segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

Sobre Alienação parental - Um ato de amor começa com o respeito!!!

 

Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 12.318, DE 26 DE AGOSTO DE 2010.

Mensagem de veto

Dispõe sobre a alienação parental e altera o art. 236 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 

Art. 1o  Esta Lei dispõe sobre a alienação parental. 

Art. 2o  Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este. 

Parágrafo único.  São formas exemplificativas de alienação parental, além dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por perícia, praticados diretamente ou com auxílio de terceiros:  

I - realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paternidade ou maternidade; 

II - dificultar o exercício da autoridade parental; 

III - dificultar contato de criança ou adolescente com genitor; 

IV - dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar; 

V - omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre a criança ou adolescente, inclusive escolares, médicas e alterações de endereço; 

VI - apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós, para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou adolescente; 

VII - mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com avós. 

Art. 3o  A prática de ato de alienação parental fere direito fundamental da criança ou do adolescente de convivência familiar saudável, prejudica a realização de afeto nas relações com genitor e com o grupo familiar, constitui abuso moral contra a criança ou o adolescente e descumprimento dos deveres inerentes à autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda. 

Art. 4o  Declarado indício de ato de alienação parental, a requerimento ou de ofício, em qualquer momento processual, em ação autônoma ou incidentalmente, o processo terá tramitação prioritária, e o juiz determinará, com urgência, ouvido o Ministério Público, as medidas provisórias necessárias para preservação da integridade psicológica da criança ou do adolescente, inclusive para assegurar sua convivência com genitor ou viabilizar a efetiva reaproximação entre ambos, se for o caso. 

Parágrafo único.  Assegurar-se-á à criança ou adolescente e ao genitor garantia mínima de visitação assistida, ressalvados os casos em que há iminente risco de prejuízo à integridade física ou psicológica da criança ou do adolescente, atestado por profissional eventualmente designado pelo juiz para acompanhamento das visitas. 

Parágrafo único. Assegurar-se-á à criança ou ao adolescente e ao genitor garantia mínima de visitação assistida no fórum em que tramita a ação ou em entidades conveniadas com a Justiça, ressalvados os casos em que há iminente risco de prejuízo à integridade física ou psicológica da criança ou do adolescente, atestado por profissional eventualmente designado pelo juiz para acompanhamento das visitas.       (Redação dada pela Lei nº 14.340, de 2022)

Art. 5o  Havendo indício da prática de ato de alienação parental, em ação autônoma ou incidental, o juiz, se necessário, determinará perícia psicológica ou biopsicossocial. 

§ 1o  O laudo pericial terá base em ampla avaliação psicológica ou biopsicossocial, conforme o caso, compreendendo, inclusive, entrevista pessoal com as partes, exame de documentos dos autos, histórico do relacionamento do casal e da separação, cronologia de incidentes, avaliação da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a criança ou adolescente se manifesta acerca de eventual acusação contra genitor. 

§ 2o  A perícia será realizada por profissional ou equipe multidisciplinar habilitados, exigido, em qualquer caso, aptidão comprovada por histórico profissional ou acadêmico para diagnosticar atos de alienação parental.  

§ 3o  O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a ocorrência de alienação parental terá prazo de 90 (noventa) dias para apresentação do laudo, prorrogável exclusivamente por autorização judicial baseada em justificativa circunstanciada. 

§ 4º Na ausência ou insuficiência de serventuários responsáveis pela realização de estudo psicológico, biopsicossocial ou qualquer outra espécie de avaliação técnica exigida por esta Lei ou por determinação judicial, a autoridade judiciária poderá proceder à nomeação de perito com qualificação e experiência pertinentes ao tema, nos termos dos arts. 156 e 465 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).       (Incluído pela Lei nº 14.340, de 2022)

Art. 6o  Caracterizados atos típicos de alienação parental ou qualquer conduta que dificulte a convivência de criança ou adolescente com genitor, em ação autônoma ou incidental, o juiz poderá, cumulativamente ou não, sem prejuízo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilização de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos, segundo a gravidade do caso: 

I - declarar a ocorrência de alienação parental e advertir o alienador; 

II - ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor alienado; 

III - estipular multa ao alienador; 

IV - determinar acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial; 

V - determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua inversão; 

VI - determinar a fixação cautelar do domicílio da criança ou adolescente; 

VII - declarar a suspensão da autoridade parental. 

