terça-feira, 3 de setembro de 2024

Sonhos que se realizam...

 




 Os sonhos são partes de nós que realizamos e nos fazem lembrar o quanto podemos ser fortes, quando a vida nos tornam retalhos que uma grande toalha nos damos conta que todos nós podemos criar e mudar tudo que está a nossa volta, constatar que todos podemos fazer coisas incríveis.

Quando eu era pequena acreditava que podíamos fazer pedidos às estrelas e esperar que o tempo nos elegessem e nos trouxesse o melhor que o mundo podia nos dar, mas nos tornamos adultos e muitos de nós deixamos de consultar a criança que temos dentro de nós.

Todos os anos eu passava as minhas férias escolares na casa da minha madrinha, ela moravam em Belo Horizonte, no estado de Minas Gerais, no Brasil, onde moro e me orgulho muito disso, enfim, eu sempre acreditei que um dia moraria numa cidade grande e desfrutaria da cultura rica e diversificada, e aqui estou eu realizando esse sonho.

Então eu sonhava com isso, nas tardes quentes,eu ia até o terraço e brincava de escrever em maquinas de datilografia, eu sonhava que era escritora,eu lia jornais todos os dias com ela,e depois eu reescrevia,criava um jornal para que ela pudesse ler,e eu achava quela brincadeira brilhante, e todas as vezes eu intensificava esse sonho, e aqui estou eu ,publicando meu primeiro livro infantil, o tempo pode demorar um pouco, até perdermos a paciência e pensar que aquilo não vai acontecer mas depois de um tempo,retornamos os sonhos,porque sempre acreditamos neles,deixamos de acreditar por um tempo porque não deixamos que o Universo  trabalhar ao nosso favor pela nossa ansiedade, deixamos tantas coisas morrerem por conta da ansiedade, enfim, os sonhos são realizáveis senão, não haveria motivos para sonhar, na verdade, nem passaria pelas nossas mentes imaginativas.

Eu era aquela menina estranha que sonhava acordada e deixava que o mundo girasse e eu ali sonhando com um mundo futurista e cheio de descobertas, passava dias desenhando, escrevendo, criando histórias dentro de mim,deixava que a minha imaginação tocasse meu coração.

Ontem eu fui chamada por uma agência de publicidade internacional,a princípio não acreditei, como era possível, eu não  sou modela,sou mãe de cinco filhos,48 anos, então me lembrei de frases que eu dizia para mim mesma quando era criança, e agora depois de tanto tempo, os sonhos se realizam, as coisas  que deveriam acontecer simplesmente acontecem sem que apressemos ,sem que a ansiedade destrua as coisas que devem ser, um dia as coisas acontecem, porque o destino é uma história que deve ser contada com todas as suas vírgulas.

Eu pensava na possibilidade de conhecer a África e sua magia, na primeira vez que eu vi aquela figura no jornal na casa da minha madrinha eu sonhei, eu imaginei todas as minhas histórias possíveis, as minhas aventuras na África com as crianças de lá, cuidando delas, e as elegendo como as minhas crianças protegidas, esse sonho há de realizar porque meu coração anseia por isso, me chamando, e eu vou,porque eu quero com todas as minhas forças,assim como a fundação, tudo tem seu tempo, só nos falta a paciência ,sem isso, a vida corre em ansiedade e angústia.

Se temos algo no coração que faça a gente crescer,devemos ouvir, mesmo que as vozes do coração falem baixo e sem nenhuma conexão com o resto do mundo, ainda sim, esse somo do coração faz sentido, o mundo pode parecer confuso e ignora as coisas que os faz transcender , mas ainda sim, ele gira e não para ,porque ele foi criado para existir , assim como nós,não há acaso e nem motivos estranhos, existem variações e outras percepções., mas existimos porque fomos criados para a felicidade e conquistas, e sonhos são as conquistas que desejamos, então, não percamos tempo desistindo de quem somos e nem  deixar de sonhar, sonhos nos motivam a vida, nos trás esperanças e nos fortalece a fé,então, se sonhos são assim, devemos deixar que eles nos toquem, e nos fazem crescer, como tem que ser.

sábado, 31 de agosto de 2024

ANSIEDADE BATENDO ,,, Lançamento do meu primeiro livro infantil ¨ UM DIA DE FADA¨


 


A felicidade é como um pássaro, a gente quer prender para podermos ouvir seu canto, mas na verdade queremos é voar junto.

