quarta-feira, 14 de outubro de 2009

UM GÊNIO ESTRANHO- PRIMEIRA PÁGINA


Ela chegou e colocou o peso nos papeis encima da mesa, destacou algumas frases e então pos-se a ler novamente seus inscritos, a mulher naquela época era um pouco desacreditada, suas saias diziam como seria sua vida, pois tudo aquilo ali estava longe de ser a felicidade.Quanto mais se vestia maior era a posição social, as mulheres daquela época era sempre um sinal de redenção, ela então, pensou num codinome, não podia assinar seu verdadeiro nome, achamva aquilo um tanto estranho mas ela, Vanessa, apenas assinou David Brown, apenas um nome... seria um nome masculino com dizeres femininos, mas para ser escritora na Inglaterra era preciso fazer isso, sem nenhum constrangimento, muitas mulheres faziam isso, colocava os nomes de seus maridos para dizer o que pensavam. Muitas vezes Vanessa pensara em fazer algo assim, mas seu marido não aceitaria, ele era um político, e mulheres assim, só a realeza, e Vanessa não era rainha, era apenas uma mulher que lia e escrevia, longe dos olhos de seu marido Antônio, nome português em terras estrangeiras, então, assim agora seria David Brown, um escritor inglês, com alma feminina num mundo machista.Muitas mulheres iam ao teatro ver as obras mais famosas do mundo ao lado de seus maridos e muitas daquelas obras eram escritas por mulheres, algumas peças eram deixadas nas portas dos teatros e alguns autores as interpretavam, uma dessas mulheres era Vanessa, tinha olhos para a arte como seu marido, que muito encantara com seus escritos mas não divulgara por achar incoveniente, era um homem bom e bem mais velho que ela, tinha cabelos já grisalhos e tinha os lábios marcados por brigas no parlamento, a guerra já se findara e a Inglaterra passava por uma recessão, famílias tinham dificuldades de se alimentarem, muitas mulheres tomavam posturas masculinas,acabara uma guerra e a Inglaterra aprendera com os franceses, um pouco mais de civilidade já que possuiam mentes brilhantes, as idéias de libertade encantava Antônio, já com seus 60 anos completos e Vanessa apenas 35 anos, ela o amava com muita dignidade , nada a fizera voltar para casa de seus pais mesmo eles estando doentes, pois eles a maltratavam muito devido a sua personalidade marcante e sua inteligência incomum, suas peças eram românticas e femininas, os homens da arte achavam seus escritos sinceros e puros e isso encantava a rainha e seus parlamentares.A Inglaterra era um país muito civilizado , as mulheres se encantavam com os teatros e as músicas, muitos franceses fugidos da revolução se instalaram ali. As terras da América lhe causava alvoroso, pois muitos tinham vontade de conhecer uma terra nova e cheia de sonhos, muitos iam para a América com sonhos e paixões, ali seria uma terra abençoada e ali estaria o destino de Vanessa? Talvez.
Antônio seguira o caminho certo da política, tinha boas idéias mas sua idade não deixava-o ser ainda mais ousado, a eletricidade fizera de sua vida algo de novo e bom, poucos entendiam sobre isso, ele era um cientísta inato, era curioso mas sua família o impedira de pesquisar muitas coisas, se incantava com as idéias de seus contemporâneos, tudo era uma grande novidade Isaac Newton era um fenônemo, e todos queriam estar ao seu lado, era um homem rude, pois muitos o procuravam e muitos também os achavam um lunático como sempre fora os que eram inteligentes e amantes de suas idéias incomuns.
Sempre existiu pessoas notáveis para que a humanidade se beneficiasse de suas idéias vindas do alto, nesta época existia muitas descbertas, as doenças causadas pela falta de higiene se alastravam na Europa, as guerras constantes faziam com que as bactérias se alastrassem, havia muitas infecções, que hoje em nosssos dias são comuns, a vida ali nos arredores de Londres era tranquila, havia esperanças no porvir, todos os ingleses estavam esperançosos, a guerra matara muitos mas outros tantos queriam somente viver.
Isaac era um rapaz muito interessante, tinha os olhos muidos, pouco enxergava, sua visào fora muito prejudicada por estilhaços, mas não o impedira de enxergar além do que via, sentia em sua alma a pureza e a inocência, era rude , não como um ser grosseiro, mas alguém que falava pouco e muito pensava, era tão genuíno em suas colocações que qualquer um se encantava ou se amedrontava, desde de menino sentira que fora diferente dos outros meninos, estudara muito , era de uma família pobre, mas o trabalho nunca faltara, seus trabalhos eram bem desempenhado , pois era muito perfeccionista.Tudo ocorrera bem em sua infância, sentia a pureza da vida em seus detalhes, gostava de sentir o vento, a água deslizando em seu corpo e ainda mais, era extremamente sensível as coisas do alto, em muitos momentos seus tios o achavam maluco pois era notável a sua percepção, conversava debaixo das árvores com seres que conhecia bem, eram amigos do alto que vinham lhe visitar, era um menino, um rapaz e enfim um homem enigmático, e Vanessa muito interessava pelos seus escritos, pois dentro dela havia algo que o fazia sentir atraída por ele, era algo que não poderia explicar, era algo muito estranho aos seus sonhos de menina , pois era uma menina com jeito de menino, esquecera as bonecas e subia nas árvores, colhia frutas, era uma menina incrível mas a consideravam um tanto rebelde. Nossos personagens estavam em lugares distantes mas algo os atraiam.