VII – (revogado).        (Redação dada pela Lei nº 14.340, de 2022)

Parágrafo único.  Caracterizado mudança abusiva de endereço, inviabilização ou obstrução à convivência familiar, o juiz também poderá inverter a obrigação de levar para ou retirar a criança ou adolescente da residência do genitor, por ocasião das alternâncias dos períodos de convivência familiar. 

§ 1º  Caracterizado mudança abusiva de endereço, inviabilização ou obstrução à convivência familiar, o juiz também poderá inverter a obrigação de levar para ou retirar a criança ou adolescente da residência do genitor, por ocasião das alternâncias dos períodos de convivência familiar.       (Incluído pela Lei nº 14.340, de 2022)

§ 2º O acompanhamento psicológico ou o biopsicossocial deve ser submetido a avaliações periódicas, com a emissão, pelo menos, de um laudo inicial, que contenha a avaliação do caso e o indicativo da metodologia a ser empregada, e de um laudo final, ao término do acompanhamento.       (Incluído pela Lei nº 14.340, de 2022)

Art. 7o  A atribuição ou alteração da guarda dar-se-á por preferência ao genitor que viabiliza a efetiva convivência da criança ou adolescente com o outro genitor nas hipóteses em que seja inviável a guarda compartilhada. 

Art. 8o  A alteração de domicílio da criança ou adolescente é irrelevante para a determinação da competência relacionada às ações fundadas em direito de convivência familiar, salvo se decorrente de consenso entre os genitores ou de decisão judicial. 

Art. 8º-A. Sempre que necessário o depoimento ou a oitiva de crianças e de adolescentes em casos de alienação parental, eles serão realizados obrigatoriamente nos termos da Lei nº 13.431, de 4 de abril de 2017, sob pena de nulidade processual.        (Incluído pela Lei nº 14.340, de 2022)

          Art. 9o  (VETADO) 

Art. 10.  (VETADO) 

Art. 11.  Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 

Brasília,  26  de  agosto  de 2010; 189o da Independência e 122o da República. 

LUIZ INÁCIO LULA DASILVA
Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto
Paulo de Tarso Vannuchi
José Gomes Temporão

Este texto não substitui o publicado no DOU de 27.8.2010 e retificado no DOU de 31.8.2010

Alienação parental - vivências.

 


Não é a primeira e nem a última vez que falarei sobre isso, é um assunto que vivemos em nosso cotidiano embora seja comum, não quero que seja naturalizado, quero mesmo é que pensemos sobre isso de forma mais concreta ao invés de ficar só numa fase teórica.

Não se trata apenas de um meio violento de ferir alguém, se trata de um meio de dar continuidade a algo que já vinha acontecendo, sim, estou sendo bastante pessoal agora.

Quando os filhos se tornam armas, quando os filhos se tornam vítimas é quando sofremos mais, é mais doloroso que qualquer abuso sofrido, é um ato cruel de defesa de quem passa o tempo nos agredindo.

Vivemos constantemente sob a mira da sociedade patriarcal, porque somos uma maioria sacrificada, é mais fácil ferir ao outro do que aceitar que o outro é importante para que eu permaneço bem no pedestal , simples assim.

Quando a situação de um relacionamento está insuportável e nos resta apenas esperar pelo fim, o jeito mais abominável de um agressor é manter os filhos como escudo, como uma arma de proteção, , e a mulher como naturalmente é a cuidadora, a quem está ali para dar nutrição emocional aos filhos sofre as maledicências do agressor, usa os filhos dizendo-os o quanto a mulher é inferior, quando ela é submissa ou covarde, não é apenas o nosso ponto de vista, é a nossa vivência.

Somos fortes, somos mulheres incríveis, e temos uma potencial gigantesco para superar, para se inspirar e servirmos de inspiração, sabe qual é o significado disso?

A nossa força, a nossa força nos mantém firmes diante do medo, da incerteza e sobretudo, do futuro, somos nós que transformamos a nossa vida em algo melhor apenas com a nossa própria vontade.

Eu escrevo neste blog há muito tempo e não me canso de falar o que acredito ser importante a todas nós, o fato de sobrevivermos a esse mundo cruel nos trás a garantia que podemos sermos melhores a cada dia e podemos transformar o que for preciso.

Pessoas rasas se apegam ao que sentem com os seus sentidos ainda de maneira superficial enquanto as pessoas profundas se apegam a filosofias que as fazem crescer, se preocupam com a espiritualidade e não vivem de aparências, apenas se olham de maneira confiante e reflexiva.

