Uma guerra sem fim - página seis.

As ruas estavam cheirando cadáveres, muitos de nós contávamos as vidas perdidas , numa guerra sem fim... alguns com suas verdades e mentiras.
O homem vivera agora no seu limite e todo o resto de sua família ali seriam condenados, as caldeiras ferviam e fediam, como carnes assadas e fritas... ninguém ousara discutir diante das autoridades, porque mais cedo ou mais tarde a morte nos batia a porta, restava esperar.
A velha senhora já sofria de dores musculares, sua pele estava já ulcerada pelas picadas e pelas unhas , já não podia resistir mais um dia...
O homem chorava todos os dias, preso ali, não tinha mais nenhuma esperança, até que um dia...o sol parecia ter nascido para ele e sua família agora sem mais uma velha amiga.
Ele andava pelo campo quando soldados faziam a revista rotineira, suas mãos calejadas inspiravam-no a caminhar, e então perto dali havia um pequeno riacho então fez-se luz ao seu espírito, o frio lhe cortava a pele, mas ali era a sua chance e não a perderia.