O MARTELO DAS FEITICEIRAS- MALLEUS MALLEFICARUM

ROSE MARIE MURARO

Para compreendermos a importância do Malleus é preciso termos uma visão ao menos mínima da história da mulher no interior da história humana em geral.
Segundo a maioria dos antropólogos, o ser humano habita este planeta há mais de dois milhões de anos. Mais de três quartos deste tempo a nossa espécie passou nas culturas de coleta e caça aos pequenos animais. Nessas sociedades não havia necessidade de força física para a sobrevivência, e nelas as mulheres possuíam um lugar central.
Em nosso tempo ainda existem remanescentes dessas culturas, tais como os grupos mahoris (Indonésia), pigmeus e bosquímanos (África Central). Estes são os grupos mais primitivos que existem e ainda sobrevivem da coleta dos frutos da terra e da pequena caça ou pesca. Nesses grupos, a mulher ainda é considerada um ser sagrado, porque pode dar a vida e, portanto, ajudar a fertilidade da terra e dos animais. Nesses grupos, o princípio masculino e o feminino governam o mundo juntos. Havia divisão de trabalho entre os sexos, mas não havia desigualdade. A vida corria mansa e paradisíaca.
Nas sociedades de caça aos grandes animais, que sucedem a essas mais primitivas, em que a força física é essencial, é que se inicia a supremacia masculina. Mas nem nas sociedades de coleta nem nas de caça se conhecia função masculina na procriação. Também nas sociedades de caça a mulher era considerada um ser sagrado, que possuía o privilégio dado pelos deuses de reproduzir a espécie. Os homens se sentiam marginalizados nesse processo e invejavam as mulheres. Essa primitiva “inveja do útero” dos homens é a antepassada da moderna “inveja do pênis” que sentem as mulheres nas culturas patriarcais mais recentes.
A inveja do útero dava origem a dois ritos universalmente encontrados nas sociedades de caça pelos antropólogos e observados em partes opostas do mundo, como Brasil e Oceania. O primeiro é o fenômeno da couvade, em que a mulher começa a trabalhar dois dias depois de parir e o homem fica de resguardo com o recém-nascido, recebendo visitas e presentes… O segundo é a iniciação dos homens. Na adolescência, a mulher tem sinais exteriores que marcam o limiar da sua entrada no mundo adulto. A menstruação a torna apta à maternidade e representa um novo patamar em sua vida. Mas os adolescentes homens não possuem esse sinal tão óbvio. Por isso, na puberdade eles são arrancados pelos homens às suas mães, para serem iniciados na “casa dos homens”. Em quase todas essas iniciações, o ritual é semelhante: é a imitação cerimonial do parto com objetos de madeira e instrumentos musicais. E nenhuma mulher ou criança pode se aproximar da casa dos homens, sob pena de morte. Desse dia em diante o homem pode “parir” ritualmente e, portanto, tomar seu lugar na cadeia das gerações…
Ao contrário da mulher, que possuía o “poder biológico”, o homem foi desenvolvendo o “poder cultural” à medida que a tecnologia foi avançando. Enquanto as sociedades eram de coleta, as mulheres mantinham uma espécie de poder, mas diferente das culturas patriarcais. Essas culturas primitivas tinham de ser cooperativas, para poder sobreviver em condições hostis, e portanto não havia coerção ou centralização, mas rodízio de lideranças, e as relações entre homens e mulheres eram mais fluidas do que viriam a ser nas futuras sociedades patriarcais.
Nos grupos matricêntricos, as formas de associação entre homens e mulheres não incluíam nem a transmissão do poder nem a da herança, por isso a liberdade em termos sexuais era maior. Por outro lado, quase não existia guerra, pois não havia pressão populacional pela conquista de novos territórios.
É só nas regiões em que a coleta é escassa, ou onde vão se esgotando os recursos naturais vegetais e os pequenos animais, que se inicia a caça sistemática aos grandes animais. E aí começam a se instalar a supremacia masculina e a competitividade entre os grupos na busca de novos territórios. Agora, para sobreviver, as sociedades têm de competir entre si por um alimento escasso. As guerras se tornam constantes e passam a ser mitificadas. Os homens mais valorizados são os heróis guerreiros. Começa a se romper a harmonia que ligava a espécie humana à natureza. Mas ainda não se instala definitivamente a lei do mais forte. O homem ainda não conhece com precisão a sua função reprodutora e crê que a mulher fica grávida dos deuses. Por isso ela ainda conserva poder de decisão. Nas culturas que vivem da caça, já existe estratificação social e sexual, mas não é completa como nas sociedades que se lhes seguem.
É no decorrer do neolítico que, em algum momento, o homem começa a dominar a sua função biológica reprodutora, e, podendo controlá-la, pode também controlar a sexualidade feminina. Aparece então o casamento como o conhecemos hoje, em que a mulher é propriedade do homem e a herança se transmite através da descendência masculina. Já acontece assim, por exemplo, nas sociedades pastoris descritas na Bíblia. Nessa época, o homem já tinha aprendido a fundir metais. Essa descoberta acontece por volta de 10000 ou 8000 a.C. E, à medida que essa tecnologia se aperfeiçoa, começam a ser fabricadas não só armas mais sofisticadas como também instrumentos que permitem cultivar melhor a terra (o arado, por ex.).
Hoje há consenso entre os antropólogos de que os primeiros humanos a descobrir os ciclos da natureza foram as mulheres, porque podiam compará-los com o ciclo do próprio corpo. Mulheres também devem ter sido as primeiras plantadoras e as primeiras ceramistas, mas foram os homens que, a partir da invenção do arado, sistematizaram as atividades agrícolas, iniciando uma nova era, a era agrária, e com ela a história em que vivemos hoje.
Para poder arar a terra, os grupamentos humanos deixam de ser nômades. São obrigados a se tornar sedentários. Dividem a terra e formam as primeiras plantações. Começam a se estabelecer as primeiras aldeias, depois as cidades, as cidades-estado, os primeiros Estados e os impérios, no sentido antigo do termo. As sociedades, então, se tornam patriarcais, isto é, os portadores dos valores e da sua transmissão são os homens. Já não são mais os princípios feminino e masculino que governam juntos o mundo, mas, sim, a lei do mais forte. A comida era primeiro para o dono da terra, sua família, seus escravos e seus soldados. Até ser escravo era privilégio. Só os párias nômades, os sem-terra, é que pereciam no primeiro inverno ou na primeira escassez.
Nesse contexto, quanto mais filhos, mais soldados e mais mão-de-obra barata para arar a terra. As mulheres tinham a sua sexualidade rigidamente controlada pelos homens. O casamento era monogâmico e a mulher era obrigada a sair virgem das mãos do pai para as mãos do marido. Qualquer ruptura desta norma podia significar a morte. Assim também o adultério: um filho de outro homem viria ameaçar a transmissão da herança que se fazia através da descendência da mulher. A mulher fica, então, reduzida ao âmbito doméstico. Perde qualquer capacidade de decisão no domínio público, que fica inteiramente reservado ao homem. A dicotomia entre o privado e o público torna-se, então, a origem da dependência econômica da mulher, e esta dependência, por sua vez, gera, no decorrer das gerações, uma submissão psicológica que dura até hoje.
É nesse contexto que transcorre todo o período histórico até os dias de hoje. De matricêntrica, a cultura humana passa a patriarcal.
E o Verbo Veio Depois
“No princípio era a Mãe, o Verbo veio depois.” É assim que Marilyn French, uma das maiores pensadoras feministas americanas, começa o seu livro Beyond Power (Summit Books, Nova York, 1985). E não é sem razão, pois podemos retraçar os caminhos da espécie através da sucessão dos seus mitos. Um mitólogo americano, em seu livro The Masks of God Occidental Mythology (Nova York, 1970), citado por French, divide em quatro grupos todos os mitos conhecidos da criação. E, surpreendentemente, esses grupos correspondem às etapas cronológicas da história humana.
Na primeira etapa, o mundo é criado por uma deusa mãe sem auxílio de ninguém. Na segunda, ele é criado por um deus andrógino ou um casal criador. Na terceira, um deus macho ou toma o poder da deusa ou cria o mundo sobre o corpo da deusa primordial. Finalmente, na quarta etapa, um deus macho cria o mundo sozinho.
Essas quatro etapas que se sucedem também cronologicamente são testemunhas eternas da transição da etapa matricêntrica da humanidade para sua fase patriarcal, e é esta sucessão que dá veracidade à frase já citada de Marilyn French.
Alguns exemplos nos farão entender as diversas etapas e a frase de French. O primeiro e mais importante exemplo da primeira etapa em que a Grande Mãe cria o universo sozinha é o próprio mito grego. Nele a criadora primária é Geia, a Mãe Terra. Dela nascem todos as protodeuses: Urano, os Titãs e as protodeusas, entre as quais Réia, que virá a ser a mãe do futuro dominador do Olimpo, Zeus. Há também o caso do mito Nagô, que vem dar origem ao candomblé. Neste mito africano, é Nana Buruquê que dá à luz todos os orixás, sem auxílio de ninguém.
Exemplos do segundo caso são o deus andrógino que gera todos os deuses, no hinduísmo, e o yin e o yang, o princípio feminino e o masculino que governam juntos na mitologia chinesa.
Exemplos do terceiro caso são as mitologias nas quais reinam em primeiro lugar deusas mulheres, que são, depois, destronadas por deuses masculinos. Entre essas mitologias está a sumeriana, em que primitivamente a deusa Siduri reinava num jardim de delícias e cujo poder foi usurpado por um deus solar. Mais tarde, na epopéia de Gilgamesh, ela é descrita como simples serva. Ainda, os mitos primitivos dos astecas falam de um mundo perdido, de um jardim paradisíaco governado por Xoxiquetzl, a Mãe Terra. Dela nasceram os Huitzuhuahua, que são os Titãs e os Quatrocentos Habitantes do Sul (as estrelas). Mais tarde, seus filhos se revoltam contra ela e ela dá à luz o deus que iria governar a todos, Huitzilopochtli.
A partir do segundo milênio a.C., contudo, raramente se registram mitos em que a divindade primária seja mulher. Em muitos deles, estas são substituídas por um deus macho que cria o mundo a partir de si mesmo, tais como os mitos persa, meda e, principalmente e acima de todos, o nosso mito cristão, que é o que será enfocado aqui.
Javé é deus único todo-poderoso, onipresente, e controla todos os seres humanos em todos os momentos da sua vida. Cria sozinho o mundo em sete dias e, no final, cria o homem. E só depois cria a mulher, assim mesmo a partir do homem. E coloca ambos no Jardim das Delícias onde o alimento é abundante e colhido sem trabalho. Mas, graças à sedução da mulher, o homem cede à tentação da serpente e o casal é expulso do paraíso.
Antes de prosseguir, procuremos analisar o que já se tem até aqui em relação à mulher. Em primeiro lugar, ao contrário das culturas primitivas, Javé é deus único, centralizador, dita rígidas regras de comportamento cuja transgressão é sempre punida. Nas primitivas mitologias, ao contrário, a Grande Mãe é permissiva, amorosa e não-coercitiva. E como todos os mitos fundantes das grandes culturas tendem a sacralizar os seus principais valores, Javé representa bem a transformação do matricentrismo em patriarcado.