Meu livro é um livro feminista, cheio de reflexões, uma história voltada para um tema necessário, a violência doméstica, pode parecer clichê ou coisas de vendedora desesperada, mas cá entre nós, eu preciso vender meu livro, mas antes de mais nada, eu preciso com que as pessoas reflitam sobre esse tema com mais profundidade do que costumamos vivenciar no dia a dia, quer dizer, a nossa rotina deve ser reflexiva e não apenas uma vida condicionada no automático.

Meus personagens representam a família, não como deveria mas como normalmente é, cheia de negativas e a filha adolescente querendo liberdade para ser o que é , a mãe uma dona de casa que anseia também a liberdade de trabalhar e vivenciar a vida com mais alegria e o pai, é o que impede esses desejos , a relação de mãe e filha na história faz com que a história movimenta, ela é a grande razão pelo qual a filha sai em busca de respostas e de uma solução para que a mãe se liberte da prisão mágica que o pai a deixou, e ao longo desse trajeto a filha se descobre a grande heroína e uma filha encantadora e corajosa.

A história nos faz refletir sobre como queremos que os nossos filhos sejam, como a nossa vivência em família acontece e como a violência é um ato que não tem sinais claros, podemos perceber que toda ação do pai gera uma situação e a coragem e ansiedade da filha em resolver o problema o faz transformar assim como a mãe e a si própria nos levando a repensar na nossa educação enquanto pais, professores e responsáveis pelas nossas crianças. 

Pensar não é só um ato filosófico, é uma ação contínua e modificadora, o pensar é o nosso espírito em ação, tudo passa pelo pensar, é o nosso primeiro ato , e assim se age fisicamente para algo de fato acontecer.

A vida é uma grande história com milhares de personagens que nos envolvemos ao longe de nossa "vida", é através dessa convivência que formamos o nosso pensar, as nossas próprias transformações, somos nós os idealizadores, não se pode culpar os outros por todas as nossas ações, porque somos conectados, mas escolhemos o que fazer, como agir e a que propósito servimos.

Meu livro não é só um livro para lermos para as crianças, para elas lerem e formarem uma opinião , é para todos nós, afinal, contos de fadas são contos para que reflexão e análise profundo sobre diversas questões que vivenciamos, apenas são escritos de forma divertida para nos deliciarmos na fantasia.

" Um dia de fada" pela editora Editorial Casa Kids, será lançado em breve, e a ansiedade ronda os meus pensamentos , mas acredito que escrevo para ser lida, para que meus leitores sejam curiosos e também ótimos leitores, questionadores e amorosos, esse é o objetivo de um escritor, de revelar ao mundo pensamentos que podem mudar, que possa refletir em suas vidas e nos fornecer ideias, nos motivar, cuidar de nós através de reflexões, de amor e de generosidade através da escrita, somos todos escritores, alguns ousam se expressarem outros apenas nos leem.

"Um dia de fada" tem ilustrações fofas, que está me enchendo os olhos de alegria,  estou orgulhosa de meu trabalho, do trabalho da editora e dos inúmeros comentários de amigos leitores que me ajudaram a dar continuidade a esse sonho e a realização desse sonho.

Aos meus leitores, a minha gratidão, aos meus amigos, a minha gratidão e a todos que gostando ou não de mim, a minha gratidão, afinal, todos com quem convivemos nos transformam.

segunda-feira, 19 de agosto de 2024

Por quê sofremos?

 


A dor é uma palavra pequena mas o que ela nos causa faz gerar em nós marcas que nem sempre estamos dispostos a compreender, não porque somos tolos ou requer uma compreensão acima da nossa capacidade , mas é que toda vez que tocamos as cicatrizes também tocamos nas lembranças que o tempo não foi muito acolhedor, há dores que duram tanto tempo que o próprio tempo deixou de contar os anos, mas há algo que a dor nos proporcionam que é a nossa tentativa de nos tornarmos melhores apesar de nos ferir, aprendemos a lidar com outras feridas e no fim de tudo, aprendemos a conviver com o que temos de melhor e de pior.

A esperança é uma chama que tentamos alcançar e por mais longe que ela esteja, nos mantemos firmes diante qualquer problema , a fé é a nossa mão alcançando as estrelas , elas são tão brilhantes que nos iluminam e nos acolhem como num abraço.

