidas por negligência e descaso com o outro?
Os nossos heróis não são apenas os médicos, enfermeiros, os heróis são todos aqueles que estão empenhados em salvar vidas e cuidar para que todos fiquem bem, não tem asas, não tem capas voadoras , não tem super poderes, nossos heróis são os que sentem-se corajosos para serem solidários com os outros, esses são heróis... os que vivem para cuidar dos outros.
Eu preciso respirar o ar da razão  quando vejo as pessoas andando pelas ruas se esquecendo de que há milhares de pessoas precisando de ar...um ar puro longe do nosso atual CTI de nossa  saúde pública do Brasil.
Não estamos respirando , estamos sufocados por um presidente que não caiu a ficha da atual condição miserável em que nos encontramos... e vai demorar muito para seu despertar... e outros caminham de mãos dadas com ele como se a razão estivessem ao seu lado... que razão?
Eu não quero perder o ar tentando convencer ninguém que o melhor caminho é parar com esse ódio e essa nostalgia de tempos de ditadura, vivemos tempos difíceis em que os políticos se auto afirmam honestos e se vendem no quinto dia útil do mês...e pior... dão chilique porque uns estão mais populares e brigam com os jornalistas porque estes não puxam saco... esse é nossa situação atual...síndrome do zumbi... falta razão e ainda tenta comer o cérebro do outro porque ele mesmo não consegue pensar... e sai a caça de quem ainda consegue ter um pouco de razão e consciência... enfim... oremos pelo nosso país... não precisamos sermos patriotas, precisamos ser universalistas, porque pensar e ser solidário com outro independente de quem são, onde moram e como vivem é pensar como ser humano, é  consciência, é digno e amoroso... porque não há fronteiras para quem tende em amar ao próximo, amor a Terra, amor aos nossos irmãos... isso é ser universalistas... é ser pacífico.
Oremos por todos nós... os que ficam e os que se vão... e pelos que ainda não caíram na real de que o mundo se transforma com a dor e que sejamos solidários e tenhamos compaixão pelo outro...

A travessia - Psicografia - página 2


Foram dias cuidando das crianças , foram dias tensos e com grandes lutas internas no acampamento, rivalidades e grandes conflitos que acarretaram em uma grande e terrível consequência.
Eduardo , um cigano orgulhoso e ambicioso alimentava discussões e intrigas.
Estela era apenas uma jovem órfã, os pais eram lideres do grupo que se separaram da grande nação cigana da França, berço da nação cigana mais importante da Europa.
Filha única, era ela a herdeira de uma raça vitoriosa, seus pais perderam a vida numa batalha sangrenta para defender seu povo da perseguição dos soldados de Deus.
Para o povo cigano a fuga é sempre a melhor estratégia quando o objetivo é permanecerem vivos, mas a crueldade nunca fora um hábito cigano.
Vivendo em cada floresta e em cada estrada era um pensamento que os acompanhavam .
Crianças ciganas eram tiradas a cada batalha, eram mortas, estupradas por soldados e homens cruéis e cuidar das gerações futuras sempre fora uma missão impossível, morriam centenas de crianças ciganas, homens ferozes não polpavam as mães que morriam tentando defender seus filhos, fora tempos difíceis e Estela vivera as imagens e sua história não era diferente as outras mulheres ciganas.
Eduardo se comprometia em atormentá-la, assediando -a propondo casamento mas Estela iria de encontro contrário a tradições ciganas, preferia cuidar de seu povo sozinha, seus quinze anos de idade era comum casamentos arranjados, mas seu temperamento não a deixava se enlaçar com qualquer outro cigano.
Eduardo estava insistente e Estela já não aguentava as investidas e numa assembléia mencionou pensar em um futuro casamento em prol de seu povo , Eduardo estava confiante que iria se desposar de Estela mas a menina  rainha tinha outros planos e concordar com um possível  casamento era uma estratégia para que Eduardo não atrapalhasse seus planos  e manipular esse tempo era importante.
Para o povo cigano o casamento era uma forma de perpetuar não só a cultura mas a tática para permanecerem unidos.
Estela tinha um espírito livre, era avessa a casamento arranjado, sua missão de liderar o povo cigano era extremamente levado a sério mas em muitas noites Estela pensava em desistir e seguir um caminho contrário as antigas tradições, em seu coração era uma grande luta, cuidar de seu povo ou seguir seu próprio caminho longe das intrigas e perseguições, queria viver em paz mas o amor àquelas crianças e mulheres a fazia ficar.
Eduardo era um belo homem, mas Estela não o via como alguém confiável, em seu coração aflito havia uma grande intuição. Eduardo a faria sofrer pelo povo cigano.
Eduardo numa noite reuniu os homens numa grande clareira em o intuito de proteger as fronteiras do acampamento e como de costume Estela tomava banho uma lagoa durante as luas cheias firmando seus pensamentos aos ancestrais e os espíritos elementares.
Estela então se afeiçoara a lagoa que sempre fora seu refúgio, Eduardo aproveitando da vulnerabilidade , se aproximou de Estela e ali mesmo a violentou, esta então gritou mas seu grito foi silenciado com golpes e então num ato covarde fez desse dia de Estela as lágrimas de uma vida inteira.
Estela fugiu, correu pela floresta densa, chorando como uma criança indefesa, não parou, correu, correu por horas, desesperada só parou quando viu o sol nascer na colina.
Estela não mais olhou para trás, ali viu sua vida passar, ali mesmo Estela morreu, mas morreu uma rainha, não era a mesma Estela, não era mais aquela menina de grandes responsabilidades, era a Estela sozinha e o que iria fazer?
Fugiria para sempre?
Voltaria ao acampamento?
Estela estava ali, pedindo a Deus que ela acreditava uma ação, mas Estela apenas chorava pelo que aconteceu, naquele momento Estela pensava nela mesma, esquecera das crianças, as mães, agora Estela era apenas Estela.
E Eduardo passou a ser o homem que feriu seu coração, não só seu coração mas era agora um homem odiado e Estela não iria esquecer de quem era Eduardo.
Estela ficou dias sofrendo essa dor e o ódio aumentou a cada lembrança, Estela alimentou dentro dela um sentimento de vingança. 