O Jardim das Delícias é a lembrança arquetípica da antiga harmonia entre o ser humano e a natureza. Nas culturas de coleta não se trabalhava sistematicamente. Por isso os controles eram frouxos e podia se viver mais prazerosamente. Quando o homem começa a dominar a natureza, ele começa a se separar dessa mesma natureza em que até então vivia imerso.
Como o trabalho é penoso, necessita agora de poder central que imponha controles mais rígidos e punição para a transgressão. É preciso usar a coerção e a violência para que os homens sejam obrigados a trabalhar, e essa coerção é localizada no corpo, na repressão da sexualidade e do prazer. Por isso o pecado original, a culpa máxima, na Bíblia, é colocado no ato sexual (é assim que, desde milênios, popular -mente se interpreta a transgressão dos primeiros humanos).
É por isso que a árvore do conhecimento é também a árvore do bem e do mal. O progresso do conhecimento gera o trabalho e por isso o corpo tem de ser amaldiçoado, porque o trabalho é bom. Mas é interessante notar que o homem só consegue conhecimento do bem e do mal transgredindo a lei do Pai. O sexo (o prazer) doravante é mau e, portanto, proibido. Praticá-lo é transgredir a lei. Ele é, portanto, limitado apenas às funções procriativas, e mesmo assim é uma culpa.
Daí a divisão entre sexo e afeto, entre corpo e alma, apanágio das civilizações agrárias e fonte de todas as divisões e fragmentações do homem e da mulher, da razão e da emoção, das classes…
Tomam aí sentido as punições de Javé. Uma vez adquirido o conhecimento, o homem tem que sofrer. O trabalho o escraviza. E por isso o homem escraviza a mulher. A relação homem-mulher-natureza não é mais de integração e, sim, de dominação. O desejo dominante agora é o do homem. O desejo da mulher será para sempre carência, e é esta paixão que será o seu castigo. Daí em diante, ela será definida por sua sexualidade, e o homem, pelo seu trabalho.
Mas o interessante é que os primeiros capítulos do Gênesis podem ser mais bem entendidos à luz das modernas teorias psicológicas, especialmente a psicanálise. Em cada menino nascido no sistema patriarcal repete-se, em nível simbólico, a tragédia primordial. Nos primeiros tempos de sua vida, eles estão imersos no Jardim das Delícias, em que todos os seus desejos são satisfeitos. E isto lhes faz buscar o prazer que lhes dá o contato com a mãe, a única mulher a que têm acesso. Mas a lei do pai proíbe ao menino a posse da mãe. E o menino é expulso do mundo do amor, para assumir a sua autonomia e, com ela, a sua maturidade. Principalmente, a sua nudez, a sua fraqueza, os seus limites. É à medida que o homem se cinde do Jardim das Delícias proporcionadas pela mulher-mãe que ele assume a sua condição masculina.
E para que possa se tornar homem em termos simbólicos, ele precisa passar pela punição maior que é a ameaça de morte pelo pai. Como Adão, o menino quer matar o pai e este o pune, deixando-o só.
Assim, aquilo que se verifica no decorrer dos séculos, isto é, a transição das culturas de coleta para a civilização agrária mais avançada, é relembrado simbolicamente na vida de cada um dos homens do mundo de hoje. Mas duas observações devem ser feitas. A primeira é que o pivô das duas tragédias, a individual e a coletiva, é a mulher; e a segunda, que o conhecimento condenado não é o conhecimento dissociado e abstrato que daí por diante será o conhecimento dominante, mas sim o conhecimento do bem e do mal, que.vem da experiência concreta do prazer e da sexualidade, o conhecimento totalizante que integra inteligência e emoção, corpo e alma, enfim, aquele conhecimento que é, especificamente na cultura patriarcal, o conhecimento feminino por excelência.
Freud dizia que a natureza tinha sido madrasta para a mulher porque ela não era capaz de simbolizar tão perfeitamente como o homem. De fato, para podermos entender a misoginia que daí por diante caracterizará a cultura patriarcal, é preciso analisar a maneira como as ciências psicológicas mais atuais apontam para uma estrutura psíquica feminina bem diferente da masculina.
A mesma idade em que o menino conhece a tragédia da castração imaginária, a menina resolve de outra maneira o conflito que a conduzirá à maturidade. Porque já vem castrada, isto é, porque não tem pênis (o símbolo do poder e do prazer, no patriarcado), quando seu desejo a leva para o pai ela não entra em conflito com a mãe de maneira tão trágica e aguda como o menino entra com o pai por causa da mãe. Porque já vem castrada, não tem nada a perder. E a sua identificação com a mãe se resolve sem grandes traumas. Ela não se desliga inteiramente das fontes arcaicas do prazer (o corpo da mãe). Por isso, também, não se divide de si mesma como se divide o homem, nem de suas emoções. Para o resto da sua vida, conhecimento e prazer, emoção e inteligência são mais integrados na mulher do que no homem e, por isso, são perigosos e desestabilizadores de um sistema que repousa inteiramente no controle, no poder e, portanto, no conhecimento dissociado da emoção e, por isso mesmo, abstraio.
De agora em diante, poder, competitividade, conhecimento, controle, manipulação, abstração e violência vêm juntos. O amor, a integração com o meio ambiente e com as próprias emoções são os elementos mais desestabilizadores da ordem vigente. Por isso é preciso precaver-se de todas as maneiras contra a mulher, impedi-la de interferir nos processos decisórios, fazer com que ela introjete uma ideologia que a convença de sua própria inferioridade em relação ao homem.
E não espanta que na própria Bíblia encontremos o primeiro indício desta desigualdade entre homens e mulheres. Quando Deus cria o homem, Ele o cria só e apenas depois tira a companheira da costela deste. Em outras palavras: o primeiro homem dá à luz (pare) a primeira mulher. Esse fenômeno psicológico de deslocamento é um mecanismo de defesa conhecido por todos aqueles que lidam com a psique humana e serve para revelar escondendo. Tirar da costela é menos violento do que tirar do próprio ventre, mas, em outras palavras, aponta para a mesma direção. Agora, parir é ato que não está mais ligado ao sagrado e é, antes, uma vulnerabilidade do que uma força. A mulher se inferioriza pelo próprio fato de parir, que outrora lhe assegurava a grandeza. A grandeza agora pertence ao homem, que trabalha e domina a natureza.
Já não é mais o homem que inveja a mulher. Agora é a mulher que inveja o homem e é dependente dele. Carente, vulnerável, seu desejo é o centro da sua punição. Ela passa a se ver com os olhos do homem, isto é, sua identidade não está mais nela mesma e sim em outro. O homem é autônomo e a mulher é reflexa. Daqui em diante, como o pobre se vê com os olhos do rico, a mulher se vê pelo homem.
Da época em que foi escrito o Gênesis até os nossos dias, isto é, de alguns milênios para cá, essa narrativa básica da nossa cultura patriarcal tem servido ininterruptamente para manter a mulher em seu devido lugar. E, aliás, com muita eficiência. A partir desse texto, a mulher é vista como a tentadora do homem, aquela que perturba a sua relação com a transcendência e também aquela que conflitua as relações entre os homens. Ela é ligada à natureza, à carne, ao sexo e ao prazer, domínios que têm de ser rigorosamente normalizados: a serpente, que nas eras matricêntricas era o símbolo da fertilidade e tida na mais alta estima como símbolo máximo da sabedoria, se transforma no demônio, no tentador, na fonte de todo pecado. E ao demônio é alceado o pecado por excelência, o pecado da carne. Coloca-se no sexo o pecado supremo e, assim, o poder fica imune à crítica. Apenas nos tempos modernos está se tentando deslocar o pecado da sexualidade para o poder. Isto é, até hoje não só o homem como as classes dominantes tiveram seu status sacralizado porque a mulher e a sexualidade foram penalizadas como causa máxima da degradação humana.
O Malleus como Continuação do Gênesis
Enquanto se escrevia o Gênesis no Oriente Médio, as grandes culturas patriarcais iam se sucedendo. Na Grécia, o status da mulher foi extremamente degradado. O homossexualismo era prática comum entre os homens e as mulheres ficavam exclusivamente reduzidas às suas funções de mãe, prostituta ou cortesã. Em Roma, embora durante certo período tivessem bastante liberdade sexual, jamais chegaram a ter poder de decisão no Império. Quando o Cristianismo se torna a religião oficial dos romanos no século IV, tem início a Idade Média. Algo novo acontece. E aqui nos deteremos porque é o período que mais nos interessa.
Do terceiro ao décimo séculos, alonga-se um período em que o Cristianismo se sedimenta entre as tribos bárbaras da Europa. Nesse período de conflito de valores, é muito confusa a situação da mulher. Contudo, ela tende a ocupar lugar de destaque no mundo das decisões, porque os homens se ausentavam muito e morriam nos períodos de guerra. Em poucas palavras: as mulheres eram jogadas para o domínio público quando havia escassez de homens e voltavam para o domínio privado quando os homens reassumiam o seu lugar na cultura.
Na alta Idade Média, a condição das mulheres floresce. Elas têm acesso às artes, às ciências, à literatura. Uma monja, por exemplo, Hrosvitha de Gandersheim, foi o único poeta da Europa durante cinco séculos. Isso acontece durante as cruzadas, período em que não só a Igreja alcança seu maior poder temporal como, também, o mundo se prepara para as grandes transformações que viriam séculos mais tarde, com a Renascença.
E é logo depois dessa época, no período que vai do fim do século XIV até meados do século XVIII que aconteceu o fenômeno generalizado em toda a Europa: a repressão sistemática do feminino. Estamos nos referindo aos quatro séculos de “caça às bruxas”.É no decorrer do neolítico que, em algum momento, o homem começa a dominar a sua função biológica reprodutora, e, podendo controlá-la, pode também controlar a sexualidade feminina. Aparece então o casamento como o conhecemos hoje, em que a mulher é propriedade do homem e a herança se transmite através da descendência masculina. Já acontece assim, por exemplo, nas sociedades pastoris descritas na Bíblia. Nessa época, o homem já tinha aprendido a fundir metais. Essa descoberta acontece por volta de 10000 ou 8000 a.C. E, à medida que essa tecnologia se aperfeiçoa, começam a ser fabricadas não só armas mais sofisticadas como também instrumentos que permitem cultivar melhor a terra (o arado, por ex.).
Hoje há consenso entre os antropólogos de que os primeiros humanos a descobrir os ciclos da natureza foram as mulheres, porque podiam compará-los com o ciclo do próprio corpo. Mulheres também devem ter sido as primeiras plantadoras e as primeiras ceramistas, mas foram os homens que, a partir da invenção do arado, sistematizaram as atividades agrícolas, iniciando uma nova era, a era agrária, e com ela a história em que vivemos hoje.