Talvez as nossas dores e cicatrizes tragam algo de confortante, a superação nos ensina que há mais pelo caminho e que os fatos passados nos servem de experiência e nos proporcionam conhecimento, ninguém ensina o que não tenha aprendido.

Só buscamos a luz porque nos encontramos anida na escuridão, seja em nossos próprios corações obscuros , seja na falta de luz quando sentimos medo e desespero, há sempre um motivo para prosseguirmos, a vida não pode ser escrita por mãos que não sabem usá-las, cada um de nós temos as nossas próprias ansiedades, aflições e uma palavra pode significar um aconchego para quem vive em crise consigo mesma, a nossa vantagem de já termos vivido a dor é poder abraçar o outro sabendo que tudo passa.

Podemos parecermos cansados mas a verdade é que deixamos em nós pedaços de todos os outros, porque estamos constantemente nos transformando e mudar é um processo contínuo, é preciso que haja mudanças, que provoquemos movimentos.

Quando damos as costas ao horizonte estamos dando as costas para a beleza que deixamos de olhar, deixamos de perceber a leveza e a pureza do que vem depois de hoje e o depois de amanhã, deixamos de ter esperanças , perdemos a fé, então, aprendemos que morrer é perder a sensação de estar com vontade, a sensação de alegria ao esperar algo surpreendente, e o que é a vida sem fé senão a morte íntima da vontade, não digo a morte física, porque é inevitável enquanto viventes.

Sofremos porque necessitamos dela para nosso aprendizado e aperfeiçoamento moral, não sofremos por nenhum motivo, tudo tem a sua razão de existir e a não aceitação disso só faz aumentar o nosso sofrimento, podemos notar isso quando começamos a aceitar a dor como forma de aprendizado e não como uma punição, entendemos o sofrimento como algo injusto, ou fora de contexto, mas quando entendemos o motivo dele, nós avançamos.

A alegria é o respirar , é a chave mestra, a atitude inesperada e a leveza de uma brisa, assim como ver as cores e sentir o aroma, nós sentimos que tudo faz um sentido e que toda a vida tem uma razão divina , é o que nos garante a busca pela felicidade, e mesmo que ela demore, ainda assim esperamos por ela.

É tão bom saber que de todas as dores que já sentimos, elas passam e depois delas conseguimos ainda viver outras tantas e que elas por mais que elas nos provoquem as diversas reações, ainda sim foram elas que nos fortaleceram e que provocaram muitas mudanças dentro de nós.

Evitamos os sofrimentos porque sabemos o quanto dói mas ainda sim precisamos nos arriscar, e com o tempo conseguimos esquecer e perdoar tudo o que nos causaram a dor porque evoluímos espiritualmente e podemos dizer que valeu a pena, como o nosso eterno poeta Fernando Pessoa nos disse com tanta sabedoria ao dizer que tudo vale a pena se a alma não é pequena.

A grandiosidade do espírito está em superar as diversidades com esperança e fé, é aprender que somos dotados de consciência e podemos nos aventurar em aumentar o nosso nível de consciência com determinação. disciplina e bondade, porque o amor cabe em qualquer coração, só é preciso abrir nosso coração e deixar o amor acontecer, pois como criaturas divinas já possuímos uma faísca desse amor.

A nossa infância de cada dia

 




A melhor parte de nós está bem perto do nosso coração e ela sempre nos conecta com a nossa mente positiva, está intimamente ligada com a nossa intuição porque não conseguimos viver sem que algo de bom seja pensado ou vivido por nós.

Aquela emoção que guardamos na melhor hora ou quando um sentimento de gratidão nos conecta com as melhores coisas do mundo, nunca estamos satisfeitos porque sabemos que há coisas maiores para serem vividas e sentidas e é por isso que a melhor parte de nós ainda nos mantém prontos para as novas possibilidades.

As nossas melhores ideias ,as nossas energias nos mostram que somos capazes de muitas ações que não podemos entender a princípio porque elas nos surpreendem e nos fazem repensar sobre questões íntimas.

Despertamos para novos amores,romances e novos conhecimentos porque estamos sempre nos procurando,tentando nos encontrar nos outros e criando formas de nos superarmos a cada nova atitude.

