quarta-feira, 9 de agosto de 2023

Meu livro ... minha história e agora???




 Escrever não é uma tarefa tão fácil como eu imaginei que seria, e escrever para o público infantil sobre violência doméstica é ainda mais difícil porque retratar uma situação diversa ao que gostaríamos.

Não estou apenas retratando de maneira lúdica uma situação já vivenciada por mim, e também por inúmeras mulheres, crianças que  já vivenciaram por isso, ou vivem uma situação semelhante mas estou escrevendo para pessoas um assunto delicado que é preciso falar sobre isso.

Não é apenas uma história autobiográfica, é uma história de fadas que torna a história suave e obviamente é uma forma de introduzir o assunto com simplicidade e seriedade que ela precisa.

A simplicidade nas palavras , a suavidade da história pode ajudar as crianças e adultos alcançar um nível de coragem e de auto-amor para que possamos nos ajudar a curar feridas profundas que nos causam dor.

Quando vivemos períodos difíceis , muitos de nós escondemos dos outros sentimentos confusos, tumultuados que precisam serem usados para nossa auto-cura, afinal, não existe outra forma de nos curarmos a não ser nos mergulhar em nossas sombras e nos agarrar as nossas raízes.

A violência é estrutural e sendo assim, é um ato dolorido buscar essas raízes e arrancar o que não merece ser cultivado em nós, mas é preciso que essa carapaça seja retiradas para que nasça frutos saudáveis e que prosperamos em nossa saúde mental e que essa nova visão seja compartilhada e persistente nessa nova forma de enxergar esse mundo.

Quando falamos de violência doméstica falamos também de estruturas emocionais intensas, de sentimentos que antecedem a violência vivida e que transbordam e que devemos perceber imediatamente em suas primeiras percepções.

A violência doméstica começa de palavras de cuidado mas que depois serve de pretexto para a violência, na verdade a violência doméstica começa com sentimentos possessivos, e pensamentos cada vez mais frequentes e o pretexto do " faço isto porque te amo" deve ser visto como um sinal de alerta.

A violência nunca deve ter boas intenções, a violência psicológica nunca deve ser vista como algo pequeno e insignificante, porque ela antecede a violência física.

Qualquer tipo de violência deve ser considerada um crime , porque ela sempre envolve sentimentos crescentes que negativiza valores,sentimentos e ações.

Violência é ampla em sua definição porque nos envolvem em suas diferentes nuances , a violência não é apenas uma ação física, é uma ação mental porque começa sempre com sentimentos conflituosos e não termina de forma que restaura a paz ou causa alegria.

Escrever um livro infantil não é só uma ação preventiva, ela me serve como ferramenta para que eu possa incentivar a comunicação e expressão , seja o primeiro passo para  descortinar a ação violenta de alguém e também para um conhecimento e reconhecimentos das vítimas dessa violência.

Quando o contar a história se torna uma ferramenta , ela também se torna a solução, portanto, embora seja um assunto a ser tratado com muita seriedade, a violência retratada de forma lúdica ajuda a todos nós mantermos cientes de que tudo tem um jeito leve de lidar com situações complexas e podem ser curadas de forma lúdica e com um final surpreendente.


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