terça-feira, 16 de março de 2010

O convento - página quatorze.


Maria Mercedes era uma negra muito bonita, era empregada da realeza portuguesa,tinha os dentes brancos e a voz suave, sua filha Leopoldina era uma criança clara e esperta morreu decorrente a sua idade e a higiene do lugar.Maria Mercedes tentou suicídio mas a impedimos por duas vezes até nós a convencermos de que Deus sabia o que estava fazendo quando sua filha retornou ao plano espiritual.
Mesmo com todas as curas que aprendemos com os ciganos, as magias que aprendemos não foram suficiente para salvar muitas vidas.
Quando chegamos ao porto improvisado no Brasil, fomos pegas de surpresa, alguns índios nos acolheram com muita atenção, não tinhamos nada para ofertá-los e mesmo assim nos trataram como santas,o que não éramos.
Ficamos muitas semanas numa casa feita de pau,morada de nossos anfitriões,depois seguimos para outras terras.
Irmã Benígna adoecera na caravela e ficamos a beira de perdê-la e isso nos fragilizou de uma forma que passamos dias em orações até que ela pudesse se reestabelecer,epor milagre assim aconteceu.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Fofocas!!!!


Cada um segue seu caminho ,mas algumas pessoas que nos cercam se empenham em nos afligir com inverdades.
Se essas pessoas se ocupassem somente com seus afazeres em busca do seu bem viver, fazendo caridades entre outras coisas mais nobres talvez não perdessem tanto tempo.
Todos os dias recebemos críticas a respeito de nossas vidas e idéias,devemos apenas seguir os bons exemplos e caminhar, como tudo na vida é um aprendizado talvez devemos apenas silenciar frente alguma desarmonia, mas somos ainda imperfeitos para isso,então nos afligimos com as coisas mesquinhas.
O ser humano não é a raça e espécie mais inteligente do universo,apenas vivemos conforme nossas habilidades,devemos criar e recriar para nos desenvolver.
Se todos os dias passarmos a agradecer o dia, com certeza o próximo dia irá ser bem melhor,pois a energia emanada pelo agradecimento e amor é bem mais luminosos quando estamos reclamando, então para não viver com uma nuvem negra encima de nossas cabeças passamos a agradecer quem sabe recebemos melhor as palavras alheias e as pessoas que querem nos ofender se lembre qua a vida mais interessante é delas mesmas.
Fofocas... fofocas... não é legal... saber da vida do outro não pode ser igual a assistir novela ou ler um livro... cuidar de nossas vidas é muito mais proveitoso do que a vida alheia...pensem nisso.
Palavras que ofendem os outros tambémemitem energias negativas,todo pensamento transmite uma onda energética e dependendo do teor do pensamento pode prejudicar tanto você quanto da pessoa de que está pensando, então antes de pensar mal de alguém pense que esse pensamento ruim chega a você com uma força incrível...
As fofocas fazem um mal tremendo aos que delas se comprazem... algumas pessoas estão infestadas de germes por causa do mal da fofoca, as energias ruins ficam impregnadas ao seu corpo perispiritual até que chegam no corpo material causando dores e doenças,cada um tem a doença que merece.
Toda força tem a sua energia,sejamos bons e analisemos nossas vidas commais responsabilidade e deixemos de fofocar.

O convento - página treze!!!