O mundo fantástico que criamos dentro de nós nos possibilitando muitas visitações, temos dentro de nós um mundo a parte,este que escondemos quando nos sentimos encurralados com questões que nunca vivenciamos antes, o mundo que construímos é o mundo onde a nossa criança interior sobrevive e nos resgata quando sentimos medo.

A nossa criança interior nos atrai para resolvermos as questões mal resolvidas de nossa alma ainda em processo de desenvolvimento.

Quando a maternidade nos visita, nós mulheres deixamos a nossa criançai nterior cuidar de nossos pensamentos , deixamos de cuidar de muitas coisas importantes porque colocamos acima de nós as prioridades que antes não existiam e que agora precisamos repensar para criarmos novas maneiras de viver.

A vida, o mundo não é tão cruel como imaginamos, eles são retratos fiéis de nossas ideias a respeito deles e criamos meios de driblar as etapas que devem existir para aperfeiçoarmos enquanto seres humanos, queremos sempre ganhar o jogo e não nos damos conta que o jogo não obedece as nossas regras, pelo menos as que construímos na nossa cabeça.

Então,quando acreditar que você está num mundo cruel lembre-se que muitas pessoas vivem nesse mundo, algumas são cruéis mas outras não e procurarmos sermos mais positivos torna o mundo menos cruel, e pela lei da atração vamos nos desviando das más por nossas própria escolha e magnetismo.

Somos atraídos por situações que precisamos vivenciar,pessoas que precisamos conhecer e as que posteriormente vamos nos afastar,mas nós sempre vamos habitar nos corações humanos, seremos lembrados, questionados,aceitos ou não por nossas personalidades, quem somos e para aonde vamos depende exclusivamente de nós mesmos, não precisamos ter super conhecimento para decifrar sentimentos , emoções , ou até mesmo tentar entender nossos próprios pensamentos, apenas nos basta vivenciar o sentir, deixar que tudo seja proveitoso e divino na nossa trajetória , para alcançarmos as esferas mais altas ou mesmo ter um nível alto de consciência é preciso apenas nos procurarmos, esse encontro com a nossa essência é a questão mais importante no agora.

Uma parte de nós vive com suas dívidas, suas marcas, e a outra está confiante,todos nós vivemos a dualidade e não ruim, é preciso para que escolhamos o que melhor para a nossa evolução enquanto almas aprendizes e em formação, não é errado tropeças e nem esperarmos outros momentos,isso nos causa ansiedade , um veneno nos momentos caóticos de nossas vidas, portanto, apertar o botão do foda-se nem sempre é sinal de imaturidade e sim de amor a própria saúde mental.

Quando pensamos em nossa infância estamos certos dos nossos sentimentos, nos aconchegamos em nós mesmos e nas lembranças que existem sendo elas boas ou más , percebemos que crescemos e é por isso que e tão positivo pensar na infância e nada será tão gratificante como entendermos que conseguimos viver cada fase ao seu tempo e da nossa melhor maneira, que podemos superar as diversidades sem assombros e sem ansiedade, mas a vida adulta nos prende a responsabilidades e nos mantém preocupados e apreensivos porque dentro de nós existe a cobrança, e nos cobrarmos de maneira demasiada nos privam de momentos que devem ser vivenciados com tranquilidade e leveza. 

Na nossa infância de cada dia existe o melhor de nós, é ela que nos mostra o que gostamos e o que não gostamos e nos cerca de questionamentos que nos direcionam em muitas ações, enfim, todos os dias nos conectamos com a nossa criança interior, vivemos essa infância de cada dia porque ela nos moldaram e nós continuamos em um processo de desenvolvimento, não estamos prontos quando nos tornamos adultos e nem tão pouco seremos sérios e aflitos , todos nós temos as nossas particularidades,não tem um adulto ideal e nem a vida ideal, existe a sua , a minha , e a vida de todos nós , cada um no seu caminho com tropeços, saltos ou hora do descanso, nós possuímos o nosso próprio ritmo , então nada de julgar o outro por serem diferentes,por terem pontos de vistas divergentes, todos nós vivemos no mesmo ambientes e estágios diferentes, não vamos exigir do outro o que não nos cabe, apenas vamos viver compartilhando o melhor de nós para vivermos numa sociedade onde todos se respeitam.

