Uma mulher caiu...
Na escada, toda marcada.
Por unhas e mãos pesadas.
Ela chora , um choro quieto e silencioso.
Na alma cativa, aceitou seu papel.
Uma submissão que ela não queria.
Seus filhos choram a ausência de respeito.
E por medo se esvaziam e se calam também.
Um sopro apaga a luz que antes iluminavam seu peito.
Seu coração quebrou-se em pedaços pequenos.
Seu rosto marcado , suas mãos calejadas.
Pequenas mãos que bordam roupas que rasgaram junto com sua alma.
Uma mulher que caiu em si.
A ajudou a ganhar um sorriso.
Se aliou a outras que já sofreram.
Não foi em vão e nem será.
Aprendeu a olhar nos olhos.
E o homem sem respeito.
Não teve punição.
Apenas saiu de sua vida e pagou o preço?
A pensão não salva almas feridas.
Elas apenas são fileiras de dinheiro.
E ela cresceu com o tempo.
Aprendeu a lidar com a dor.
O perdão chegou devagar.
Sem a raiva de antes.
Escreveu uma história de fadas.
Para ensinar como ela surgiu.
Voando, bela e curada.
Da dor que passou e do tempo que viveu sem amor.
O amor a curou e os filhos.
Souberam que mulher bela.
É mulher livre.
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