Para poder arar a terra, os grupamentos humanos deixam de ser nômades. São obrigados a se tornar sedentários. Dividem a terra e formam as primeiras plantações. Começam a se estabelecer as primeiras aldeias, depois as cidades, as cidades-estado, os primeiros Estados e os impérios, no sentido antigo do termo. As sociedades, então, se tornam patriarcais, isto é, os portadores dos valores e da sua transmissão são os homens. Já não são mais os princípios feminino e masculino que governam juntos o mundo, mas, sim, a lei do mais forte. A comida era primeiro para o dono da terra, sua família, seus escravos e seus soldados. Até ser escravo era privilégio. Só os párias nômades, os sem-terra, é que pereciam no primeiro inverno ou na primeira escassez.
Nesse contexto, quanto mais filhos, mais soldados e mais mão-de-obra barata para arar a terra. As mulheres tinham a sua sexualidade rigidamente controlada pelos homens. O casamento era monogâmico e a mulher era obrigada a sair virgem das mãos do pai para as mãos do marido. Qualquer ruptura desta norma podia significar a morte. Assim também o adultério: um filho de outro homem viria ameaçar a transmissão da herança que se fazia através da descendência da mulher. A mulher fica, então, reduzida ao âmbito doméstico. Perde qualquer capacidade de decisão no domínio público, que fica inteiramente reservado ao homem. A dicotomia entre o privado e o público torna-se, então, a origem da dependência econômica da mulher, e esta dependência, por sua vez, gera, no decorrer das gerações, uma submissão psicológica que dura até hoje.
É nesse contexto que transcorre todo o período histórico até os dias de hoje. De matricêntrica, a cultura humana passa a patriarcal.
E o Verbo Veio Depois
“No princípio era a Mãe, o Verbo veio depois.” É assim que Marilyn French, uma das maiores pensadoras feministas americanas, começa o seu livro Beyond Power (Summit Books, Nova York, 1985). E não é sem razão, pois podemos retraçar os caminhos da espécie através da sucessão dos seus mitos. Um mitólogo americano, em seu livro The Masks of God Occidental Mythology (Nova York, 1970), citado por French, divide em quatro grupos todos os mitos conhecidos da criação. E, surpreendentemente, esses grupos correspondem às etapas cronológicas da história humana.
Na primeira etapa, o mundo é criado por uma deusa mãe sem auxílio de ninguém. Na segunda, ele é criado por um deus andrógino ou um casal criador. Na terceira, um deus macho ou toma o poder da deusa ou cria o mundo sobre o corpo da deusa primordial. Finalmente, na quarta etapa, um deus macho cria o mundo sozinho.
Essas quatro etapas que se sucedem também cronologicamente são testemunhas eternas da transição da etapa matricêntrica da humanidade para sua fase patriarcal, e é esta sucessão que dá veracidade à frase já citada de Marilyn French.
Alguns exemplos nos farão entender as diversas etapas e a frase de French. O primeiro e mais importante exemplo da primeira etapa em que a Grande Mãe cria o universo sozinha é o próprio mito grego. Nele a criadora primária é Geia, a Mãe Terra. Dela nascem todos as protodeuses: Urano, os Titãs e as protodeusas, entre as quais Réia, que virá a ser a mãe do futuro dominador do Olimpo, Zeus. Há também o caso do mito Nagô, que vem dar origem ao candomblé. Neste mito africano, é Nana Buruquê que dá à luz todos os orixás, sem auxílio de ninguém.
Exemplos do segundo caso são o deus andrógino que gera todos os deuses, no hinduísmo, e o yin e o yang, o princípio feminino e o masculino que governam juntos na mitologia chinesa.
Exemplos do terceiro caso são as mitologias nas quais reinam em primeiro lugar deusas mulheres, que são, depois, destronadas por deuses masculinos. Entre essas mitologias está a sumeriana, em que primitivamente a deusa Siduri reinava num jardim de delícias e cujo poder foi usurpado por um deus solar. Mais tarde, na epopéia de Gilgamesh, ela é descrita como simples serva. Ainda, os mitos primitivos dos astecas falam de um mundo perdido, de um jardim paradisíaco governado por Xoxiquetzl, a Mãe Terra. Dela nasceram os Huitzuhuahua, que são os Titãs e os Quatrocentos Habitantes do Sul (as estrelas). Mais tarde, seus filhos se revoltam contra ela e ela dá à luz o deus que iria governar a todos, Huitzilopochtli.
A partir do segundo milênio a.C., contudo, raramente se registram mitos em que a divindade primária seja mulher. Em muitos deles, estas são substituídas por um deus macho que cria o mundo a partir de si mesmo, tais como os mitos persa, meda e, principalmente e acima de todos, o nosso mito cristão, que é o que será enfocado aqui.
Javé é deus único todo-poderoso, onipresente, e controla todos os seres humanos em todos os momentos da sua vida. Cria sozinho o mundo em sete dias e, no final, cria o homem. E só depois cria a mulher, assim mesmo a partir do homem. E coloca ambos no Jardim das Delícias onde o alimento é abundante e colhido sem trabalho. Mas, graças à sedução da mulher, o homem cede à tentação da serpente e o casal é expulso do paraíso.
Antes de prosseguir, procuremos analisar o que já se tem até aqui em relação à mulher. Em primeiro lugar, ao contrário das culturas primitivas, Javé é deus único, centralizador, dita rígidas regras de comportamento cuja transgressão é sempre punida. Nas primitivas mitologias, ao contrário, a Grande Mãe é permissiva, amorosa e não-coercitiva. E como todos os mitos fundantes das grandes culturas tendem a sacralizar os seus principais valores, Javé representa bem a transformação do matricentrismo em patriarcado.
O Jardim das Delícias é a lembrança arquetípica da antiga harmonia entre o ser humano e a natureza. Nas culturas de coleta não se trabalhava sistematicamente. Por isso os controles eram frouxos e podia se viver mais prazerosamente. Quando o homem começa a dominar a natureza, ele começa a se separar dessa mesma natureza em que até então vivia imerso.
Como o trabalho é penoso, necessita agora de poder central que imponha controles mais rígidos e punição para a transgressão. É preciso usar a coerção e a violência para que os homens sejam obrigados a trabalhar, e essa coerção é localizada no corpo, na repressão da sexualidade e do prazer. Por isso o pecado original, a culpa máxima, na Bíblia, é colocado no ato sexual (é assim que, desde milênios, popular -mente se interpreta a transgressão dos primeiros humanos).
É por isso que a árvore do conhecimento é também a árvore do bem e do mal. O progresso do conhecimento gera o trabalho e por isso o corpo tem de ser amaldiçoado, porque o trabalho é bom. Mas é interessante notar que o homem só consegue conhecimento do bem e do mal transgredindo a lei do Pai. O sexo (o prazer) doravante é mau e, portanto, proibido. Praticá-lo é transgredir a lei. Ele é, portanto, limitado apenas às funções procriativas, e mesmo assim é uma culpa.
Daí a divisão entre sexo e afeto, entre corpo e alma, apanágio das civilizações agrárias e fonte de todas as divisões e fragmentações do homem e da mulher, da razão e da emoção, das classes…
Tomam aí sentido as punições de Javé. Uma vez adquirido o conhecimento, o homem tem que sofrer. O trabalho o escraviza. E por isso o homem escraviza a mulher. A relação homem-mulher-natureza não é mais de integração e, sim, de dominação. O desejo dominante agora é o do homem. O desejo da mulher será para sempre carência, e é esta paixão que será o seu castigo. Daí em diante, ela será definida por sua sexualidade, e o homem, pelo seu trabalho.
Mas o interessante é que os primeiros capítulos do Gênesis podem ser mais bem entendidos à luz das modernas teorias psicológicas, especialmente a psicanálise. Em cada menino nascido no sistema patriarcal repete-se, em nível simbólico, a tragédia primordial. Nos primeiros tempos de sua vida, eles estão imersos no Jardim das Delícias, em que todos os seus desejos são satisfeitos. E isto lhes faz buscar o prazer que lhes dá o contato com a mãe, a única mulher a que têm acesso. Mas a lei do pai proíbe ao menino a posse da mãe. E o menino é expulso do mundo do amor, para assumir a sua autonomia e, com ela, a sua maturidade. Principalmente, a sua nudez, a sua fraqueza, os seus limites. É à medida que o homem se cinde do Jardim das Delícias proporcionadas pela mulher-mãe que ele assume a sua condição masculina.
E para que possa se tornar homem em termos simbólicos, ele precisa passar pela punição maior que é a ameaça de morte pelo pai. Como Adão, o menino quer matar o pai e este o pune, deixando-o só.
Assim, aquilo que se verifica no decorrer dos séculos, isto é, a transição das culturas de coleta para a civilização agrária mais avançada, é relembrado simbolicamente na vida de cada um dos homens do mundo de hoje. Mas duas observações devem ser feitas. A primeira é que o pivô das duas tragédias, a individual e a coletiva, é a mulher; e a segunda, que o conhecimento condenado não é o conhecimento dissociado e abstrato que daí por diante será o conhecimento dominante, mas sim o conhecimento do bem e do mal, que.vem da experiência concreta do prazer e da sexualidade, o conhecimento totalizante que integra inteligência e emoção, corpo e alma, enfim, aquele conhecimento que é, especificamente na cultura patriarcal, o conhecimento feminino por excelência.
Freud dizia que a natureza tinha sido madrasta para a mulher porque ela não era capaz de simbolizar tão perfeitamente como o homem. De fato, para podermos entender a misoginia que daí por diante caracterizará a cultura patriarcal, é preciso analisar a maneira como as ciências psicológicas mais atuais apontam para uma estrutura psíquica feminina bem diferente da masculina.
A mesma idade em que o menino conhece a tragédia da castração imaginária, a menina resolve de outra maneira o conflito que a conduzirá à maturidade. Porque já vem castrada, isto é, porque não tem pênis (o símbolo do poder e do prazer, no patriarcado), quando seu desejo a leva para o pai ela não entra em conflito com a mãe de maneira tão trágica e aguda como o menino entra com o pai por causa da mãe. Porque já vem castrada, não tem nada a perder. E a sua identificação com a mãe se resolve sem grandes traumas. Ela não se desliga inteiramente das fontes arcaicas do prazer (o corpo da mãe). Por isso, também, não se divide de si mesma como se divide o homem, nem de suas emoções. Para o resto da sua vida, conhecimento e prazer, emoção e inteligência são mais integrados na mulher do que no homem e, por isso, são perigosos e desestabilizadores de um sistema que repousa inteiramente no controle, no poder e, portanto, no conhecimento dissociado da emoção e, por isso mesmo, abstraio.
De agora em diante, poder, competitividade, conhecimento, controle, manipulação, abstração e violência vêm juntos. O amor, a integração com o meio ambiente e com as próprias emoções são os elementos mais desestabilizadores da ordem vigente. Por isso é preciso precaver-se de todas as maneiras contra a mulher, impedi-la de interferir nos processos decisórios, fazer com que ela introjete uma ideologia que a convença de sua própria inferioridade em relação ao homem.
E não espanta que na própria Bíblia encontremos o primeiro indício desta desigualdade entre homens e mulheres. Quando Deus cria o homem, Ele o cria só e apenas depois tira a companheira da costela deste. Em outras palavras: o primeiro homem dá à luz (pare) a primeira mulher. Esse fenômeno psicológico de deslocamento é um mecanismo de defesa conhecido por todos aqueles que lidam com a psique humana e serve para revelar escondendo. Tirar da costela é menos violento do que tirar do próprio ventre, mas, em outras palavras, aponta para a mesma direção. Agora, parir é ato que não está mais ligado ao sagrado e é, antes, uma vulnerabilidade do que uma força. A mulher se inferioriza pelo próprio fato de parir, que outrora lhe assegurava a grandeza. A grandeza agora pertence ao homem, que trabalha e domina a natureza.