As nossas histórias se convergem , e nos mantém seguras e não nos acomodamos com o que vivemos porque não queremos apenas um lugar, queremos um lar seguro, um lar seguro que é nossa mente, nosso corpo, é o que nos pertence de fato.

Quando sofremos alienação parental esse lar seguro deve estar seguro, a nossa nutrição mental se estabelece quando estamos mentalmente confortáveis embora haja ataques por todos os lados, essa serenidade é o ideal da maioria de nós.

Contra a alienação parental há justiça, há lei, e precisamos lutar por ela, para que ela se mantenha viva na vida de todas nós.

LEI Nº 12.318, DE 26 DE AGOSTO DE 2010.

Enquanto tivermos força para lutar, enquanto tivermos motivos para lutar, as nossas mãos sempre estarão unidas.



segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

Rose Marie Muraro , Conceição Evaristo e eu !!!



 Sabe aquelas mulheres que conhecemos a partir de uma biografia e que nós intimamente queria ter a honra de tê-las conhecido ?

Rose Marie Muraro é uma dessas mulheres, lendo uma biografia enpolgante me vejo me redescobrindo, e me transformando.

O feminismo está me transformando, antes, como a própria Rose diz " feminista por intuição" hoje me vejo com mais embasamento teórico e também  numa fase de bastante profundidade.

Nós temos as nossas histórias particulares que nos mantém próximas ou distantes de muitas outras mulheres, enquanto algumas se tornam manipuladas, portanto, manipuladores de um sistema de opressão de forma hipócrita no quesito feminismo, nós que queremos ser quem somos por quem somos, não se sujeitam às palavras apenas de auto-confiança, nós queremos mais.

Num mundo globalizado, a pauta feminista está em voga por modismo em poucos aspectos já que algumas mulheres sabem poucos sobre a própria história feminina, eu era assim,mas em contrapartida, conhecemos mulheres incríveis e cheias de ideais das quais nos foratelecem, e isso é magnífico.

Aprendemos com outras mulheres, a medida que me aprofundo no movimento feminista e sinto motivada a querer mais, a querer ser bem mais do que a mãe de cinco filhos.

O blog me serviu de consolo, de terapia e me fez sentir uma mulher ativa, mas agora, diante de tanto conhecimento, venho a me sentir bem mais, estou me sentindo uma mulher plena.

Estudo sobre espiritualidade há muito tempo e venho aprendendo ainda mais sobre diversos assuntos, e ao me engajar na publicação do meu livro infantil sobre a violência doméstica , eu me descobri muito mais do que eu pensava, mas eu sei que posso muito mais.

Ela também é mãe de cinco, também se empolga com suas próprias histórias e nos encaminham para uma jornada de busca interna e nos ajuda a olharmos para o mundo de um ponto de vista feminino e que nos trás de perto a história do Brasil de maneira bem particular.

Rose Marie Muraro é uma daquelas mulheres que te ensinam na vida, que a sua vivência se desenrola com a nossa história e nos fazem relembrar porque somos mulheres, ela é capaz de nos guiar por um caminho emocionante onde cada momento da vida dela, nos encontramos na nossa.

A vida nos acaricia com belas histórias, às vezes histórias famosas, mas a grande maioria são histórias anônimas, histórias de mulheres comuns, essas que andam nos metrôs, que vivem perambulando nas cidades contando suas próprias histórias para as meninas jovens, as nossas histórias também ensinam, também encantam e Rose Marie é sem dúvida uma das histórias que valem muito a pena contar.

Assim como Conceição Evaristo que me encantou com a sua poesia e histórias que me encheu os olhos de lágrimas por prazer de ler sobre mulheres fortes, mulheres anônimas e que se tornou uma das minhas autoras preferidas e sem dúvida me abrilhantou com suas palavras que nos reinventam.

O ato de recontar histórias fizeram de Conceição a minha autora encantada e que tenho o prazer de conhecê-la apenas em Lê-la e apreciar as suas doces e significativas palavras.

Somos mulheres escreventes, e que buscam serem lidas e querem trazer significância na vida das pessoas, porque ser escrevente é buscar nas palavras a vida e inspirar as pessoas a serem melhores por serem elas mesmas, por serem nós mesmas, porque a felicidade é estarmos conectadas com a nossa essência sem remorsos e dores.