A travessia - psicografia- página 1


Ela estava sentada, pensamentos voando e contemplava a lua cheia brilhante e muito viva.
Estela era uma jovem cigana, vivia livremente mas em tempos de guerra as muitas orações a fazia refletir sobre o que fazer para que seu povo não sofresse tanto.
Ela , uma jovem com seus cabelos dourados , era uma vida difícil mas viver na mata colhendo frutos e vivendo da natureza a fazia esquecer das guerras sem fim que matava seu povo e as perseguições sem fim fazia se esconder.
Não havia como esquecer das mortes do seu povo, dos soldados de Deus queimando suas cabanas e plantações.
Crianças órfãs e maridos mortos, seu povo sofria e sempre pensava no porque disso tudo.
As dores em sua alma a fazia solitária, sua responsabilidade era grande , ser aquela que comandava seu povo e cuidava das mulheres era um fardo pesado mas ao ver a lua brilhante e a magia no ar, liberava dentro dela a luz que ela precisava.
Estela era mansa e muito doce, tinha os olhos vivos mas as dores da alma agigantava seu espírito, não era uma cigana comum, era a rainha, a soberana , era ela quem cuidava , ensinava e liderava.
Sua vida podia ser escrita nas grandes histórias de um tempo, mas ela deixava claro a nobreza de ser ela mesma.
Passado horas contemplando a lua, precisava tomar uma decisão importante.
Um grande número de crianças estavam doentes, uma doença que deixavam febris e com dores abdominais, nem todas as ervas conhecidas estavam amenizando o problema, eram dezenas de crianças e jovens mães apavoradas e desconsoladas procuravam consolo naquela menina de cabelos dourados e grandes olhos azuis, ela temia a morte daqueles pequenos guerreiros, mas uma luz a envolveu e naquele pequeno instante veio ao seu encontro um espírito amigo aconselhando-a a usar uma erva conhecida como beladona, erva muito usada nas formulações venenosas contra grandes reinados, ela muito curiosa atenta as instruções dos planos  espirituais e assim a fez.
Uma pequena quantidade de erva em litros de água pura e límpida dos vales e cada criança curada a alegria de servir a deixava feliz.
Não estava acostumada com as glórias, e responsabilidade era uma alegria, pois seguir as tradições de seus pai que serviram como grandes guerreiros entre os ciganos.
Estela não era apenas uma rainha entre eles, Estela era a pessoa iluminada capaz de viver uma história de luta e conquistas.