Medusa e Sócrates- Os amaldiçoados por serem grandes pensadores

 

 


As histórias que ouvimos contar sobre a Grécia, deuses,deusas e semi-deuses nos levam as profundidades de nós mesmos e analisando essa representatividade de nossa humanidade me veio um pensamento que me fez entender que na verdade Medusa diferente das histórias dos heróis mitológicos, era sim a grande vítima  e não uma vilã implacável.

Sócrates não foi muito diferente de Medusa , o que o torna ainda mais aclamado pelo seu pensamento humanista, quer dizer,um dos maiores filósofos da humanidade foi um exemplo clássico da ignorância e intolerância da sociedade em que vivemos,

As personalidades mais significativas sob meu ponto de vista quando me deparo com a história grega e suas mitológicas.

A mitologia era sem dúvida uma forma eficaz para educar os gregos, as grandes deusas se tornaram secundárias como patriarcado mas ainda sim as suas histórias nos deixam vários pontos de interrogação além de termos o panteão grego como fonte para o uso de arquétipos.

Medusa foi uma sacerdotisa nos templos gregos e como de costume não podiam se casar ,logo,as paixões platônicas eram vivenciadas de forma muito intensa, logo a beleza e a mente muito viva,era uma sacerdotisa generosa e bela, as mais belas da Grécia , o fato de ser inteligente,espiritualizada e bela causava inveja as demais mulheres e deusas,fazendo com que a sua personalidade marcante a tornasse popular,embora ela como sacerdotisa não pudesse se envolver com alguém, isso não a proibia de se apaixonar,logo, ela tinha em sua mente um amor platônico mas nunca fora exposto ou conhecido.

Assim como Sócrates Medusa com suas visões e sua espiritualidade ajudava os cidadãos gregos a pensarem melhor e se tornarem pessoas mais gentis,isso causa muito estranheza aos que se aproveitam das falhas humanas para se enriquecerem e se tornarem poderosos tanto na sociedade como na política, a generosidade,beleza e inteligência de Medusa atrapalhava os propósitos dos poderosos além da inveja que por Medusa nunca ter se aproveitado da status que a sua posição poderiam proporcionar,a riqueza física nunca foi a sua ideia de grandeza,então, causava admiração ou repulsa nas pessoas.

A inveja é um dos sete pecados conhecidos nas grandes civilizações da humanidade,então, ela fora sempre alvo de estudo e ensinado nos contos de fadas e nas mitologias até então conhecidas e bastante utilizadas nas análises e psicanálises na atualidade, a evolução da psicologia nos enriquecem e nos ajuda a nos observar afim de nos aprimorarmos enquanto seres humanos, enfim, Medusa fora então uma grande personagem que em algumas histórias recebeu uma imagem negativa, um outro ponto de vista deve ser hoje observado por todos nós.

Medusa foi amaldiçoada por suas qualidades morais e não por suas falhas pessoais,a sociedade não entende pessoas que não se enquadram em seus padrões,então eles a ignoram ou simplesmente amaldiçoam como se fossem os vilões, foi o que aconteceu com Medusa e Sócrates.

Poseidon a estuprou para se vingar de Atenas e Atenas acreditando nos rumores dessa tragédia sem ouvir a  veracidade a amaldiçoou,transformou a jovem num monstro, seus longos cabelos negros em poderosas serpentes e seu olhar transformava os que a olhavam em pedra.

Medusa que já era voltada para o isolamento e uma busca interna sobre si mesma,se escondeu para que as pessoas a vissem como monstro mas as pessoas que amavam a procuravam e ela sem a possibilidade de explicar o que de fato aconteceu os transformaram em pedras e toda sua vida se transformou numa grande tormenta, as pessoas a olhavam como monstro e não como alguém que se privou de ser quem ela é e ajudar os outros como sempre fizera como sacerdotisa.

Quando falamos sobre isolamento retratamos a sua introspecção para seu aperfeiçoamento moral e espiritual, normalmente pessoas que se isolam porque querem se manterem mais próximas de si mesmas ou buscar a divindade se tornam populares e muitas vezes são compreendidas, essa introspecção é nada mais do que a forma de nos intendermos ,de nos aprofundar em nosso subconsciente a fim desse aperfeiçoamento que só conseguimos quando estamos vivendo a solitude,ouvindo a voz do nosso silêncio, lembrando que a depressão e outros distúrbios nem sempre devem ser entendidos como um período de autoconhecimento ,em muitos casos há muitas outras questões envolvidas para tal diagnóstico.