Já não é mais o homem que inveja a mulher. Agora é a mulher que inveja o homem e é dependente dele. Carente, vulnerável, seu desejo é o centro da sua punição. Ela passa a se ver com os olhos do homem, isto é, sua identidade não está mais nela mesma e sim em outro. O homem é autônomo e a mulher é reflexa. Daqui em diante, como o pobre se vê com os olhos do rico, a mulher se vê pelo homem.
Da época em que foi escrito o Gênesis até os nossos dias, isto é, de alguns milênios para cá, essa narrativa básica da nossa cultura patriarcal tem servido ininterruptamente para manter a mulher em seu devido lugar. E, aliás, com muita eficiência. A partir desse texto, a mulher é vista como a tentadora do homem, aquela que perturba a sua relação com a transcendência e também aquela que conflitua as relações entre os homens. Ela é ligada à natureza, à carne, ao sexo e ao prazer, domínios que têm de ser rigorosamente normalizados: a serpente, que nas eras matricêntricas era o símbolo da fertilidade e tida na mais alta estima como símbolo máximo da sabedoria, se transforma no demônio, no tentador, na fonte de todo pecado. E ao demônio é alceado o pecado por excelência, o pecado da carne. Coloca-se no sexo o pecado supremo e, assim, o poder fica imune à crítica. Apenas nos tempos modernos está se tentando deslocar o pecado da sexualidade para o poder. Isto é, até hoje não só o homem como as classes dominantes tiveram seu status sacralizado porque a mulher e a sexualidade foram penalizadas como causa máxima da degradação humana.
O Malleus como Continuação do Gênesis
Enquanto se escrevia o Gênesis no Oriente Médio, as grandes culturas patriarcais iam se sucedendo. Na Grécia, o status da mulher foi extremamente degradado. O homossexualismo era prática comum entre os homens e as mulheres ficavam exclusivamente reduzidas às suas funções de mãe, prostituta ou cortesã. Em Roma, embora durante certo período tivessem bastante liberdade sexual, jamais chegaram a ter poder de decisão no Império. Quando o Cristianismo se torna a religião oficial dos romanos no século IV, tem início a Idade Média. Algo novo acontece. E aqui nos deteremos porque é o período que mais nos interessa.
Do terceiro ao décimo séculos, alonga-se um período em que o Cristianismo se sedimenta entre as tribos bárbaras da Europa. Nesse período de conflito de valores, é muito confusa a situação da mulher. Contudo, ela tende a ocupar lugar de destaque no mundo das decisões, porque os homens se ausentavam muito e morriam nos períodos de guerra. Em poucas palavras: as mulheres eram jogadas para o domínio público quando havia escassez de homens e voltavam para o domínio privado quando os homens reassumiam o seu lugar na cultura.
Na alta Idade Média, a condição das mulheres floresce. Elas têm acesso às artes, às ciências, à literatura. Uma monja, por exemplo, Hrosvitha de Gandersheim, foi o único poeta da Europa durante cinco séculos. Isso acontece durante as cruzadas, período em que não só a Igreja alcança seu maior poder temporal como, também, o mundo se prepara para as grandes transformações que viriam séculos mais tarde, com a Renascença.
E é logo depois dessa época, no período que vai do fim do século XIV até meados do século XVIII que aconteceu o fenômeno generalizado em toda a Europa: a repressão sistemática do feminino. Estamos nos referindo aos quatro séculos de “caça às bruxas”.
E Por Que Tudo Isso?
Desde a mais remota antiguidade, as mulheres eram as curadoras populares, as parteiras, enfim, detinham saber próprio, que lhes era transmitido de geração em geração. Em muitas tribos primitivas eram elas as xamãs. Na Idade Média, seu saber se intensifica e aprofunda. As mulheres camponesas pobres não tinham como cuidar da saúde, a não ser com outras mulheres tão camponesas e tão pobres quanto elas. Elas (as curadoras) eram as cultivadoras ancestrais das ervas que devolviam a saúde, e eram também as melhores anatomistas do seu tempo. Eram as parteiras que viajavam de casa em casa, de aldeia em aldeia, e as médicas populares para todas as doenças.
Mais tarde elas vieram a representar uma ameaça. Em primeiro lugar, ao poder médico, que vinha tomando corpo através das universidades no interior do sistema feudal. Em segundo, porque formavam organizações pontuais (comunidades) que, ao se juntarem, formavam vastas confrarias, as quais trocavam entre si os segredos da cura do corpo e muitas vezes da alma. Mais tarde, ainda, essas mulheres vieram a participar das revoltas camponesas que precederam a centralização dos feudos, os quais, posteriormente, dariam origem às futuras nações.
O poder disperso e frouxo do sistema feudal para sobreviver é obrigado, a partir do fim do século XIII, a centralizar, a hierarquizar e a se organizar com métodos políticos e ideológicos mais modernos. A noção de pátria aparece, mesmo nessa época (Klausevitz).
A religião católica e, mais tarde, a protestante contribuem de maneira decisiva para essa centralização do poder. E o fizeram através dos tribunais da Inquisição que varreram a Europa de norte a sul, leste e oeste, torturando e assassinando em massa aqueles que eram julgados heréticos ou bruxos.
Este “expurgo” visava recolocar dentro de regras de comportamento dominante as massas camponesas submetidas muitas vezes aos mais ferozes excessos dos seus senhores, expostas à fome, à peste e à guerra e que se rebelavam. E principalmente as mulheres.
Era essencial para o sistema capitalista que estava sendo forjado no seio mesmo do feudalismo um controle estrito sobre o corpo e a sexualidade, conforme constata a obra de Michel Foucault, História da Sexualidade. Começa a se construir ali o corpo dócil do futuro trabalhador que vai ser alienado do seu trabalho e não se rebelará. A partir do século XVII, os controles atingem profundidade e obsessividade tais que os menores, os mínimos detalhes e gestos são normatizados.
Todos, homens e mulheres, passam a ser, então, os próprios controladores de si mesmos a partir do mais íntimo de suas mentes. É assim que se instala o puritanismo, do qual se origina, segundo Tawnwy e Max Weber, o capitalismo avançado anglo-saxão. Mas até chegar a esse ponto foi preciso usar de muita violência. Até meados da Idade Média, as regras morais do Cristianismo ainda não tinham penetrado a fundo nas massas populares. Ainda existiam muitos núcleos de “paganismo” e, mesmo entre os cristãos, os controles eram frouxos.
As regras convencionais só eram válidas para as mulheres e homens das classes dominantes através dos quais se transmitiam o poder e a herança. Assim, os quatro séculos de perseguição às bruxas e aos heréticos nada tinham de histeria coletiva, mas, ao contrário, foram uma perseguição muito bem calculada e planejada pelas classes dominantes, para chegar a maior centralização e poder.
Num mundo teocrático, a transgressão da fé era também transgressão política. Mais ainda, a transgressão sexual que grassava solta entre as massas populares. Assim, os inquisidores tiveram a sabedoria de ligar a transgressão sexual à transgressão da fé. E punir as mulheres por tudo isso.
Vemos assim que na mesma época em que o mundo está entrando na Renascença, que virá a dar na Idade das Luzes, processa-se a mais delirante perseguição às mulheres e ao prazer. Tudo aquilo que já estava em embrião no Segundo Capítulo do Gênesis torna-se agora sinistramente concreto. Se nas culturas de coleta as mulheres eram quase sagradas por poderem ser férteis e, portanto, eram as grandes estimuladoras da fecundidade da natureza, agora elas são, por sua capacidade orgástica, as causadoras de todos os flagelos a essa mesma natureza. Sim, porque as feiticeiras se encontram apenas entre as mulheres orgásticas e ambiciosas (I, 6), isto é, aquelas que não tinham a sexualidade ainda normalizada e procuravam impor-se no domínio público, exclusivo dos homens.
Assim, o Malleus Maleficarum, por ser a continuação popular do Segundo Capítulo do Gênesis, torna-se a testemunha mais importante da estrutura do patriarcado e de como esta estrutura funciona concretamente sobre a repressão da mulher e do prazer.
De doadora da vida, símbolo da fertilidade para as colheitas e os animais, agora a situação se inverte: a mulher é a primeira e a maior pecadora, a origem de todas as ações nocivas ao homem, à natureza e aos animais.
Durante três séculos o Malleus foi a bíblia dos Inquisidores e esteve na banca de todos os julgamentos. Quando cessou a caça às bruxas, no século XVIII, houve grande transformação na condição feminina. A sexualidade se normaliza e as mulheres se tornam frígidas, pois orgasmo era coisa do diabo e, portanto, passível de punição. Reduzem-se exclusivamente ao âmbito doméstico, pois sua ambição também era passível de castigo. O saber feminino popular cai na clandestinidade, quando não é assimilado como próprio pelo poder médico masculino já solidificado. As mulheres não têm mais acesso ao estudo como na Idade Média e passam a transmitir voluntariamente a seus filhos valores patriarcais já então totalmente introjetados por elas.
É com a caça às bruxas que se normaliza o comportamento de homens e mulheres europeus, tanto na área pública como no domínio do privado.
E assim se passam os séculos.
A sociedade de classes que já está construída nos fins do século XVIII é composta de trabalhadores dóceis que não questionam o sistema.
As Bruxas do Século XX
Agora, mais de dois séculos após o término da caça às bruxas, é que podemos ter uma noção das suas dimensões. Neste final de século e de milênio, o que se nos apresenta como avaliação da sociedade industrial? Dois terços da humanidade passam fome para o terço restante superalimentar-se; além disto há a possibilidade concreta da destruição instantânea do planeta pelo arsenal nuclear já colocado e, principalmente, a destruição lenta mas contínua do meio ambiente, já chegando ao ponto do não-retorno. A aceleração tecnológica mostra-se, portanto, muito mais louca do que o mais louco dos inquisidores.
Ainda neste fim de século outro fenômeno está acontecendo: na mesma jovem rompem-se dois tabus que causaram a morte das feiticeiras: a inserção no mundo público e a procura do prazer sem repressão. A mulher jovem hoje liberta-se porque o controle da sexualidade e a reclusão ao domínio privado formam também os dois pilares da opressão feminina.
Assim, hoje as bruxas são legião no século XX. E são bruxas que não podem ser queimadas vivas, pois são elas que estão trazendo pela primeira vez na história do patriarcado, para o mundo masculino, os valores femininos. Esta reinserção do feminino na história, resgatando o prazer, a solidariedade, a não-competição, a união com a natureza, talvez seja a única chance que a nossa espécie tenha de continuar viva.
Creio que com isso as nossas bruxinhas da Idade Média podem se considerar vingadas!