Portugal fora um país acolhedor a todas nós então era preciso partir, fomos até Coimbra e de Coimbra nos dirigimos ao porto e assim seguimos nossa aventura rumo ao novo mundo,eram três caravelas,algumas pessoas estavam ali exiladas, outras fugidas assim como nós.
Ali conhecemos pessoas distintas e outras nem tanto,mas cada conversa exigia um certo cuidado, pois ali estavam empregados da Coroa portuguesa e algumas pessoas presas.Nós nos identificamos como Irmãs de Maria,mas com o tempo ali perdera o significado.
Nos meses que seguimos dentro da caravela, passamos fome e muita necessitade, não era diferente do convento ,pois a higiene não era apropriado a tantas pessoas que ali se encontravam, nós mulheres cuidávamos da higiene , pois não poderíamos viver daquela maneira.Alguns passaram meses sem nenhum banho.
A caravela parava em algum ponto do oceano, alguns momentos podíamos tomar banho de mar,em outros era apenas para jogar corpos ao mar pois muitos morriam devido a fome e a falta de cuidados.
Na maioria das vezes as mulheres cuidavam da refeição, os homens dos serviços mais pesados.Nas noites orávamos para que nossos dias terminassem em terras brasileiras,assimse seguiram meses.
Haviam muitos artistas na caravela, eram banidos de Portugal quando não correspondiam as espectativas, pois alguns pintavam a real situação de suas pobres vidas.Um emparticular se chamava Ferreira,era de terras Espanholas mas morou grande parte de sua vida em Portugal,falava o francês brilhantemente bem,a até se arriscava em poemas.
Ferreira era um homem muito observador e altivo,tinha um sotaque engraçado e conversávamos animadamente, desenhava todas as suas impressões.Em uma ocasião estávamos almoçando quando um dos comandantes do navio o pediu para que desenhasse para que quando chegasse em terras brasileiras pudessem reconhecê-lo como um grande comandante,mas não chegou com vida para ver a beleza da terra que poderia o receber,mas mesmo assim Ferreira o desenho.
Já estámosno terceiro mês quando avistamos os primeiros pontos de terra fora uma grande alegria,pois perdemos muitas pessoas nessa viagem, entre elas uma menina de apenas sete anos, sua mãe Maria Mercedes chegou a quase enlouquecer mas nós a convencemos a seguir conosco, ela se tornara mais uma Irmã de Maria...

sexta-feira, 12 de março de 2010

O convento - página doze


Um dia de inverso todas nós irmãs de Maria resolvemos partir inclusive Vanessa e as outras irmãs que viviam em Portugal, partiríamos para o novo mundo, saíriamos na primeira oportunidade, a data era 1509,iríamos com alguns empregados dos reis portugueses, a Europa estava em constantes guerras,não saberíamos como seria mas ao menos não seríamos presas ou mortas nas cadeias fedorentas.
Marcamos a nossa ida, estávamos ansiosas pois estavam a nossa procura e só Deus sabe como seríamos tratadas e até torturadas,pois a Igreja era poderosa e por trás de todo esse poder escondiam grandes tragédias morais e misérias que o povo passava para favorecê-los.
Havia um padre muito bondoso na Vila que se dispôs a nos acompanhar e assim fizemos, partimos de manhã ao porto e assim,depois de longos anos sacrificadas,ali no novo mundo teríamos chances de nos vermos livres da crueldade da igreja que estava longe de ser uma Santa Igreja.

quarta-feira, 10 de março de 2010

O convento- página onze.


Nossas vidas estavam entrelaçadas, tudo estava em perfeita ordem,descobrimos que fomos desconjuradas e banidas da Igreja, inventavam calúnias ao nosso respeito, mas a tranquilidade que Cristo nos ensinou era essencial naquele momento.
Chegava em Portugal uma caravana da Igreja a nossa procura,ficamos aguardando os acontecimentos,toda a Vila nos apoiavam em qualquer decisâo que fôssemos tomar,todos ali queriam nossa presença,mas a Igreja não pensava assim.
Como fomos banidas fomos proibidas de frequentar a Igreja aos domingos,então criamos o nosso próprio culto no casebre que construimos para atender os necessitados das redondezas,aos domingos ficava cheio e isso atrapalhava nos objetivos da Igreja e precisávamos fugir novamente, mas para onde iríamos?

segunda-feira, 8 de março de 2010

Dia internacional da Mulher!! Campanha Mulheres de paz!!!