Então,Medusa era uma dessas mulheres que se aprofundam em si mesmas buscando esse autoconhecimento, somos todas Medusas quando buscamos entender nosso subconsciente e nos tornamos mais introspectivas, é natural para nós que queremos nos espiritualizar nos mantermos longe das questões que a sociedade dita como padrões, normalmente as mulheres Medusas são enigmáticas e possuem um magnetismo peculiar e são muito lindas em todos os sentidos, porque afloram a sua essência com mais frescor e leveza, se mostram sábias e generosas ,portanto, a história de Medusa se demostra muito em nós, em nossas histórias particulares de abuso sexual, machismo entre outras agressões que sofremos todos os dias.



Sócrates também não se difere dessa mitologia, a grande diferença é que Sócrates é um home, filósofo reconhecido e a sua morte foi demasiadamente divulgada nos dando exemplo que o conhecimento é poderoso e causa mudanças na sociedade o que faz com que entendamos o valor da educação e o autoconhecimento em nosso aprimoramento moral e na sociedade em que vivemos.

Sócrates foi executado porque fazia os mais jovens pensarem e isso até hoje causa uma mudança muito grande ,ou seja, o conhecimento nos liberta e nos mostra pontos de vistas interessantes sobre a nossa própria vida nos levando há modificações intensas e internas, então, Sócrates morreu porque pensava.

Assim como Medusa ,Sócrates trabalhava com a cabeça, a nossa casa espiritual, a nossa força motriz, a cabeça em homeopatia chamamos de alta hierarquia, é onde os comandos começam e terminam , é como a nossa casa , a nossa vida está toda centrada na nossa massa cinzenta, portanto, é nosso maior poder de sermos quem somos,onde se concentra a nossa sabedoria,a nossa memória, as nossas principais fontes de energia,onde começa e onde termina.

Medusa e Sócrates não foram executados porque eram maus , foram executados por serem quem são. Perseu mata a Medusa com o seu reflexo não para simbolizar que somos vítimas de nossas próprias imperfeições, é claro que a nossa imperfeição nos prejudicam,mas no caso de Medusa e Sócrates a simbologia da cabeça mostra a razão pelo qual morreram e não que foram reféns de suas próprias imperfeições e suas ações que por sinal beneficiaram as pessoas, a cabeça de medusa é só uma metáfora para nos ajudar a entender que nós somos responsáveis,as nossas escolhas nos colocam no lugar onde nos encontramos.

Karma não é punição,é sim a lei em movimento, o karma não puni ninguém,isso não é alógica a ser criada quando a lei nos faz entender a nossa má postura na vida.

Quando estudamos os chackras, nós buscamos nos enriquecer de baixo para cima, nos concentramos nas energias como verdadeiras fontes de vida, e o chackra coronário é o que está no alto da cabeça, a alto hierarquia, enfim, Medusa como Sócrates foram executados por usarem a cabeça, por se desenvolverem  e disciplinarem ,usaram a mente como principal propósito,aprenderam a cuidar de sua saúde mental e ensinaram aos demais a se desenvolverem , eles compartilhavam conhecimento e modificaram a vida das pessoas simplesmente por pensarem melhor, o que gera um pensamento interessante.

A grande sociedade,os grandes governantes querem que ignoremos e nos paralisam a nossa forma de pensar, não querem que nos aperfeiçoemos porque financeiramente não podemo nos manipular e nos deixar a par do que acontece nos mundos mais obscuros do poder que existe nos grande centros de poder governamental, quer dizer, pessoas que se alienam são mais fáceis de controlar, usar as nossas ambições materiais os mantém no poder porque a maioria das pessoas querem obter bens para se satisfazerem e isso paralisa a mente, é mais fácil ser igual a todos do que ser diferente dos demais, por isso a inclusão nas educação é extremamente importante para a humanização de nossa sociedade.

Ter o poder sob a mente das pessoas tem sido uma febre,a literatura é extensa e impressionante,mas se pensarmos fora da caixinha poderemos perceber que as pessoas querem controlar as pessoas para obterem supremacia e não ajudar uns aos outros no autoconhecimento e desprendimento material,algumas pessoas utilizam técnicas de controle mental, da neurociências para adquirirem mais poder e não para realmente ajudar as pessoas a fim de curarem distúrbios, afinal, a cura não é algo proveitoso para que fabrica medicamentos , apenas amenizam o problema.