O que queremos quando escrevemos para alguém não é só sermos lidas e conhecidas pelas nossas palavras, mas é trazer para a vida , para a vivência das pessoas as cores que nem sempre estas desconhecem.

É como descrever as cores à um cego, é como ser a luz e a muleta de alguém, em nossa real humildade de sermos apenas escreventes.

O que somos senão pessoas se expressando a nossa maneira.

Não me comparo a essas brilhantes mulheres, longe de mim essa arrogância, mas o fato é de tê-las lido me trás uma esperança gritante, de podermos ser quem queremos ser, sem aquele auto-julgamento que nos mata e nos fazem ignorar as nossas qualidades, enfim, todas nós podemos contar histórias, então, eu faço a minha parte, e você?

Seja quem for você, brilhe!!!!




sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Relacionamentos abusivos!!!



Somos tantas mulheres, e são muitas que vivem ou viveram relacionamentos abusivos.

Nós nos acostumamos com os abusos, historicamente sim, as mulheres querem sobreviver, as crianças querem sobreviver e nos acostumamos a viver mas não significa que deva ser assim.

Há muitas formas de nutrirmos esses abusos, sim nutrimos, porque quando nos acostumamos com os abusos, nós alimentamos a esperança de que os abusos vão parar se tratarmos os abusadores com amor e gentileza e num momento de "gentileza" de nosso abusador, há continuação dessa relação.

A história das mulheres da humanidade é a nossa história, não há como negar essa evidência, como eu já via mencionado em outras postagens, a cultura do estupro, a prostituição por muito tempo foi legalizada para que o capitalismo se fortalecesse e as "famílias do patriarcado" se prevalecessem intactas, entre outras razões, a verdade é que o sistema está tão bem estruturado que sair desses laços apertados parece impossível.

Relacionamentos abusivos vão além de cárceres privados, são relacionamentos que no ponto de vista do agressor, é uma relação saudável, o ciúme, a intensa vontade de agradar para não se zangar é uma moeda de troca.

Quando ouvimos que" tapas de amor não dói" é uma afirmação abusiva, ou mesma " estou agindo assim para você aprender" é uma afirmação mentirosa e abusiva, nenhum relacionamento saudável ou uma forma de educação deve ser motivada pela violência, devemos sim nos proteger contra qualquer tipo de abuso, 

Qualquer tipo de relação que haja chantagens emocionais, é um relacionamento abusivo porque intimamente há uma agressão, e ela pode ser invisível. a vítima de um relacionamento abusivo é sempre levada a acreditar na normalidade dessa ação, ela se acostuma com isso.

E como saímos de um relacionamento abusivo?

As nossas relações afetivas  nos alimentam , a sociedade se baseia em nossos laços e também em desenlaces dando continuidade as nossas vidas, é assim desde sempre, e a sociedade se firmou por essas relações, as nossas relações sociais, familiares, mesmo as mais antigas civilizações nômades, os laços as mantiveram ainda em perfeita harmonia com suas leis internas, enfim, a civilização foi criada para estreitar laços e banir o que parecia impróprio, e infelizmente, as atitudes abusivas permanecem até hoje.

Quando vivemos num relacionamento abusivo não detectamos a princípio, porque parece normal, as trocas de gentilezas são constantes e é sempre uma ação desagradável e depois uma ação de gentileza como compensação, e ao longo desse relacionamento, essas ações se tornam rotinas , logo , quem é vítima de um relacionamento abusivo, para não viver mais as agressões psicológicas, ela passa a agradar o agressor para não sofrer, é um sistema de trocas, a única saída para um relacionamento é o auto-amor, o auto-cuidado e esse buscar a si mesmo constantemente, esse amor-próprio é a melhor alternativa para que a pessoa vítima de abuso possa se fortalecer.

Quando o agressor além de abusar psicologicamente também pode usar a condição financeira para continuar com esse abuso, daí o problema se torna ainda mais intenso e de difícil resolução porque a pessoa então fragilidade fica ainda mais vulnerável, então, quando a pessoa começa a cuidar das suas próprias finanças o abusador também passa a intensificar suas agressões, e quando as agressões passam a serem físicas, é necessário uma intervenção imediata, não tem como remediar , é preciso de uma rede de apoios, aonde no Brasil há uma certa precariedade, não que não exista, existe, mas ainda em estado ainda muito atrasado, mas a ideia é melhoria, e acredito que isto está sendo trabalhado e teremos melhoras quanto a isso, mas enquanto essa ação não se intensifica, as relações afetivas de amigos e parentes é primordial porque as atitudes de empatia é que faz a vida dessas pessoas mudarem.