sábado, 10 de outubro de 2009

AS MULHERES DA MINHA VIDA -PÁGINA DEZOITO


As mulheres da Aldeia ficaram na propriedade de Matilda, ficaram lá por muito tempo, mantinham uma correspondência com as crianças por meio do Padre João, que as amava com muita alegria e gratidão. O Padre Amaro retornara a Aldeia e quando descobriu que Matilda e as outras mulheres passaram por lá entrou em confronto consigo mesmo, queria recuperar uma jóia que ele acreditava ser dele como este fora aconselhado por seres trevosos, começou a caçar novamente as mulheres da Aldeia, mas acabara adoecendo e ficara de cama por muitos meses, chegaram a achar que ele morreria, mas um dos habitantes dali o sugeriu algum medicamente que as mulheres da Aldeia lhe ensinara, o padre Amaro orgulhoso não aceitara , este morreu em sua igreja sem ninguém para ajudá-lo, no dia de sua morte ninguém notara, só perceberam porque o cheiro era insuportável, a sua empregada o abandonara quando começou a trata-la com crueldade a chamando de escrava por ser negra, mas esta era liberta desde que nascera e ficara aos cuidados dele a pedido de sua mãe, o corpo ficara dias ali, enterraram-no por pura necessidade, algumas beatas ficaram chorosas mas outros em seu íntimo comemoravam. Assim que o padre morrera ficara ali seu espírito ao lado do corpo em num total desespero, seus amigos das trevas os recebeu com louvores , mas nada fora ao paraíso como ele pretendera, passou muitos anos perturbando as mulheres da Aldeia tanto as que sobreviveram a sua perseguição como também Sara que ainda ficara no umbral devido a ações passadas mas como se arrependera ficaram pouco tempo nos domínios do Padre Amaro, ali ele tinha um exército, que continuara a perseguir outros espíritos pois a vida continua, seu espírito perverso continuava a sua vida infeliz, como outros tantos.
As mulheres da Aldeia sabendo da morte do padre se sentiram aliviadas e puderam buscar as crianças do mosteiro.Sebastiana e Mercedes continuaram seus estudos e Thiago passara a viver ao lado do Padre João aprendendo as maravilhas do amor, este era uma alma livre dos dógmas da Igreja , se sentia como um pássaro livre a viver ao lado da natureza e em pouco tempo se tornara um franciscano a perambular a procura do bem fazer, sua beleza era espetacular, tinha sua alma as doces palavras do mestre Jesus Cristo, se interessava pelas forças dos astros, aprendera com sua mãe a magia e ele a praticava com amor e caridade, se tornou um médico de almas, tinha saudades de sua mãe, esta em outro plano se lembrava dele com um amor sublime, o que a fez reestabelecer e procurar o general no umbral e estes iam se renovando, mas o passado nos deixa marcas então reencarnariam para novamente viverem para se refazerem.
Sebastina e Mercedes se tornaram freiras , seguiam Thiago em suas muitas estradas,as mulheres da Aldeia estavam bem servindo a Deus, fazendo o que podiam , Thiago as visitavam quando podia,estavam agora vivendo em harmonia.Sempre se lembravam com amor de Sara e da vida de ciganos que levaram, a propriedade lhe rendiam bem , pois plantavam e colhiam.
Tudo estava correndo bem , as coisas tinham tomado rumo diferente, os filhos felizes por suas atitudes nobres, a vida continuava como antes, ajudavam os outros como aprenderam com sua vida cigana. Um dia uma visita as surpreenderam, eram agora viúvas mas ainda tinham um passado que as condenavam como bruxas, alguns habitantes da Aldeia as entregaram ao clero porque achavam serem realmente bruxas e a prova disso era que Matilda estava viva.Foram então chamadas a julgamento e estas foram também condenadas a fogueiras, por mais que pediam clemência nada adiantara pois abandoram suas famílias e Felipe acompanhara Estela a sua jornada, Gaspar acabara ficando na França e morrera na batalha, Maria perdera Messias numa luta injusta.
Presas nada podiam fazer, ficaram nas torres de Espanha até o julgamento, um soldado de Deus, seguidor do Padre Amaro a reconheceram e fora marcada a execussão, Mercedes , Sebastiana e Thiago nada puderam fazer, os três cada vez mais unidos na vida Cigana em Cristo foram absorvidos e libertos por estudarem em colégios internos e pertencerem aos franciscanos nada acontecera.
As mulheres da Aldeia foram massacradas nas prisões da Espanha, assim como Sara foram violentadas e amarradas, as roupas rasgadas, um padre amigo do Padre Amaro vingara a morte do amigo quando prometera queimar as mulheres da Aldeia, acreditara ele que a morte do padre Amaro fora arte de magia por parte das mulheres da Aldeia.
Na praça as cruzes foram estendidas Mercedes não queria ver a mãe morta na fogueira e não fora na praça, já Sebastiana e Thiago até o último momento tentaram reverter a situação.Em seu íntimo pediram perdão a Deus por tudo que fizeram e pediram a Deus que nada sentira e isso fora atendida, durante o ato selvagem de cruel, elas arderam nas chamas rezando e pedindo a Deus proteção.Matilda estava usando a jóia que tanto o padre Amaro pedira, esta fora queimada junto a ela.O Padre Amaro assistira a execussão com louvores e agradecendo aos seus aliados os esforços por encontrarem.
A vida passara a ter sentido na vida das mulheres da Aldeia pois ali vivendo entre ciganos aprenderam a arte da magia, embora em alguns momentos agiram de forma egoísta mas curaram tantas vidas, se armaram com o amor, e esse amor salvara elas contra as forças maléficas do mundo selvagem que tem num plano invisível, além dos olhos humanos, desde que poucos encarnados possam ver.
Agora a alma das mulheres da Aldeia estavam na vida de três jovens membros da divina ordem de Deus, dos amigos Franciscanos.seguiram suas vidas como cidadãos do mundo, verdadeiros mensageiros divinos, o que Thiago aprendera com a mãe nos primeiros anos de vida o fizera crescer, tinha saudades de seu pai, um grande general que fora reverenciado pod muito tempo ainda na França mesmo após sua morte.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

DEPOIMENTO - SENTIMENTOS

As mulheres falam demais assim dizem os que nada devam dizer.
Há mulheres e mulheres, algumas inconscientes de seus atos , outras são as mães do mundo que abraçam o mundo de amor, essas é que eu quero falar.
Somos heroinas quando agimos de acordo com a nossa consciência pois numa sociedade onde os hipócritas reinam é um detalhe gigantesco ao meio dos que sofrem e nelas confiam.
As mulheres maravilhas não precisam possuir um corpo escultural, mas uma cabeça genial, essa genialidade equipara a sua moral e sua praticidade diante da vida, quantas de nós estamos vivendo numa situação extrema em nome do amor e da paz.
Hoje vivo em meio de um ambiente devasso e sombrio mas não pelas minhas ações mas por aquelas com o qual preciso conviver.As suas ações me enojam como que come algo estragado e se dá conta de que o estômago não vai suportar.
Não posso conviver com a injustiça e nem tão pouco com a impunidade, quantos homens como este do qual retrato agora estão iludindo e maltratando outras tantas mulheres e vivendo assim quem pode suportar tanto tempos? Infelizmente algumas mulheres que se vendem e se rompõe, não possuem em si a dignidade e nem o amor próprio.
A vida nos deixa pegadas das quais seguimos os bons exemplos mas outros preferem seguir passos incertos e acabam por se perderem.
Não faço parte de uma minoria , mas faço parte de um mundo de pessoas indignadas com as mentiras que nos pregam,são nossos baixos salários, preconceito, entre muitas outras palavras feias que nos deprimem, são tantas mulheres esquecidas que atendem sua família como se carregassem baldes cheios de água na cabeça, muitas mulheres ainda carregam nos ombros as cargas que a socidade nos impõs, somos marginalizadas por outras mulheres que acham que nós somos fracas e frágeis e que nada podemos fazer, são essas as mesmas mulheres que se vendem achando que a vida lhe presenteou.
Nossas vidas não são poços de petróleo nem plantação de milho.Somos heroínas por supertarem a pressão de sermos nós mesmas.Ontém fiz uma reunião de um Clube das traídas, e foi ótimo pois as nossas idéias se tornaram praticáveis .
Diante das possibilidades do amanhã não podemos assegurar de que a vida vai se tornar mais fácil.Custo a acreditar que mulheres tão dinâmicas de entregam ao desespero de se tornarem sós, se tornando reféns de homens cruéis.Já me chamaram de louca por possuir uma personalidade um tanto forte, por eu me conhecer muito bem e não me deixar levar por palavras soltas.
Por muito tempo depositei minha vida em alguém que nada podia confiar,desperdicei meu tempo e inteligência, larguei uma carreira promissora para ser a dona de casa perfeita, confesso que antes me sentia fraca por isso mas me libertei e voltei a trabalhar, hoje estou em casa novamente para cuidar de minha filha de oito meses, não me entreguei ao deslize do passado, pois foi preciso muita luta para retomar minha profissão.Hoje escrevo para outras mulheres e homens que precisam de palavras mais doces e saudáveis.
Perdi um tempo muito precioso de minha vida, agora prestes a partir e retomar a minha vida que deixei para me tornar a esposa perfeita de um homem hoje que considero um infeliz por não ter a capacidade de amar.
As nossas vidas se entrelaçam como teia da mais famosa tecelã, uma pequena aranha que constrói a sua vida formando e ligando as vidas e nos prendem.
Não esqueci das lutas que travei nem as palavras que posso dizer, em muitos momentos de angústia pensei que nada poderia mudar, hoje dedico o meu tempo a coisas que antes era real, hoje retomo meu tempo nas possibilidades que virão.
Criei dentro de mim uma redoma de força para me esquivar das mentiras , da teia negativa que me prendiam.Hoje luto consideravelmente para que eu me liberte retomar a minha carreira.
Quantas vezes chegaram a me dizer que eu tinha muita sorte por ter um marido que me sustentasse, estes mesmos não sabiam da real situação ou mesmo se aliaram a ele em suas mentiras.Hoje este depoimento diz muito mais sobre mim do que eu poderia escrever, são palavras sinceras...faz parte de mim.
Estou aqui para nos defendermos... fizemos nossas escolhas erradas, algumas reversíveis, se alguns estão entre os vilões deixe que Deus faça justiça, agora retomemos a nossa força que estava prestes a acabar, muitos de nós estamos querendo evoluir, não podemos desanimar, é preciso que nós tenhamos a coragem de nos aliarmos e cuidarmos de nós mesmos, cuidar de nossos corações que deixamos samgrar, não somos inúteis tão pouco covardes, há homens e mulheres vítimas de estupro emocional, nos deixaram doentes quando nos impediaram de usar nossas mentes sadias para o bem.
Sejamos fortes para que a vida não nos carreguem pelos braços, não posso deixar que a vida me leve, pois eu sou dona de mim mesma, e isso é!!!
A dor de saber quem somos faz parte de nossa evolução , pois o orgulho nos cegam, a dor existe para que dentro de nós haja a coragem de mudar, e quando isso acontece somos tomados pela alegria de sabermos que somos depois dessa dolorosa revelação, afinal, nos conhecendo melhor, há muitas possibilidades amanhã.
Às vezes nos esquecemos de que somos donos de nós, que somos capazes de mudar o que ficou guardado por sermos generosos com os outros e acharmos que o devemos por cuidarem de nós o que na verdade nos aleijam para que sejamos suas propriedade o que não existe, tomemos força e sejamos que somos, se nos chamam de loucos , tudo bem, façamos testes para provar nossa sanidade, como já o fiz...então ninguém poderá me fazer infeliz sem que eu queira, sejamos fortes e nos livremos desse magnetísmo de psicopatas inatos... sejamos as mulheres traídas e homens traídos e nos libertemos das amarras que a tristeza nos causou.Sejamos novas pessoas, tornemos renovados pois só evolui quem se renova intimamente para o bem fazere deixamos de servir os que nos aprisionam... Sejamos felizes.

