sábado, 4 de junho de 2022

Somos uma irmandade.

 


Eu aprendi que ser mulher não é só uma questão de se conhecer, se reconhecer ou mesmo de atitudes femininas , é uma questão de decisão.

Fazemos as nossas escolhas e nos tornamos quem somos, cada uma de nós contamos histórias diferentes, sentimos as mesmas dores , somos como uma grande árvore que nós nos alimentamos pelas raízes profundas, essas raízes são as nossas ancestrais, as nossas atitudes fraternas , maternas, não importa o quanto vivemos ou quais foram as nossas histórias, dividimos os mesmos sentimentos quando olhamos uma para as outras e nos reconhecemos irmãs.

O feminismo não é apenas um movimento, é uma atitude interna de nos tornarmos protagonistas de nossas histórias e compartilharmos umas com as outras pequenos ou grandes sonhos.

Quantas de nós nos colocamos no lugar uma da outra, nos abraçamos sem nem ao menos nos conhecermos, ou mesmo nos conectarmos com algo além do que compreendemos.

Escrever para mulheres é fácil, me envolvo e me concedo o direito de chorar por histórias que não são minhas mas elas me tocam como se eu fizesse parte delas.

Quantas meninas foram abusadas, foram violentadas ao ponto de se calarem, não culpo o silêncio, esse silêncio também é meu.

Nos calamos envergonhadas, não deveríamos nos envergonhar, mas nos envergonhamos de uma agressão que não foi nossa, nos envergonhamos de atitudes que não foram nossas, porque lá em nosso íntimo a nossa educação nos direcionam a culpa por sermos mulheres, milhares de anos tomadas por uma vida , uma ideia , uma filosofia que nos afoga numa civilização ainda ligada às ideias machistas.

Quando a dor nos toma o peito nos tornamos fortes mas a vida não é apenas cheias de altos e baixos , ela é formada de decisões certas e erradas que ao longo de nossas vidas elas formam um livro e nos convida a lê-lo, a culpa nos invade tantas vezes que nos acostumamos e no fim de toda nossa história, ainda estamos presas ao passado.

Já fomos queimadas, envenenadas e traídas, traídas tantas vezes que nosso coração conhece a desconfiança e dor, não há espaço para o descanso, estamos sempre vivendo com a dor, com as cicatrizes, vão sendo acumuladas histórias.

Nós temos poderes femininos, poderes que nascem em nós, renascem com a maternidade, que morrem quando deixamos de acreditar em nós mesmas, eu tenho dentro de mim a força de todas nós, nós temos o poder de curar as nossas feridas com palavras, com o amor e carinho que nasce em nós...esse poder feminino não se adquire com a mesma facilidade que uma flor, é lento e brando, nossos pensamentos de cuidado engrandece a nossa missão de cuidar de uma das outras, é uma grande irmandade.

Nosso corpo é nosso templo, somos os ventres do mundo, então valorizemos a nossa santidade enquanto seres humanos que dão a luz ao mundo.

Cada uma de nós possui uma força que nos motiva a lutar pelas nossas escolhas e não nos percamos quando pensamos que nada dará certo, porque dará, sempre é preciso pensar e esperar no melhor, quem somos nós depende exclusivamente de nossas escolhas e vontades!!

Temos podemos femininos, desde a nossa intuição aguçada, as nossas maneiras doces e generosas de cuidar, de curar e de falar, as nossas palavras devem edificar e não vamos deixar que todas nós sucumbirmos as antigas lições machistas que maltrataram e destruíram tantas vidas.

Foram queimadas mulheres por serem elas mesmas, morremos porque somos mulheres.

Somos a força, somos a fé e somos a esperança de todas as mulheres, honremos quem somos e por sermos quem somos , somos nós que trazemos ao mundo a paz, sejamos essa paz...


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