Eu queria parabenizar todas as mulheres do mundo...
Eu queria estar feliz com a situação de cada uma delas.
Mas eu não estou feliz...
São tantas mulheres que vivem nas sombras e outras esperando que uma árvore lhe dê um pouco de sombra.
E cada uma segue seu caminho.
Em cada canto do planeta há uma mulher em pranto.
Querendo e estendendo a mão.
São tantas mulheres que sofrem a ausência de alguém e outras querendo a distância de alguém.
Vivemos em controvérsias mas querendo a mesma palavra  em várias línguas dizem tanto.
Respeito... respeito...
Todas buscam uma coisa diferente uma das outras dependendo das circustância.
E chegamos no mesmo fim...continuamos querendo respeito.
Eu penso nessa mulher que vive procurando dentro de si o melhor pois tem sempre alguém dizendo a ela o quanto ela não é.
Eu penso nessas mulheres pobres que sustentam seus filhos com o mínimo possível e às vezes nem tem esse mínimo, pois fica próxima do nada.
Aprendemos a lidar com tanto desrespeito que a gente se acostuma com ele.
Algumas mulheres nem sabem sonhar, entregam seus sonhos como senão fosse possível realizar.
Existem mulheres que nem mesmo sabem falar, nem sabem enxergar o que tem dentro dela ,pois seu coração muitas vezes vive em função do outro.
No meu coração... está uma vontade incrível de ajudá-las, como se a minha alma buscasse isso avida toda.
Eu queria ao menos dividir essa responsabilidade, de cuidar da outra como uma filha querida...mas o mundo não está na minha cabeça,mas sim de todas nós.
Se cada uma procurasse fazer o mínimo talvez muitos mínimos se tornasse o máximo, e assim se segue a vida, tentamos fazer uma parte do que nos épossível.
Mudar o mundo parece utopia,mas se pararmos para pensar, estamos mudando o mundo quando educamos nossos filhos no caminho do bem, se conversamos com alguém de forma positiva, quando agimos com generosidade,quando atendemos o vizinho quando ele precisa, enfim... podemos fazer grandes coisas com pequenas ações, cabe como vamos direcionar nossas vidas.

quarta-feira, 3 de março de 2010

O convento- página dez


Estávamos na fronteira de Portugal onde marcamos um reencontro com nossas irmãs de convento, as crianças eram robustas e alegres.
Vanessa estava feliz se casara com um senhor um pouco mais velho,chamado Gaspar Pereira,era um homem bastante intelectualizado e viviam bem,as outras irmãs que fugiram comVanessa também viviam nas aproximidades.Nos receberam com festa.
Os ciganos ficaram na Espanha e seguiram suas vidas com a sabedoria que eles dispunham.
Nas noites frias de inverno dormíamos juntas perto da lareira e conversávamos sobre os ensinamentos de Cristo, passamos a trabalhar na Vila do Vintém, onde muitos pescadores desembarcavam ali e ajudávamos limpando peixes na feira.A vida corria os rumos felizes.
Irmã Benígna sentia falta de André e com ela carregou sua imagem como uma lembrança de amor e fé.Era uma mulher muito sofrida por ser negra e por ser órfã, mas seu nobre coração era para nós bálsamo,nossas conversas sempre foram edificantes.
Nossa juventude já estava apenas no nosso espírito,as mãos calejadas denunciavam o que passamos nos longos anos de convento.
Passaram-se anos vivendo em Portugal,a vida nos dera uma nova chance,durante as guerras cuidávamos das feridas,passamos a cuidar dos moradores da vila e ali fundamos o nosso lar feliz, não tínhamos títulos, apenas Irmãs de Maria como nos chamavam.
Edificamos nosso lar com muito amor com a ajuda dos moradores e pelo esposo de Vanessa que tinha grandes terras.
Os moradores nos procuravam para qualquer evento,fosse por um problema ou um festival,estávamos vivendo o amor em Cristo, foi quando nos chegaram uma notícia que nos deixaram apreensíveis,descobriram que fugimos do convento na Itália e estavam nos procurando,nunca nos foi dito como descobriram mas naquela altura dos acontecimentos apenas podíamos esperar pelas forças divinas.