O pensar é um poder em que as pessoas merecem usufruir e necessitam dele para que possamos nos ajudar ,a humanidade não é uma experiência em que a gente mata ,estuda o cadáver, a humanidade é a constância de aprendizagem e nós como formadores de opinião devemos contribuir, assim como Medusa e  Sócrates como contribuintes para uma civilização mais humana, sem preconceitos, sem as distorções morais que vivemos,o respeito não se trata apenas de um atributo moral, se trata de um dever humano.

domingo, 18 de agosto de 2024

Livro de contos- E se ...

 



Era uma vez um livro, era uma vez um leitor curioso e era uma vez um narrador ainda mais

curioso.

Pedro era um leitor assíduo e incansável, era um menino de dez anos que se deliciava ao ler

histórias de aventuras, um dia ao visitar a biblioteca encontrou numa estante quase vazia um

livro sem nome, capa preta e isso o motivou a folhear suas páginas amareladas e empoeiradas.

Abriu o livro timidamente, mas ao encontrar as primeiras palavras, sentiu algo estranho, as

palavras começaram a se movimentarem e quando se deu por si, lá estava ele, dentro do livro.

As figuras estavam paradas o que era esquisito afinal, ele estava dentro de um livro de

histórias o que já era estranho estar ali.

Pedro esfregou os olhos sem acreditar no que via, pássaros parados no ar, nem uma leve brisa,

as árvores tinham cores foscas, as roupas estendidas no varal pareciam pedados de papel, o

cabelo arrepiado da velhinha na janela e os gatos suspensos no ar.

Um detalhe lhe chamara a atenção, os personagens estavam com rostos assustados e olhos

muito arredondados, e sem narizes. Pedro coçou a cabeça sem entender o motivo dele estar

ali, o livro era por acaso um livro mágico?

Ele caminhou por um longo tempo e tudo continuava parado, mas algo no horizonte o chamou

a atenção, era um homem alto que balançava a cabeça, braços e pernas, era um daqueles

bonecos de posto?

Pedro andou em sua direção, mas seu movimento era tão devagar que logo se cansava, era

preciso respirar para continuar.

Pedro notou bem a sua frente um menino olhando para uma pipa no céu, que deveria estar

voando, mas ela estava ali parada, ele pensou estar vivendo um pesadelo, mas ele se sentia

bem acordado.

O menino nem piscava, não tinha nariz, apenas olhava para a pipa intacta no ar, Pedro curioso

se atreveu a perguntar, ele não esperava resposta alguma, mas perguntou mesmo assim:

__ Quem é você?

O menino para a sua surpresa respondeu:

__ Eu não sei, normalmente eu brinco com a pipa mas de repente tudo mudou, alguém parou

de descrever o que eu tinha que fazer.

__ Mas como isso é possível?

O menino disse ainda mais lentamente:

__ Estamos numa história, você não acha que as cenas deveriam estar em movimentos? Você

acha que ficar parado não cansa?

__ Há quanto tempo está assim?

__Desde que aquele louco ali chegou!


Pedro entendeu que não poderia ficar ali esperando mais uma resposta lenta do menino e

caminhou até o homem, seus movimentos causavam uma confusão mental no menino que

ainda acreditava estar vivendo num pesadelo.

__Senhor?

O homem olhou para o menino com um certo espanto.

__ O que foi menino?

__ O que está acontecendo aqui?

__ Nada, não está percebendo?

Pedro olhou para o homem que tinha um olhar vibrante, olhos pretos e grandes que pareciam

saltar do rosto.

Ele percebeu que assim como o menino da pipa. não tinha nariz, então ele tocou o próprio

nariz para ver se ainda tinha um nariz. Que alívio, ele tinha um nariz.

Mas por que o nariz seria importante para aquele momento, tudo já não era estranho? Ter um

nariz ou não, não parecia fazer diferença.

Pedro olhou para o céu e teve uma brilhante ideia e logo fez uma pergunta ao homem, o único

que estava ali e que se movimentava livremente:

__ O Senhor pode me dizer quem é o Senhor nessa história?

__ Eu não faço parte dessa história, eu sou o narrador, eu estava cansado de ficar só olhando.

Pedro ficou parado olhando para o narrador da história sem entender, mas como era um

menino experiente e aquela situação o deixou indignado e disse com uma voz firme:

__ O Senhor é algum maluco? Era só o Senhor narrar a história em primeira pessoa e acabaria

logo com essa confusão. De quê adianta ser o narrador se a história não pode começar e nem

terminar?