AS MULHERES DA MINHA VIDA-PÁGINA DEZESSETE


O acampamento estava em silêncio, Thiago, Sebastiana e Mercedes foram levados pelo Padre João para um mosteiro onde ali se encostaram na parede e choraram a morte de dois grandes heróis da revolução. Thiago tinha uma alma livre , era um libertário e sonhador, as suas mãos eram dotadas de um magnetismo singular, sentira a presença da mãe muitas vezes, e de seu pai o General, sentia saudade mas sentia que logo iriam se encontrar num lugar mais além, conhecia a Bíblia como ninguém e também a magia cigana ensinada por sua mãe.
As mulheres da Aldeia choraram a morte de uma delas mas precisavam sair dali, o corpo de Sara se transformara em pó, e do General fora jogado na sargeta assim como os outros da revolução, assim faziam , diziam que corpos de traídos nào deveriam serem enterrados em solo francês, mas muitas famílias os encontravam e os enterravam como indigentes, alguns eram jogados ao mar ou mesmo cremados, mas aquela mulher queimada ali, estava agora sangrando em outro plano, ela e de seu General amado.
Os ciganos seguiram seu plano como antes, o Padre Amaro não sabiam da existência do mosteiro, eles nada sabiam sobre a relação do padre João com os ciganos pois sua ligação era sempre muito bem articulada e os membros da Vila também nada podiam fazer a não ser se calarem. No meio do caminho o Padre Amaro os encontrara perto do rio que cortava o lugar, numa ponte ocorreu uma luta corporal dentre alguns ciganos e soldados de Deus, neste momento as mulheres da Aldeia não se encontravam pois temiam serem pegas , assim poderiam proteger seus filhos e crianças, alguns poucos ciganos sobreviveram, então ali Sitara morreu tentando salvar seu povo, poucas famílias, a maioria crianças órfãs, aquilo era horrível de ver.
Messias estava ferido, mal conseguia andar, o que o salvou foi a idéia de pular da ponte para tentar se salvar, algumas mulheres morreram tentando proteger seus filhos, os soldados pegaram algumas crianças e as levaram para um convento ali perto, Padre Amaro, não encontrando as outras mulheres da Aldeia o deixara ainda mais raivoso.Messias ficara na beira do rio desacordado , rezara para que sobrevivesse, todos tinham consigo uma dor descomunal, era uma dor que vinha da alma, nada poderiam fazer a não ser chorarem e orarem.
As mulheres da Aldeia estavam sentindo tal acontecimento o máximo de crianças que podiam proteger eram as menores, Constança culpara as mulheres da Aldeia pela morte de Sitara, esse ódio contaminara outros ciganos e estes expulsaram as Mulheres da Aldeia do acampamento, deixaram então as crianças com os ciganos e foram a procura de Messias no leito do rio, encontraram no quase morto, fizeram o que fora possível, morreu nos braços de Maria, seu amor tão nobre e sincero.
Então elas não tinham pais para onde irem, partiram para Espanha, Matilda procuraria o jóia então fugiriam para Portugal, a quando a revoluçào acabassem encontrariam as crianças que deixaram aos cuidados do Padre João.E assim fizeram.
Sara , em Belo Horizonte cuidara de uma casa espírita , Ester estava crescendo como uma menina sadia e muito esperta, frequentemente estudavam o evangelho. Um dia sua sogra amada Sofia a chamara em seu quarto, Sara e Pedro vendo Sofia só resolveram morar junto a ela. Sofia estava doente,sofria do coração, então esta fez uma revelação a Sara.
_ Minha Nora querida, minha netinha está linda, tem quase três anos e continua encantadora. sei que em breve não mais estarei aqui, eu preciso que me prometa uma coisa muito importante.
_ Está me assustando Sofia.
_ Não fique assim, por favor, em breve conhecerá mulheres que fizeram parte de seu passado longíncuo revelado por nosso amigo Messias de Aruanda , na casa espírita... já sabe que nossa Ester já fora Ester no seu passado então tenha fé e lute pela sua evolução, pois sabemos que tem a força em seu coração e principalmente a vontade de ajudar, ensine para a nossa Ester a alegria de servir em nome de Jesus Cristo.Meu filho Pedro a ama muito e tem por você muita admiração, foi um companheiro de outrora , vivam esse amor intenso e sejam felizes na paz de Cristo.
Pedro fora adotado por nós e queremos que ele saiba que nós o amamos muito, ele não sabia até ontém.
_ Ele estava estranho mas não quis me dizer.
_ Ele a ama , mas não fique triste , nós vamos servir a Deus sempre , ele saberá o que fazer, seus pensamentos estão confusos, por favor diga isso a ele.
Pedro chegara aquele momento e acabou desabafando e os três se abraçaram.Pedro fora deixado na porta da casa de Sofia quando era bebê de poucos dias, hoje com seus 32 anos é um rapaz bom e honesto, sua mãe fora uma jovem que se envolvera com um traficante mas que vivia sendo amolestada por ele então grávida ela resolvera fugir vivendo na rua, encontrou a casa de Sofia sobre uma forte intuição. pedro já havia desconfiado mas nada falara a mãe, mas entendera o que acontecera, eram uma família feliz e isso era para ele uma vitória.
Passaram -se dias e Sofia faleceu, deixando a casa aos cuidados de Pedro, seu pai falecera quando ainda era jovem, foi quando Sofia se interessou pelo espiritismo fazendo-se uma mulher de luz e de amor.
Agora a família estava reduzida e a família seguira sua vida aos cuidados de Deus, Pedro tornara espírita a pouco tempo quando sua mãe se manifestara na mesa mediúnica através da psicografia e estes seguem suas vidas no caminho do amor e da caridade.
Messias agora estava aos cuidados de amigos num plano de amor num plano de amor além do corpo físico, ali prometera sempre cuidar de suas mulheres da Aldeia.
Encontrara Sara e o General que continuaram se amando embora num plano diferente desta matéria densa, ficaram um tempo andando pelas zonas umbralinas, sentiam dores na alma e no corpo pois apesar de seus conhecimentos sobre a imortalidade da alma ainda sentiam as saudades.Sentiam o arrependimento ainda teriam muito a aprender em muitas outras encarnação e assim aconteceu.
As mulheres da Aldeia chagaram a Espanha em alguns meses, estavam doentes e armaguradas, chegaram na Aldeia e foram reconhecidas por alguns mas nada falaram.Ricardo e Gustavo foram enforcados por causa da morte de Ester e Matilda.
Estava ela ali diante deles, entào alguns a chamaram de bruxas e tiveram que fugir logo pela manhã, então Matilda foi até a sua antiga casa,e desenterrou a jóia que enterrara debaixo da árvore, agora restava poucas moedas, então se lembrada da propriedade da qual o Padre Amaro havia mencionado na França, e foram atrás dessa propriedade que ficara no alto de uma colina.Lá encontrara alguns antigos empregados que ficaram sobre os cuidados de uma tia há muitos anos e que reconhecera Matilda e lá ficaram as mulheres da Aldeia.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