Nos relacionamentos abusivos o agressor impede que essas relações existam usando de todas as suas artimanhas para que isso aconteça de forma intensa, o isolamento e a auto-estima baixa, é uma ação comum a todos eles.

O primeiro ato é se descobrir vítima de um relacionamento abusivo e só depois se cuidar, buscar ajuda, procurar uma rede de apoio.

Busca de conhecimento, do auto-conhecimento é primordial para a saúde mental de qualquer um.

O cuidar de si mesmo, o amar, o criar-se diariamente nos fortalece e nos impedem de agirmos com brutalidade de nos trás a empatia que necessitamos ter para com todos em nossa volta.

Cuidemos de nós e dos nossos e tudo dará certo.

Quando passamos por um relacionamento abusivo nós aprendemos e ensinamos uns com os outros nos trazendo um pouco de paz.




 

quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

Conjugar o afeto.



Todas as formas de amar me pegam pelo braço.
As minhas mãos duras do tempo também podem afastar .
Nos afastamos dos abraços estranhos e negamos beijos que nos ameaçam sorrisos.
Quando dentro de mim, me toca o cuidar um do outro.
Todas nós juntas num mesmo laço e às vezes nos estranhamos.
Pensamentos que retornam sempre no mesmo lugar pela sua constância.
As formas de amar também me abraçam.
Me toca olhar para o outro com um afeto amigável.
Um abraço amigo, um toque claro de afeto.
Grandes almas se encontram tempos em tempo.
E meu coração se encanta com o toque de tambor.
Grave e contínuo...
Busco dentro de mim tantos toques.
Num espaço apertado .
Eu abraço o tempo e me encontro quase infantil.
Desmonto com um beijo afetuoso de um amigo.
As minhas mãos encontram outras mãos.
Uma irmandade.
Uma grande irmandade.
O cuidar uma da outra, uns dos outros.
Todos num mesmo laço.
As diferenças unidas para um mesmo abraço.
Afasta quem não nos fala de coração.
Afasta quem machuca .
Afasta quem nos fere a alma.
Mas quem em nós se acalma e se aquece.
Cuidamos.
E amamos ...
Quem a alma feminina, feminista e felina se achega 
Recebe de nós afeto ...muito afeto...



terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Cinderela às avessas

 


Quando eu entrei para o grupo de mulheres " Cinderela às avessas" eu pensei que iria aprender com grandes mulheres, então, eu não perdi tempo e fui navegando por essa jornada feminista e me descobri bem mais do que uma blogueira que escreve coisas aleatórias, eu me descobri alguém muito melhor do que eu achei que fosse.

Todas nós temos muito poder, somos verdadeiras deusas, não porque temos super poderes como brinco mas é por causa das nossas conexões internas, tem a ver com quem somos de verdade.

O mundo é tão intenso em suas diversidades, podemos ter vivido grandes histórias mas a maioria delas não foram escritas pelo nosso ponto vista, pelo ponto das mulheres.

Muitas mulheres escreveram grandes obras com "pseudônimos" masculinos para serem lidas, grandes mulheres estavam na obscuridade porque o machismo não as permitiram usufruir de ainda mais conhecimento.

Todas nós sofremos algum tipo de assédio , abuso e muitas de nós nos calamos, não por medo, mas não fomos ouvidas, entre outras razões.

Hoje a nossa visibilidade está bem maior , mas a luta não acabou, ainda nos resta romper algumas estruturas, não é apenas por mim, mas por todas nós.

Não são apenas as nossas vivências que inspiram, não são apenas palavras ou gritos de guerra que nos movem, mas são as nossas esperanças que cercam a todas nós.

A nossa capacidade de nos colocarmos no lugar do outro nos revela sabedoria e nos colocam num lugar privilegiado, de estarmos juntas numa ideia de que somos bem mais de que um corpo, somos corpo e alma, temos mentes aguçadas e conectadas uma com as outras para fins de cuidado.

Não somos apenas mulheres que querem aprender e ajudar, somos mulheres que buscam esclarecer outras mulheres, nos vemos como uma irmandade .

A vida não nos pouparam tempo, e o tempo nem sempre foi a nossa melhor arma para vencermos qualquer luta.