O homem de repente parou, ficou olhando para o menino inteligente e pequeno, sorriu e abriu

os braços para um abraço.

Voltaram caminhando para o início do livro.

O homem saiu pelas bordas do livro junto com Pedro que agora estava novamente na

biblioteca com o livro na mão.

O livro já não era o mesmo e nem Pedro e por maior que fosse a maluquice e que pensava em

ter vivido um pesadelo, ainda não conseguia racionalizar aquela situação, ode já se viu um

narrador se cansar de contar uma história?

Ele fechou o livro e olhou mais uma vez a última página para ter certeza que as palavras ainda

estavam ali, leu em letras miúdas no finalzinha da folha uma pergunta que o fizera pensar por

um longo tempo.

Como seria a sua vida sem a grandeza e a imaginação de um grande narrador do qual criou

tudo que existe?

Livro de contos - O caso Andreia

 

Livro de contos- O caso Andreia

 




Andreia acordou sem vontade, amanheceu com seus olhos inchados, tentava organizar a sua mente mas o que ela pensava estava longe de ser um pensamento comum.

Se levantou da cama com a mesma vontade de antes, de permanecer deitada, como uma múmia, mas ela precisava trabalhar, não poderia fazer nada além disso.

Pensava em como seria o seu dia, olhou diante do espelho e disse a si mesma que tudo iria ser diferente .

Saiu de casa, apertou o passo, ela não poderia perder o ônibus, e quando chegou na esquina de sua casa já não se lembrava se tinha deixado a porta aberta, então voltou para casa, a porta estava fechada.

Andreia tinha 40 anos, sua memória já não era a mesma, e apesar disso ela não se preocupava, ela já tinha a memória fraca, não estava fazendo muita diferença.

Quando chegou no escritório de advocacia onde trabalhava Andreia se lembrou que não tinha preparado a sua marmita, teria que comer no restaurante de novo, aquela situação já estava virando uma rotina, mas Andreia estava tranquila, o jeito era trabalhar sem ter tomado o café da manhã.

Passou a manhã com um barulho na barriga e na hora do almoço comeu no restaurante que ficava em frente o prédio onde trabalhava.

Depois do almoço ,ela ouvia as mesmas histórias de suas colegas de trabalho, ela era uma boa secretária, odiava fofoca, mas ouvia todas elas com muita atenção, fofocas era o que tirava as outras secretárias do estresse ,mas ela mesma não se estressava, atendia as ligações, agendava reuniões e pagava as contas, só isso e no final do dia voltava para casa no mesmo horário de sempre.

Andreia tinha uma vida normal, fazia coisas normais, mas naquele dia anterior, o que Andreia fez não foi muito normal, era como se ela tivesse “dado a louca”.

No dia anterior Andreia tinha saído do trabalho disposta a mudar a sua rotina, entrou no primeiro bar que encontrou e tomou um litro de cachaça, daquelas que arde até a alma, cantou no karaokê como se fosse o seu último dia de vida, e beijou na boca do primeiro homem que ela ousou olhar, voltou para casa de Uber depois da meia noite, deitou na cama com a roupa cheirando cachaça e cigarro e só acordou no outro dia.

Ela passou o dia pensando no que tinha feito no dia anterior, ela tinha gostado de fazer aquilo,, ela só queria esquecer um pouco dos problemas, mas esquecer não era problema para Andreia, se esquecia de tudo mesmo, era uma mulher esquecida, esquecida de si mesma.

Assim que ela chegou em casa ,abriu a porta e deu de cara com a sua realidade, no coração de Andreia havia solidão, não tinha namorado e nem muitos amigos, e ter feito aquilo, foi uma atitude ousada, ela queria mais.

Ligou para a sua mãe e conversaram durante alguns minutos, disse a ela que sentia saudades mas que o trabalho a deixava ocupada demais, e que os estudos tomavam o tempo que lhe restava.

Fez tudo que tinha que fazer, preparou a marmita para o dia seguinte, tomou um banho quente, foi mexer no celular, pensou em convidar uma colega do escritório para sair depois do trabalho, e dormiu, depois disso ,não acordou mais.