As mulheres da minha vida- página dezesseis


Sara se despedira do filho aos prantos, sentira que algo podiam os separar, e não seria a internação de sues pupilos numa escola interna, isso a assustara então saiu a galope encarar seu destino.
Sara cavalgou toda Paris em busca do General,procurou na casa de amigos, em todos os becos possíveis. Ele havia sofridos muitos golpes na cabeça e estava desacordado, Sara sentia um tremor incomum, rezara todo o momento, pensava em seus filhos, em seu General em todo o acampamento, as memórias vinham como se fossem idéias no vento, e ela sofria com isso.Pensou intensamente em seu General e em numa força incomum que pudesse leva-la até ele como aprendera com seu pai enquanto menina, e isto fizera.
Seu coração pulsava num compasso rápido e estranho, chorava em confronto com a chuva que caia naquela noite que se estendeu na madrugada, nos becos estavam prostitutas, assassinos e indigentes. Seu choro fez-se sentir no coração de Frederico que acordara a chamando pelo nome.A morte lhe viera a cabeça muitoas vezes e a ausência de seu filho e sua mulher o fazia chorar. O Padre Amaro sorrindo disse a este que parasse pois nada iria adiantar.Na manhã seguinte Danton seria morto na guilhotina e este provavelemente no entardecer.O coração amargo e vingativo do padre estava preso aos trevosos de outrora quando este julgava em iguaria nosso Santo Mestre Jesus.Novamente estava ali, um senhor da lei atacando com suas armas outro que por suas mãos seria morto, nas mãos desse vingativo padre passara muitas vidas alguns inocentes e outro não, mas a justiça divina nos ensina a perdoar.Muitos seres das trevas ali se alimentavam do sangue que jorrava pelos rrios de Paris, muitas viúvas e orfãos, clamavam pela paz, o General seria mais um que lutara pela liberdade pois outrora fora um perseguidor e dono de muitos escravos.Quando o sol começava a se fazer aparecer Sara estava cansada e não encontrara seu General, então armou-se de coragem e procurou o parlamento pois ali seria o único lugar que não fora. Ali discursou em favor de nossos heróis da revolução que estendia e nada indicara que iria acabar.Nesta ocasião alguns parlamentares a prendeu levando-a para uma torre onde outras mulheres esperavam julgamento.lá encontrou-se uma menina com seus 13 anos, a julgara como bruxa mas nada fazia a não ser medicamentos com as ervas do quintal,ali ticeram uma longa conversa, do outro lado encontrava-se General este estava sangrando por causa dos ferimentos trazidos deste o acampamento, ali este encontrara com Danton que chorava as armaguras do passado e a esperança de que poderia se tornar Paris depois da revolução, seus panfletos eram muito famosos, ali tivera muitas idéias do alto para uma nação gloriosa em busca da paz, mas o alto há muitas razões sobre a guerra que não podeis saber.Eram os dois amigos de infância clamando pela vida mas que estava próximo de um fim que seria trágico.
Sara rezara pelos seus filhos que deixara aos cuidados do Padre joão, ali seria protegidos, as mulheres da Aldeia saberiam o que fazer na ausência dela.Então o padre Amaro aparecera em sua cela, olhou firme em seus olhos e disse a ele com a audácia e com a inteira convicção de que estava a falar, tinha a confiança e a autoridade de uma rainha.
_ Padre Amaro, vinde a mim com que propósito de matar o seu orgulho , já que não pertence a ti a verdade e a dignidade de um homem santo? Queres me ver morta, aqui estou em suas mãos, tens medo de que as mortes que fores causador Deus não possa te perdoar?Sabes que a mim pode tira a vida e você terá a alma salva? A morte de Ester ainda carrega em suas veias, ser abastardo te fere o peito?Tenhas a certeza que com o fim da minha vida não acaba com seu castigo.És um padre doente, mau, Deus o pedoará por sua blasfêmia? Quem es tu para me julgar? Podes me queimar com a fogueira mais alta, mas nunca terá a alma limpa pelo sangue que fizera escorrer, meu povo fora massacrados pelas suas màos sujas e porcas.Poderá fazer o que quiser mas a sua salvação não é comprada pelas suas moedas.
_ Cale a boca, bruxa, tu serás queimada ao lado de seu amado , será prova de que tu não é tào poderosa como Paris achava.Depois de ti as suas amigas serão as próximas e finda essa minha busca pela justiça.
_ Justiça? O que sabeis sobre isso, tu não aceitas que é apenas um homem, quisera ser santo?Onde está a sua santidade?
_ Sua cigana maldita, a matarei como fiz ao teu pai.
_ Não diga isso, a sua mente doente não mata a minha alma.
_ Maldita Bruxa!!! Jure e peça clemência a mim.
_ Nunca, um padre assassino, porque pediria clemência ao assassino de meu pai.
_ Você é insulente e vadia, tu merece as chamas de Cristo queimando seu corpo vivo.
_ Que ele venha me buscar e me coroe.
_ Sua bruxa!!! Blasfêmia!!!!Tu achas que és rainha, maldita mulher.
_ Palavras feias para um padre , vindo do Senhor nada posso esperar.
Então o padre injuriado chama o soldado ali e pede que ele a bata como faziam os romanos.O soldado a conhecendo fico com os olhos lagrimejados, pois aquela mulher já lhe dera dinheiro para que lutasse ao teu lado, mas não era o suficiente para cuidar de sua família, ficou envergonhado dquela situação, muitos soldados eram comprados entre eles aquele que estava ali, o dinheiro falava alto ao coração, o padre percebendo a reação estranha o questionou e este mesmo soldao arrancou suas roupas e ali dera muitas chicotadas, passando das vinte ele parou e chorou ao lado de Sara pedindo desculpas.
_ Não se preocupe, a minha famílis também merece respeito.
O padre Amaro a deixara ali sangrando, o soldado saiu e pediria que alguém a limpasse e cuidasse de seus ferimentos mas o padre e os outros soldados nada fizeram além de zombarem dela e chamando-a de bruxa.Ficara ali deitada ao lado de uma menina que também morreria nas fogueiras da inquisição, Sara chamara pela alma de seu pai, que ali presenciara aquela mulher da Aldeia chorando e pedindo a Deus clemência, arrependida das coisas que fizera , e pedia proteção ao seu filho Thiago e suas pupilas Mercedes e Sebastiana.Ali mesmo adormecera e seu corpo astral fora visitar seu amado general preso nas torres fédicas de Paris.Este ali deitado ao lado de seu amigo chorou por tudo e por todos, arrependido por muitas coisas, pelas mortes que tivera nas guerras,nos prisioneiros de guerra, e Deus atendera seu pedido e adormecera.
Sara e o General se encontraram num sonho de amor, estavam ali se despedindo da vida e preocupados pelo filho que deixara na Terra, ali prometeram que o amor seria infinito e que novamente se encontrariam. Acordaram daquele sonho.
Sebastina , Mercedes e Thiago se reuniram com Cristina, Maria, Estela e Matilda a fim de agirem o quanto antes, então se despediram, o menino chorou a falta da mãe, as amigas choraram pois sabiam que ela não voltaria e que agora deviam pensar rapidamente e salvar-se .O padre João os chamara e os deixaram na Igreja, aos cuidados de Frederico deixara pronto a estadia das crianças num mosteiro próximo a Paris para que se educassem e assim fizeram.A despedida foi longa e dolorosa, Messias estava distante, pensara em Sara a sua filha amada morreria na fogueira para salvar o seeu povo e seu amado agora deveria proteger todos ali com a graça do Senhor Jesus Cristo.
As mulheres da Aldeia se reuniram e alertaram o povo cigano que já se preparavam para fugir, voltariam até aquela casa no meio do caminho e esperariam que a situação e os ânimos se acalmassem, e assim fizeram.
A praça estava cheia , a manhã fora triste pois Danton fora morto ali, alguns aplaudiram a sua morte outros ficaram inconsoláveis, mulheres choravam a sua morte, pois era um homem de bem.
Naquela tarde uma grande fogueira estava a ser construída, todos já tinham conhecimento do julgamento este que foram considerados culpados por traição e por bruxaria.Algumas pessoas estavam eufóricas, aquele ambiente de guerra aterrorizava alguns, outros de alegravam pois o ambiente estava infestado de trevosos, de seres horrendos que se alimentavam daquilo como verdadeiros vampiros.
Eram três da tarde quando os prisioneiros foram ali apresentados ao público, neste dia o padre Amaro fizera questão de anunciar o seu feito de queimar uma bruxa a vista dos franceses, fizera ele um discurso e Sara fora entregue aos soldados.Neste mesmo instante fora anunciado a presença do General, algumas pessoas gritaram desesperadamente por ele, pois o admiravam outros simplesmente o chamara de traidor, eram duas correntes ali que se gladiavam.
Amarrada num poste de madeira, Sara fora presa, seu pai ali tudo vira e sentira, chorava também pela filha e por seu genro amado.Assim que começaram a queima-la o padre Amaro fizera questão que o General a visse queimando. O general chorava e pedia clemência por ela,mas faltou-lhe a voz. Sara gritava pelo nome do General e dizia que seria feita a justiça, ali fazia profecias e todos ali ficaram admirados com as suas palavras em meio de sua dor física e também moral, ali arrependera por tudo que havia praticado em sua existência , pelo mal que causara a muitas pessoas, muitas mulheres choraram com ela e seus corações também morriam ali, pois muitas a admiravam por sua força diante de muitos homens , era ali um ato de coragem.Seu último suspiro seria um alívio e a alegria de reencontrar seu pai.
O General estava inconsolável, chorou diante daquela multidão o amor que tinha por aquela cigana singular e altiva, tivera muitos momentos bons.O General olhou para o céu, e num ato de muita coragem juro que se faria justiça e que aquela nação seria liberta, assim como Danton o General morrera na guilhotina, estaria ali o fim de algumas provas e de uma dívida que ali findara, as duas almas ainda carregadas de dívidas naquela morte trágica pagara apenas uma parcela mas apartir dali seria o começo de uma outra história.

Barriga é barriga- por Arnaldo Jabour

Barriga é barriga, peito é peito e tudo mais. Confesso que tive agradável surpresa ao ver Chico Anísio no programa do Jô, dizendo que o exercício físico é o primeiro passo para a morte. Depois de chamar a atenção para o fato de que raramente se conhece um atleta que tenha chegado aos 80 anos e citar personalidades longevas que nunca fizeram ginástica ou exercício -entre elas o jurista e jornalista Barbosa Lima Sobrinho - mas chegou à idade centenária, o humorista arrematou com um exemplo da fauna: A tartaruga com toda aquela lerdeza, vive 300 anos. Você conhece algum coelho que tenha vivido 15 anos? Gostaria de contribuir com outro exemplo, o de Dorival Caymmi. O letrista compositor e intérprete baiano era conhecido como pai da preguiça. Passava 4/5 do dia deitado numa rede, bebendo, fumando e mastigando. Autêntico marcha-lenta, levava 10 segundos para percorrer um espaço de três metros. Pois mesmo assim e sem jamais ter feito exercício físico viveu 90 anos. Conclusão: Esteira, caminhada, aeróbica, musculação, academia? Sai dessa enquanto você ainda tem saúde... E viva o sedentarismo ocioso!!! Não fique chateado se você passar a vida inteira gordo.. Você terá toda a eternidade para ser só osso!!! Então: NÃO FAÇA MAIS DIETA!! Afinal, a baleia bebe só água, só come peixe, faz natação o dia inteiro, e é GORDA!!! O elefante só come verduras e é GORDOOOOOOOOO!!!VIVA A BATATA FRITA E O CHOPP!!! Você, menina bonita, tem pneus? Lógico, todo avião tem! E nunca se esqueçam: 'Se caminhar fosse saudável, o carteiro seria imortal.´ E lembrem-se sempre: Celulite quer dizer - EU SOU GOSTOSA! Em braile.