quarta-feira, 26 de março de 2025

Somos muitos alguéns...

 



Às vezes o nosso coração está cercado de perguntas que a gente não consegue responder no momento imediato, precisamos vivenciar , aprender com os nossos erros para depois entender que o caminho não é fácil e que cada ação vai gerar uma reação que tentamos prever, mas nem sempre sabemos em que momento da vida essa reação irá acontecer.... Sonhamos , desejamos ardentemente algo que julgamos impossível, amarramos nosso coração com um laço e toda vez que nos julgamos , apertamos o laço e sofremos porque o coração fica pressionado, no fim da história, estamos sempre exigindo demais a nossa perfeição apressando uma evolução que deveria ser gradual e lenta.

‎Queria manter todo barulho do lado de fora, mas minha mente é barulhenta, cheia de indagações e tudo parece tão intenso, e então, eu percebo que preciso respirar.
‎Quando estamos em paz, os outros à nossa volta parecem silenciados porque paramos de ouvir aos outros para ouvir a voz do nosso silêncio.
‎Queria  poder dizer com palavras complicadas coisas complexas, mas porque complicar o que a simplicidade faz com perfeição.
‎Sejamos um pouco mais a partir do momento que deixamos as coisas complexas para trás para viver o doce e a pureza do momento simples e indefinível que podemos viver olhando pra nós mesmos num momento de auto-reflexão.
‎Viver intensamente uma paixão e  nos assegurar que nossas lembranças vão ser compartilhadas entre nós nos motivam a criar novas lembranças.
‎E como medir a dor quando o coração se assemelha com uma pena?
‎Somos frágeis porque nós negamos ao sofrimento, nós negamos a enxergar e como Theseus e Medusa se sacrificam por um bem maior , um heroísmo que ainda irreconhecível e deixamos para trás o medo porque caminhamos mesmo assim, com medo, com dúvidas e algo em nós sobrevive apesar de tudo...aquele amor que nunca soubemos definir ou medir, estamos sempre nos procuramos de olhos fechados. 
‎Nietzsche define a solidão como um nobre, e me faz pensar na beleza de olharmos para nós mesmos durante auto sacrifício, eu aprendi ao longo da vida a querer o bem de todos, a de ser a mulher perfeita escondendo um Minotauro dentro de mim, uma Medusa,ou um Ícaro, mas apenas a Marina, com tantos sentimentos e emoções gritando, uma mente barulhenta que anseia a liberdade merecida, e assim cresci forte , confiante em meus sentimentos, fé em algo que o invisível deixa se mostrar dentro de mim, crescendo uma força que não cabe num universo de aparências, quem somos nós na solidão? Quem somos quando ninguém está vendo, quantas lágrimas deixamos cair no escuro do quarto? Somos olhares e sorrisos e com tantas percepções equivocadas sobre nós através do olhar do outro, acreditar em nós mesmos, é um ato de heroísmo.... Sou uma heroína sobrevivente ao caos que se curou sozinha, e aqui estou eu, deixando as minhas vozes internas falarem sem frescura, como é bom ser eu depois de tanta aprendizagem e não ter medo de se expressar, se tornar livre usando a escrita quando a voz se cala porque a voz  está rouca ... Na minha mente as cores são mais vivas, somos sementes estelares, vindos de um lugar que ansiamos regressar , os cientistas ignoram uma dimensão onde somos mais reais ,que a nossa mente cria e habita, já fui muitos alguéns, habitante do mundo antigo recém descoberto, a mente brilhante de um tempo até então desconhecido, não haverá dúvidas quando acreditamos em nós mesmos.
‎Em minha mente barulhenta há doçura e paz porque pensamentos nunca cessam, há movimentos atômicos , há combinações químicas e criações incessantes, por isso há tanto barulho, então, no silêncio do lado de fora, consigo me ouvir, e assim somos nós, ouvintes de nós mesmos, memórias incríveis de pensamentos extraordinários.... Somos tão bons que tudo ganha vida e se renova, somos deuses dentro de nós, habitamos um universo, infinito e enigmático, mas quando despertamos para nós mesmos, quem dorme do lado de fora jamais compreende quem somos , eles se tornam rasos e então nós afastamos e criamos outros mundos onde pessoas como nós compartilham e voam como borboletas explorando esse mundo perfeito e com liberdade que merecemos

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