Há quem diga que mulheres feministas lutam contra os homens, nunca ouvi tanta besteira, mas a gente ouve argumentos sem nenhum acréscimo, portanto, vale a pena lembrar, que feministas lutam por todos nós, crenças limitantes, só fazem nos lembrar o quanto podem ser ridículos.

Crescemos entre nós, lutamos por todas nós e aprendemos com todas nós, não vale a pena nos enfurecer com pessoas que a mente ainda está rasa de pensamentos egoistas e machistas.

A nossa força está numa esperança contínua de querermos sempre o melhor para todas nós, e isso significa lutarmos por todas nós, sermos feministas não nos limitam , sermos quem somos amplia nossos espaços e nos acalenta saber que podemos ainda sermos maiores enquanto seres pensantes e positivas.

A luta não acaba apenas com uma aprovação de lei, numa passeata com bandeiras, a luta só termina quando deixamos de lutar, e eu sei, nós sabemos que haverá muitas vitórias porque a nossa força une a todas nós!!!

Somos importantes para alguém!!!

 


Sabe aquelas pessoas que nos motivam a crescer?

Nem sempre são as pessoas que amamos profundamente, às vezes são as pessoas que não temos nenhum afeto.

Muitas pessoas são motivadas justamente porque precisam provar o seu valor, precisam de estímulos para progredir.

Quando sofremos e nossos algozes nos menosprezam ou mesmo nos trazem pensamentos tristes e depressivos, é preciso lutar contra eles, é nesse momento que pensamos e superamos isso , nos motivando a acreditar que somos bem mais do que imaginam e crescemos também assim.

Nossos pensamentos são energias, e quando percebemos que precisamos melhorar, crescemos.

Crescemos quando percebemos as nossas próprias falhas e isso trás benefícios, porque passamos a olharmos para nós mesmos com olhar mais crítico.

Um olhar solidário, e não um olhar perverso, é um olhar que diagnostica quem somos de verdade e olhar para o que estamos vivendo , estaremos olhando para o nosso próprio futuro.

A forma com que nos vemos , diz quem somos, e quem queremos ser, a mudança é a parte difícil, porque estamos acostumados a enxergar as coisas de um jeito e quando mudamos o nosso olhar, tudo muda.

A vida parece complicada mas ela na verdade tem um segredo, a leveza do nosso espírito depende de como nos vemos no mundo, todas as nossas impressões estão no espírito, portanto, somos o que pensamos.

As pessoas que nos inspiram , ou simplesmente nós que possamos inspirar alguém temos responsabilidade, pois as nossas mensagens serão compartilhadas e muitas vezes fruto de atos alheios , porque a nossa influência pode significar mudanças na vida de pessoas, essa responsabilidade deve ser pensada. Fazermos uma auto-crítica é essencial para a manutenção do nosso EU.

Quem somos nós no mundo, quem somos nós na vida dos outros?

Mesmo que queiramos colocar cada um conforme as suas obras, temos sim, influências da vida de alguém, não podemos negar isso, somos sim responsáveis mesmo que a escolha seja importante, a nossa responsabilidade nos tornam importantes na vida de alguém.

Quando culpamos o outro quando ficamos zangados ou tristes, é compreensível na mesma proporção que alguém nos culpam, porque vivemos em sociedade e criamos vínculos, criamos karma, logo, todos somos um.

Eu sei que eu sou responsável pelas minhas escolhas e a minha mente é o meu paraíso ou a minha perdição, eu entendo, mas eu preciso entender que a minha influência sobre o outro acrescenta o meu karma, porque eu sei que o que sinto, as minhas emoções provocam ações e essas ações terão as consequências e eu devo refletir sobre isso.

Então, mesmo sabendo que cada um conforme as suas obras, eu , a minha consciência entendo a responsabilidade que possuo sobre a vida dos outros, porque só crescemos quando criamos vínculos e esse é o caminho que todos nós seguimos.

Quando alguém diz de maneira provocativa que não somos capazes de agir , estão nos motivando a agir de uma maneira ou de outra, e nós respondemos a essa provocação negativamente ou positivamente, está aí a nossa escolha, portanto, a nossa escolha é sempre nossa ação, sendo ela para agradar ou não alguém, então, estamos agindo , reagindo a todo momento ao mundo.

Se inspiramos alguém significa o grau de nossa importância, e essa importância nos responsabiliza intimamente as consequências.

Sejamos conscientes que somos parte de um todo, a nossa vida por mais simples que possa parecer, ela é importante... Pense nisso!!!