Eu não queria ver a morte de perto.
Mas eu vi ,a morte é suave,vem e depois,não vemos mais nada.
Ela simplesmente se apega aos nossos pensamentos.
Eu estava ali,parada, querendo resgatar o que eu tinha perdido.
Não era a vida, era a alegria que eu tinha.
Meus olhos cheios de dor, as minhas mãos não sabiam mais onde tocar.
A não ser, o meu rosto invalidado.
Eu tentei criar coragem, ser a mulher maravilha.
Essa mulher que sou agora.
Mas antes, eu era uma mulher violada.
Violentada e sem nenhuma fé.
A solidão trás a morte quando nos lembramos de quem nos acompanhou.
Uma boa companhia faz toda a diferença.
Mas quando não temos, é a dor que nos afasta.
E eu me afastei,presa e desencorajada a ser quem eu sempre fui.
A violação não são apenas tapas e beliscões... são os ataques invisíveis das palavras.
O amor só cresce dentro de nós, quando percebemos que podemos viver por ele.
Mas ele vem e cresce feito trepadeira, e só assim se estamos livres.
Eu fui uma mulher violada, e bem vejo quando querem que eu viva isso novamente.
São quando somos assediadas na rua, no trabalho e em casa.
Mas o amor quando cresce espanta tudo isso e começa a lutar por um espaço dentro de nós.
E retomamos nosso amor, lutando por ele.
Por todas nós, para todas nós.
Há tantas por aí, questionando a vida e sem coragem para deixar-se amar.
Estamos juntas pelo mundo,uma cuidando das outras.
Podemos ir mais longe.
Nos encontramos, nos amamos porque todas nós e em nossas diferentes histórias.
Podemos ser quem queremos ser.
Nenhum comentário:
Postar um comentário